Quando você tem uma escolha e tem que escolher qual lado
realmente está, qual delas irá escolher? Correr? Estar no lado errado? Ou
apertar o gatilho? Nessa penúltima semana de Fear The Walking Dead vemos a
preparação para chacina que vai ocorrer no próximo e último capítulo. Com o
aumento da tensão, Travis conhece como as coisas realmente funcionam “no olho
do furacão”.
O verdadeiro rito de passagem para o início do apocalipse acontece
nos detalhes, com Nick sendo salvo pelo seu companheiro de cela. Ao que parece
ser um novo personagem, este que aparenta ter nascido justamente para esse
mundo; homem que entende muito bem como barganhar e mexer com o psicológico das
pessoas. Ou mesmo com Alicia e Chris em um momento rebelde destroçando os
objetos de uma casa rica abandonada, afim de aliviar a tensão e pela primeira
vez fazerem o que realmente querem. A cena pode ser interpretada como uma
crítica social superficial, diante do ato aplicado pelos jovens.
Paralelamente, Daniel Salazar inicia seus métodos pouco
ortodoxos para obrigar a paquera militar de sua filha a revelar o significado
da palavra “Cobalt” nas transmissões de rádio dos soldados. A resposta não é
muito agradável. Novamente, Travis foi obrigado a confrontar seus dilemas
pessoais se recusando a usar uma arma de fogo para atirar num zumbi. Para o professor
de inglês, os mortos-vivos ainda são pessoas e ele se sente como um assassino a
cada morte que acontece ao seu redor, além de sua oposição contra o uso de
armas. Já não é a primeira vez que a série obriga o personagem a ficar nessa
situação.
Dessa vez Madison não reage e apenas omite a tortura feita
por Salazar, mas as cenas de suspense ainda ficam com ela, quando ela investiga
algum barulho estranho no porão. Com a clássica cena da bateria da lanterna se
apagando em meio a escuridão.
No lado show de horrores temos Liza, que já bastaria todo o
sangue e a situação precária e emergencial que se encontram enfermeiros,
pacientes e a Doutora ‘chefe’, mas Fear The Walking Dead sabe trabalhar bem os
nossos medos e ansiedades. Aquele falatório de Griselda – que àquela altura já
tinha seu pé amputado – em espanhol torna tudo ainda mais assustador. Para
fechar seu ciclo com chave de ouro, uma arma pneumática surge como um final
elegante ante a agonia de se tornar um morto-vivo. Ponto para a enfermeira
quebra-galho Liza Ortiz. Mais uma mulher forte e decidida na série.
Se Cobalt já
tinha tudo que um grande episódio precisa ter para se destacar dos demais,
muita tensão, angústia, sangue, dramas familiares, verdades sendo aceitas,
omissões oportunas e até mesmo um pouco de sensualidade latente, ele se encerra
de maneira espetacular com o plano da Guarda Nacional começando a ser executado
e Salazar descobrindo que a batida ritmada que se esconde atrás de portões que,
sim, vão ceder logo, vão fazer nossos corações acelerarem a mil no episódio
final que se chamará “A Good Man“.
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