domingo, 13 de setembro de 2015

Crítica do livro "O prisioneiro dos Daleks"

Que Doctor Who é uma das sagas que mais consegue expandir (e bem) seu universo, já não é algo desconhecido. Agora, o grande problema eram esses livros, quadrinhos, filmes dentre outras coisas chegarem no público brasileiro. Felizmente a editora Suma das Letras realizou esse trabalho, para a alegria dos whovians brasileiros.
“O prisioneiro dos Daleks” conta a estória da expansão do império Dalek e as batalhas que começam a eclodir em todo o mundo. Assim, dentro de uma dessas batalhas, o Doctor se vê junto com um grupo de caçadores de recompensa na linha de frente da luta. Com a ajuda desse, os caçadores conseguem capturar um desses Daleks, vivo e pronto para ser interrogado. O problema é que o jogo acaba virando e todos se tornam prisioneiros da espécie com maior rivalidade com os senhores do tempo.
 Pelo lado positivo, se deve começar pela ótima escrita de Trevor Baxendale. O autor do livro consegue colocar uma linguagem bem fácil, leve e direta. A personalidade do 10º Doctor transferida pelas palavras também é um grande diferencial para o excelente andamento da narrativa. Os personagens secundários adicionados, principalmente os caçadores de recompensa, tem seu desenvolvimento bem realizado. A preocupação no bem-estar de todos após se tornarem prisioneiros é muito bem transportada para o leitor. Seguindo, é uma ótima estória de introdução no universo de Doctor Who. Ela funciona como um “caso da semana” e não é nada complexa. Da mitologia do personagem, só é possível detectar os elementos mais básicos (a Tardis, a sonic screwdriver, a roupa), o que facilita para um iniciante. Por último, a personalidade dos Daleks que aparecem nesse exemplar é bem interessante. Lembrando sempre algo em comum, mas todos parecendo um pouco diferentes dos outros, cada um com sua “individualidade”.
 Pelo lado negativo, é interessante relatar a fácil conclusão do texto. A estória segue num estilo que poderia ser um pouco mais interessante do que o esperado, mas acaba sendo um pouco menos. Talvez o roteiro funcionasse melhor num episódio para a série. Seguindo com alguns andamentos das situações mal explicados, que atrapalham bastante aos leitores mais atentos, mas nada que mude absurdamente a opinião sobre a narrativa.
 A edição da Suma de Letras é muito bem realizada. A tradução de Camila Fernandes está fantástica e a revisão também muito bem-feita, sem nenhum erro de português. A formatação das letras na obra também é sensacional, com grande destaque para a escolha de uma letra mais garrafal e incisiva para a fala dos Daleks. O maior erro da edição vem por conta da capa escolhida. Claro que tem todo o diferencial de um fã da série passando em uma livraria poder comprar, mas poderiam ter escolhido uma melhor. A capa é bem feia e não chama atenção para um leitor não conhecedor do seriado.
“O prisioneiro dos Daleks” não é a melhor estória, nem o melhor livro de Doctor Who. Ele possui um desenvolvimento bem interessante e alguns pontos bem positivos, mas peca feio nos seus momentos finais, algo que desagrada também em alguns episódios da série. Apesar disso, é uma ótima estória para os fãs e uma bela introdução da série para qualquer um.

Nota: 7,3/10
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