OBS: Se você não acompanha Doctor Who não leia, pois conterá
SPOILERS
Todos se não conhecem já ouviram falar em Doctor Who, senão
por amigos que curtem a série ou por ela estar disponível no Netflix agora,
como meio fácil de encontrá-la. Bem, estarei analisando semanalmente os
episódios da nona temporada do seriado que teve início esse fim de semana.
Desde que Peter Capaldi assumiu o manto do personagem temos
acompanhado um Doctor mais atormentado e um pouco amargo com tudo e todos. Mas
que ao longo da oitava temporada ao lado de sua companion Clara (Jenna Coleman) foi capaz de se sentir mais vivo do
que nunca e deixar um pouco dessa amargura de lado, afim de se aventurar pelo
universo. Dito isso, a nona temporada adentra em uma fase complexa da vida do
viajante mais antigo do universo. Steven Moffat (diretor e roteirista) começou
a jogar um jogo perigoso nesse início, que vai além das referências usuais a
personagens anteriores.
O capítulo tem origem em uma guerra, mas não em qualquer
guerra, mas uma muita antiga. Essa na qual ocorreu ao Doctor ter de tomar uma
decisão que mudaria o curso do universo. Salvar ou não a vida de um garoto.
Aqui vemos algo comum na série, que implica no conceito da simplicidade das situações
em que o protagonista é posto, mas a magia do roteiro em esconder as coisas
mais grandiosas em pequenos detalhes do tempo.
Quando aviões em todo mundo congelam sem razão nenhuma,
Clara se mostra mais ativa a ação do que nunca e se junta a UNIT para ver se
estamos diante de mais uma invasão alienígena. A dinâmica entre a companion e as agentes da UNIT estão
ainda mais estabelecidas, isso fica nítido pelos diálogos. Seja pelo professor
que afirma que Clara está sendo chamada e não a guarda nacional. Ou mesmo
quando uma das agentes faz uma piada sobre séries do gênero Sici-Fi, algo que
certamente ficou bem colocado.
Acredito que os fãs whovians
esperavam pelo retorno de Michelle Gomez como Missy The Master nessa
temporada, mas não esperavam ser tão rápido. Se tem algo que a personagem tem
incomum com Doctor é que ambos amam fazer uma entrada magnífica, são Timelords afinal de contas. Missy está
de volta e com um testemunho do Doctor que abrirá apenas quando ele estiver
morto. A sensação de arco de final de temporada logo nesse primeiro momento foi
importante para estabelecer o perigo eminente.
A extravagância do doutor provou-se bem sólida, munido de
óculos escuros e uma guitarra ele festejava sua liberdade e perdia a noção do
tempo desaparecendo cada vez mais da realidade. Clara quase não o reconhece
quando o encontra. Até que somos formalmente introduzidos ao novo personagem,
Snarff uma criatura comprimida em cobras. Dois pontos importantes sobre esse
personagem. 1 – Seu formato real em uma cobra foi uma surpresa. 2 – Um vilão
democrático, como ele mesmo afirma ao exercer os direitos iguais a todos a quem
faz o mal. (Algo me diz que ele será reaproveitado muito bem no futuro da
série)
Sobre os cenários, vimos diversos planetas nesse início de
temporada, mas para os fãs sabe-se que todos são lugares que o Doctor já esteve
antes, seja na série atual ou na clássica. Como Maldovarium e Proclamação das sombras. Falando em clássico o episódio
proporcionou um excelente diálogo entre Doctor e Davros. Além de implantar
pequenos cortes dos Doctors anteriores que podiam ser vistos através de uma
tela um pouco afastada da câmera, mas suficientemente de fácil entendimento,
onde pudemos ver o segundo doutor, o sexto, o sétimo, décimo e finalmente ao
memorável episódio da ”Gênesis of The Daleks” com o quarto doutor, vivido pelo
ator Tom Baker.
Se a quantidade de referências não foi o bastante, o que
dizer da ousadia na roteirização. Moffat não poupou esforços ao demonstrar o
quão ameaçador é o momento. Deixando qualquer expectador boquiaberto, ao
observar a falta de esperança e o quão o doutor se sentiu pressionado, mas
principalmente arrependido. Pelas últimas cenas do capítulo ficou claro que é
possível que veremos o Doctor tendo uma reação em cadeia por meio da raiva que
ele guarda em seu interior. Quem sabe algo similar ao que vimos com David
Tennant quando décimo ao que pode acontecer com ele quando fica muito tempo sem
uma companion.
No fim das contas, “The
Magician’s Apprentice” trouxe a realidade de forma atormentadora. E o quão
devastador pode ser aquilo que é antigo, quanto mais antigo mais perigoso
certo? Será meu lema para esse arco, que promete trazer consequências
irreparáveis ao universo de Doctor Who que conhecemos.
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