domingo, 20 de setembro de 2015

Review Doctor Who S09X01 – The Magician’s Apprentice


OBS: Se você não acompanha Doctor Who não leia, pois conterá SPOILERS

Todos se não conhecem já ouviram falar em Doctor Who, senão por amigos que curtem a série ou por ela estar disponível no Netflix agora, como meio fácil de encontrá-la. Bem, estarei analisando semanalmente os episódios da nona temporada do seriado que teve início esse fim de semana.
Desde que Peter Capaldi assumiu o manto do personagem temos acompanhado um Doctor mais atormentado e um pouco amargo com tudo e todos. Mas que ao longo da oitava temporada ao lado de sua companion Clara (Jenna Coleman) foi capaz de se sentir mais vivo do que nunca e deixar um pouco dessa amargura de lado, afim de se aventurar pelo universo. Dito isso, a nona temporada adentra em uma fase complexa da vida do viajante mais antigo do universo. Steven Moffat (diretor e roteirista) começou a jogar um jogo perigoso nesse início, que vai além das referências usuais a personagens anteriores.
O capítulo tem origem em uma guerra, mas não em qualquer guerra, mas uma muita antiga. Essa na qual ocorreu ao Doctor ter de tomar uma decisão que mudaria o curso do universo. Salvar ou não a vida de um garoto. Aqui vemos algo comum na série, que implica no conceito da simplicidade das situações em que o protagonista é posto, mas a magia do roteiro em esconder as coisas mais grandiosas em pequenos detalhes do tempo.
Quando aviões em todo mundo congelam sem razão nenhuma, Clara se mostra mais ativa a ação do que nunca e se junta a UNIT para ver se estamos diante de mais uma invasão alienígena. A dinâmica entre a companion e as agentes da UNIT estão ainda mais estabelecidas, isso fica nítido pelos diálogos. Seja pelo professor que afirma que Clara está sendo chamada e não a guarda nacional. Ou mesmo quando uma das agentes faz uma piada sobre séries do gênero Sici-Fi, algo que certamente ficou bem colocado.
Acredito que os fãs whovians esperavam pelo retorno de Michelle Gomez como Missy The Master nessa temporada, mas não esperavam ser tão rápido. Se tem algo que a personagem tem incomum com Doctor é que ambos amam fazer uma entrada magnífica, são Timelords afinal de contas. Missy está de volta e com um testemunho do Doctor que abrirá apenas quando ele estiver morto. A sensação de arco de final de temporada logo nesse primeiro momento foi importante para estabelecer o perigo eminente.
A extravagância do doutor provou-se bem sólida, munido de óculos escuros e uma guitarra ele festejava sua liberdade e perdia a noção do tempo desaparecendo cada vez mais da realidade. Clara quase não o reconhece quando o encontra. Até que somos formalmente introduzidos ao novo personagem, Snarff uma criatura comprimida em cobras. Dois pontos importantes sobre esse personagem. 1 – Seu formato real em uma cobra foi uma surpresa. 2 – Um vilão democrático, como ele mesmo afirma ao exercer os direitos iguais a todos a quem faz o mal. (Algo me diz que ele será reaproveitado muito bem no futuro da série)
Sobre os cenários, vimos diversos planetas nesse início de temporada, mas para os fãs sabe-se que todos são lugares que o Doctor já esteve antes, seja na série atual ou na clássica. Como Maldovarium e Proclamação das sombras. Falando em clássico o episódio proporcionou um excelente diálogo entre Doctor e Davros. Além de implantar pequenos cortes dos Doctors anteriores que podiam ser vistos através de uma tela um pouco afastada da câmera, mas suficientemente de fácil entendimento, onde pudemos ver o segundo doutor, o sexto, o sétimo, décimo e finalmente ao memorável episódio da ”Gênesis of The Daleks” com o quarto doutor, vivido pelo ator Tom Baker.
Se a quantidade de referências não foi o bastante, o que dizer da ousadia na roteirização. Moffat não poupou esforços ao demonstrar o quão ameaçador é o momento. Deixando qualquer expectador boquiaberto, ao observar a falta de esperança e o quão o doutor se sentiu pressionado, mas principalmente arrependido. Pelas últimas cenas do capítulo ficou claro que é possível que veremos o Doctor tendo uma reação em cadeia por meio da raiva que ele guarda em seu interior. Quem sabe algo similar ao que vimos com David Tennant quando décimo ao que pode acontecer com ele quando fica muito tempo sem uma companion.  

No fim das contas, “The Magician’s Apprentice” trouxe a realidade de forma atormentadora. E o quão devastador pode ser aquilo que é antigo, quanto mais antigo mais perigoso certo? Será meu lema para esse arco, que promete trazer consequências irreparáveis ao universo de Doctor Who que conhecemos.
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