Com o drama familiar estabelecido, agora vemos que de fato
a série vai trabalhar com o crescimento do terror que está lá fora conforme
avança. E prova com esse segundo momento seu potencial como Spin off.
Desafiando seja com o medo do desconhecido pelas pessoas, ou pela mentira
implantada aqui e alí por alguns personagens que sabem da verdade.
O modo como os diretores estão optando por trazer o medo
nas cenas provou-se efetivo. O perigo apresentado não chega a ser os Zumbis em
si, mas os seres humanos. Nesse contexto, os protagonistas tentam contornar a
situação trazendo para perto seus entes queridos, o que dá ainda mais
credibilidade a série, pois o plano de separação no capítulo trabalha com eles
individualmente com cenas bem convincentes. Acredito que a de maior destaque
delas tenha sido quando Nick (Frank Dilane) tem uma crise de convulsão,
impedindo que sua irmã saia de casa sob o perigo de ir lá fora. Sem dúvida o
ator Frank Dilane mostrou a que veio.
Curiosamente So Close
Yet So Far traz a atual opressão policial da sociedade americana. Após um
morador de rua ser assassinado por um policial de Los Angeles, a população se
revolta e inicia uma grande manifestação. Enquanto a polícia está diante de uma
situação de risco em que não consegue entender o que está acontecendo com as
pessoas, sua preocupação aumenta ao se ver encurralada pela fúria da população
buscando vingança.
O caos começa a ser implantado a partir desse ponto em
diante, toma-se por ideia de como tudo realmente começou vendo de perto como a
população reagiu a que não entende. Enquanto Travis fica preso numa loja por
voltar para livrar sua ex-mulher e seu filho; Madison Clark (Kim Dickens) tem
seus próprios problemas, quando Nick fica a beira de uma crise e os meios de
comunicação e a rede elétrica começam a falhar, ela teve de ir até a escola
para buscar remédios a seu filho. Lá ela reencontra o nerd Tobias, o único que
acredita o apocalipse zumbi é real. É quando temos o embate real contra um
zumbi, sendo este o diretor do colégio. A sequência produz a ação que o
suspense tanto desenvolveu exclusivamente para esse momento.
O que deve causar irritação são a omissão dos fatos que Travis
e Madison dão aos seus filhos, ao invés de explicar a eles a verdade. Apesar,
desse fato ser visto como parte do suspense da trama, a meu ver se demorar
demais para que eles sejam mais abertos com seus filhos pode causar problemáticas
no desenvolvimento dos mesmos. A cena que Alicia fica indignada quando a mãe a
impede de sair de casa para impedir que o seu vizinho continue atacando outra
vizinha foi importante para deixar claro o silêncio e a preservação que os pais
tem pelos seus, mas repito, se demorar para que os jovens também saibam o que
de fato está acontecendo pode ser problemático para a construção de ambos os
personagens.
O episódio 2 de Fear
The Walking Dead segue com um ritmo melhor que o esperado. E promete muito
drama familiar aliado a mais reações humanas do que zumbis como centro da
trama. O que tem sido perceptível foi o clima de filme apocalíptico se
formando, com a dosagem certa do suspense.
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