sábado, 12 de setembro de 2015

Crítica - O Agente da U.N.C.L.E


Sofisticação, classe, luxo e Guerra fria como pano de fundo de mais um filme envolvendo espionagem em 2015. Em ano repleto de espiões aqui e ali, os fãs do gênero foram quem saíram ganhando. Depois da surpresa que foi ‘Kingsman: O Serviço Secreto’, o clichê do gênero com ‘A espiã que sabia de menos’ e em um show de atuação com Tom Cruise em ‘Missão Impossível – Nação Secreta. Chega a vez de Guy Richie se divertir com O Agente da U.N.C.L.E, homenageando os filmes de espiões dos anos 60.
A narrativa tem início em plena Guerra Fria, quando o agente da CIA Napoleon Solo (Henry Cavill) é forçado a se unir com o agente da KGB IIIya Kuryakin (Armie Hammer) em uma missão envolvendo remanescentes nazistas de disparar uma bomba nuclear. Totalmente opostos, eles ainda precisam proteger a mecânica Gaby Teller (Alicia Vikander). O longa ganha força pela forma simples de construção de cenas mantendo o tradicionalismo sem aprofundamento. Mas que funciona graças aos estereótipos consagrados e a deliciosa atmosfera retrô. O que tornou Elizabeth Debicki a femme fatale visualmente hipnotizante no papel da vilã.
A fotografia em película de John Mathieson captura com perfeição o look dos anos 60, com uma imagem levemente granulada e cores desnaturadas, enquanto a trilha sonora de Daniel Pemberton segue absolutamente genial, ao fornecer uma identidade única.
A atuação da dupla Solo e IIIya segura bem o filme, seja nos momentos de tensão ou no bate-boca deles em cenas com a dose certa de humor apimentando ainda mais a relação entre eles. Henry Caviil se mostra um James Bond mais debochado e malandro em um contraponto visível a IIIya com um pavio curto devido aos traumas de infância. A irreverência de Solo cria uma das melhores cenas do filme, quando este simplesmente se abriga em caminhão e toma vinho, enquanto o parceiro enfrenta uma perseguição numa lancha. Ou mesmo quando se percebe drogado e sabendo que irá cair, se deita no sofá. Por outro lado, Armie nos entrega um sotaque russo convincente do personagem mais ‘capanga’ que representa. E apesar de agirem juntos e ter diversos momentos de piadas juntos, não chega ser um bromance estranho, o que se equivale ao que Ritchie fez em suas versões de Sherlock Holmes e Watson de Arthur Conan Dyle.


Um dos poucos pecados que o longa comete é na falta de aproveitamento nas personagens femininas. Vikander como Gaby tem pouco espaço para se mostrar capaz. E quando precisou mostrar presença a cena não rendou para o lado dela a tornando sempre indefesa e ‘dama em perigo’, apesar dela ter se apresentado como uma mulher forte. Outra é a vilã, pois nas cenas em que aparece, ela sempre se destaca em função de sua inteligência e sutileza, mesmo quando é extremamente cruel. No entanto, chega a incomodar o tanto que ela foi desperdiçada na história, seja com a falta de diálogos mais longos ou mais cenas. Alguns coadjuvantes até tiveram um pouco de aprofundamento, mas ela merecia mais, afinal, é a vilã.

Tirando a falta de desenvolvimento das personagens femininas, U.N.C.L.E conquista em todos os quesitos. Cavill prova ser um bom candidato a futuro James Bond. E a relação entre tapas e beijos entre Hammer e Vikander vai ficar para uma continuação merecida. Em termos técnicos, o figurino impecável destacando a diferença entre Solo e seu terno ajustado e IIIya ‘capanga’ russo. É bem capaz de você se lembrar mais dos quesitos visuais da produção do que do roteiro em si quando for falar para alguém sobre a película.
Em um bom ano para agentes secretos O Agente da U.N.C.L.E traz belos diálogos, muita ação e perseguições emocionantes. Um entretenimento de primeira, sem dúvida. Promovendo uma reconstrução crível da atmosfera da Guerra Fria e uma química divertidíssima entre os protagonistas, que fazem valer qualquer clichê. Eu veria a próxima aventura da dupla sem nenhum problema.


Nota: 9.0
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Um comentário:

  1. Não conheço a maioria dos atores do elenco mas o protagonista um ator incrível. UNCLE é uma boa opção para uma tarde de filmes, adorei a trilha sonora, uma parte fundamental do filme. Vi este filme por que amo aos atores que participam nele.É uma boa opção para uma tarde de filmes. Este dueto de atores tem uma química incrível. Adorei a direção.Um diretor reconhecido consegue chegar ao êxito graças ao seu esforço, ele tem feito excelentes trabalhos que se notam desde suas primeiras produções. Diretor guy ritchie o trabalho sempre me deixa satisfeito. Tem uma visão muito particular na hora de dirigir seus filmes, são um sucesso a seu estilo e personalidade, é uma referência do gênero. Considero que todos os aspectos do filme estiveram muitos cuidados. Adorei como fizeram a historia por que não tem nenhuma cena entediante. A fotografia é impecável, ao igual que a edição. Sem dúvida voltaria a ver este filme!!

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