Após uma semana sem episódio novo de Fear The Walking Dead a
minissérie retorna em sua terceira semana. ‘The Dog’ chega para alimentar essa
ausência trazendo a tensão na medida e a demonstrar que pode criar, de fato seu
próprio caminho para uma história original.
Nada mais trágico do que a morte de um cachorro em tela, o
que deu origem ao título do episódio 3 que trouxe mais suspense rendendo bons
momentos na reafirmação de que Alicia não sabe sobre os infectados. O que ainda
chega a irritar. A partir desse momento podemos considerar a família Salazar
como parte do elenco regular da minissérie. Pelo menos até que Griselda acabe
morrendo com uma infecção na perna ou vítima da guarda nacional, que é algo que
provavelmente devemos ver ao longo dos próximos episódios.
Após Travis e sua ex-esposa e seu filho ficarem abrigados
com os Salazar durante uma noite, eles decidem tentar a sorte lá fora, antes
que sejam queimados vivos pela população em fúria. Enquanto isso, Madison e
seus filhos ficam com medo de serem atacados e visitam a casa do vizinho para
conseguir uma arma.
A tensão de The Dog é toda apresentada na invasão
domiciliar. Como a cena na caminhonete dos personagens vislumbrando a energia
elétrica falhando em toda cidade. A cena em que Madison terá apenas a luz de
uma lanterna para entrar num ambiente em que o telespectador desconhece, temos
a jogada de mestre do diretor do episódio, pois ele consegue nos envolver e
brincar com a nossa expectativa de tomar um susto com os moradores da casa
aparecendo a qualquer momento.
Quando Travis chega em casa e se depara com seu vizinho
devorando um cachorro, a sua primeira ação é tentar trazer o cara de volta à
razão. Aqui vemos a série tentar trabalhar muito com o conceito de violência e
agressão. Travis já está bem consciente de que essas pessoas deixaram de ser
quem eram, mas está no processo de negação. Se não fosse pela intervenção de
Daniel Salazar e um tiro a queima roupa, Travis poderia ter acabado se
machucando ou alguém próximo acabar mordido nessa vã tentativa.
A discussão sobre violência e agressão retorna quando
Daniel tenta ensinar para Chris como usar a espingarda. Travis interrompe a
lição e deixa bem claro seu posicionamento contra as armas. Daniel retruca: “as
armas não se importam com o que você sente à respeito delas”, e prova o ponto
que para sobreviver, convicções terão que ser modificadas.
Com a ação do exército no final do episódio existe uma
esperança de que as coisas serão diferentes. A família toda se abraça e se
sente reconfortada diante os fuzileiros salvadores da pátria, mas o roteiro
deixa claro que os militares estão cumprindo ordens de um superior que ainda
não tem a menor noção do que está acontecendo. Para eles, qualquer pessoa que
tenha sido exposta a um zumbi pode ser considerada como um perigo. Nós,
telespectadores, sabemos que não é bem assim. O único que sente que a presença
militar não significa algo bom é o teimoso Daniel.
‘The Dog’ não somente deixa claro pontos de vistas sobre os
zumbis e seus personagens, e a própria sobrevivência como também apresenta
novos desafios, que talvez não sejam os comedores de cérebros propriamente
ditos. Mas os humanos. Como diria Daniel Salazar “As pessoas boas são sempre os
primeiros a morrer”. Será?
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