REVIEW DOCTOR WHO S09E05 - THE GIRL WHO DIED

E se você descobrisse que a morte é uma habilidade?

PODCAST #18 - POR QUE ASSISTIR DOCTOR WHO ♥

Aqui discutimos sobre o porque Doctor Who, considerada a série mais antiga viva deve ser assistida. Vamos ouvir?

CRÍTICA AO FILME: PERDIDO EM MARTE

Que tal dar uma espiada na nossa mais nova crítica?

CRITICA DO LIVRO: ATÉ O FIM DA QUEDA

Que tal parar pra ler um pouco de literatura nacional fantástica?

SEMANA DO TERROR

Gostosura ou travessura? Essa semana trazemos nada mais nada menos que calafrios de te tremer a espinha. Que tal dar uma olhada em nossas travessuras diárias? Clica vai!

sábado, 28 de novembro de 2015

Review Doctor Who 9x10 – Face The Raven

 

Sei que vai magoá-lo, mas por favor…orgulhe-se um pouco de mim” – Oswald Clara

Despedidas são pratos cheios de emoção, agústia, saudade, ira e temor; um verdadeiro mix de sentimentos. Mas em Doctor Who essas mesmas despedidas podem ser acaradas como atos de coragem, não necessariamente de sacrifício, mas como um ato de respeito ao desejo de um personagem sobre aquilo que acredita como correto.
Clara Oswald certamente deixou sua marca como companion ao lado do 12º doutor, que graças a esta deixou um legado importante na memória do senhor de tempo habitante de Gallifrey. Em Face The Raven temos uma discussão sobre a ordem e o direito de se caminhar pelas ruas. Em outras palavras, o direito de viver custa caro se você desobedece às normas. A roteirista de primeira viagem, Sarah Dollard possui uma forma simplista ao vender a ideia imediatista de que a morte chega para todos. E bate o martelo afirmando que “no fim todos enfrentam a morte sozinhos”.
O capítulo foi montado para deixar rastros do seu início ao fim, e que seus personagens retornarão eventualmente. Ashildr certamente despertou o monstro do doutor ao praticar sua política ilícita. O que deixa a possibilidade enorme que ela retornará num futuro da série. No fim, permanece o questionamento de quem são “Eles”, as pessoas/criaturas que fizeram um acordo com Ashildr e solicitaram o teletransporte do Doutor a um local misterioso.
Temos aqui um típico caso de reaproveitamento de um personagem já salvo recentemente pelo Doutor que vemos surgir com problemas. A roteirista Sarah Dollard de fato foi meticulosa ao levantar determinadas ações tanto do Doutor quanto de Clara, nos dando lances de como eles eram nos meados da 8º temporada, abrindo inúmeras portas a um Universo Expandido. Com uma proposta sem muitas explicações detalhadas, temos Rigsy em perigo por ter cometido um crime nas últimas 24 horas, sem mesmo saber ter cometido tal ação. Rapidamente o episódio se constrói numa corrida contra o tempo à procura pela rua misteriosa que fica no Centro de Londres.
A fotografia foi importantíssima aqui, elaborando uma atmosfera aventuresca em seu primeiro momento nas cenas durante do dia, à uma paleta entre azul e o amarelo para passarmos a noite, com o natural escurecimento proposital aumento de contraste na imagem, em uma espécie de hiper-realidade onde a tragédia virá a ocorrer.
Em um segundo plano, o uso do corvo é um interessante trabalho de metalinguagem que o roteiro propõe com as origens nórdicas de Ashirld, que não à toa, está ligada ao corvo pelas Sombras de Quantum. Vale ressaltar que na mitologia nórdica, os corvos eram associados ao deus supremo, Odin. O capítulo é entregue de bandeja para os telespectadores para que fique evidente o simbolismo do momento.
A todo momento os diálogos sabiamente brincam com vida e morte, paz e guerra. ‘Homem bom’ para ‘homem mau’, persona que remete relances do que um dia já foi o Doutor da Guerra, antes esquecido pelo próprio senhor do tempo. O ritmo na direção de Justin Molotnikov (mesmo que dirigiu o controverso Sleep No More) é essencial para facilitar nosso entendimento. Ele vai de meio hiberbólico a um final urgente pela contagem regressiva da tatuagem que sentencia a morte, mas que nem nós nem o Doutor queremos que chegue.
O fato é que desde do primeiro diálogo do capitulo dos aventureiros sobre sua mais recente conquista. Simbolicamente um jardim, que lembra proteção e alegria ou de contemplação, introspecção e preparo para a morte. A passagem desse cenário a uma rua-armadilha demonstra a mudança de estágio de uma vida para outra (segundo o pensamento Medieval, da Cidade de baixo para a Cidade de cima era praticamente uma sentença de morte). O Corvo, símbolo dos maus presságios e um dos motivos primordiais da “Grande Obra” da Alquimia (sendo isso de valor para uma temporada onde a transformação de um Híbrido é esperada) torna tudo ainda mais instigante e audacioso. A Sombra Quântica obtém ares mitológicos e sci-fi a partir desse uso inteligente do símbolo com os elementos básicos da série.
Então nos despedimos da Garota Impossível, que antes viera a ser apresentada em Asylum of Daleks, que nunca deixou de lutar pela cura interior do nosso adorado Doutor. Aqui tivemos a vitória pela simplicidade do contexto, em um último Adeus a Jenna Coleman.

E agora é respirar fundo para Heaven Sent que trará um Time Lord cheio de ira e sozinho. E bem sabemos as consequências de quando sua persona permanece sem uma companion ao seu lado. A tensão toma conta nesses últimos dois episódios da 9º temporada que trará um desfecho eletrizante e o possível retorno de Gallifrey. Será?

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Crítica Jogos Vorazes: A esperança - O Final

A nova moda das franquias atuais no cinema hollywoodiano é dividir a obra em mais de uma parte, principalmente na sua finalização. Harry Potter começou com isso e agora a tendência está sendo cada vez mais seguida. Assim, a nova grande franquia adolescente “Jogos Vorazes” segue na mesma e realiza o mesmo erro.
A esperança – O final continua os acontecimentos da sua primeira parte, com a guerra contra a capital, Katniss como grande símbolo, as disputas internas e a contraofensiva da Capital. Além disso, depois de ter sua mente torturada, Peeta se torna uma ameaça.
O filme desaponta muito. Ele não é de todo ruim, mas é bem mais abaixo do que poderia ser. Para começar pelos pontos positivos, se deve analisar as excelentes atuações dos protagonistas. Jennifer Lawrence se aprofunda mais ainda na protagonista Katniss e faz, sem sombra de dúvidas, a melhor atuação de sua carreira; Julianne Moore e Josh Hutcherson também devem ser destacados. No tempo de tela que os dois também trabalham muito bem sobre os personagens; O resto do elenco conta com alguns nomes de peso, mas todos sem tanto tempo de tela para se desenvolverem mais do que poderiam, mesmo assim, todos estão muito bem. Continuando com a direção de Francis Lawrence (diretor de Em Chamas e da Esperança – Parte 1) que consegue realizar um grande trabalho passando tudo que as cenas precisam. Alguns planos longos são bem interessantes e a sua utilização dos enquadramentos e criação de tensão na cena do esgoto, é uma das grandes coisas da série. As cenas de ação também devem ser destacadas nessa parte. Seguindo com a ótima fotografia, com ótimos enquadramentos e contrastes bem interessantes narrativamente. Por fim, a trilha sonora também é boa. Não é a melhor da franquia, mas James Howard faz um bom trabalho.
O roteiro do longa é bem mediano. A divisão em duas partes atrapalha demais para o desenvolvimento total da linha narrativa. Além disso, o clímax é quase inexistente, pois acontece no meio da trama. Além disso, o corte abrupto no que seria esse “clímax” é extremamente mal realizado e explicado. Continuando, o filme parece que não sabe quando terminar. Existem 3 finais possíveis ali, mas todos mal aproveitados e no final real, é extremamente triste ver a série acabar assim. E com um diálogo final péssimo. O desenvolvimento da protagonista nessa última parte também é bem ruim. Katniss parece não sentir nem sofrer nada pela guerra (e esse sentimento não se deve pela atuação, mas sim pela falta de material para trabalho). Por fim, a finalização da maioria dos personagens é deixada quase pela metade e bem jogada, na sua maioria.
É extremamente triste observar que uma franquia que falha demais no seu último filme, possui a melhor cena de todos os longas nele (a cena do esgoto) e ao mesmo tempo desenvolva muito pouco do que pode. Além disso, o enfoque no triângulo amoroso a todo momento é bem decepcionante e tira o total de foco que a história poderia dar para outras coisas.
Jogos Vorazes: A esperança – O Final não é um filme, mas também não é tão bom. Possui ótimos aspectos e uma qualidade bem grande no seu elenco e na sua direção, mas erra muito e nos seus próprios tropeços acaba se perdendo um pouco demais onde poderia acertar muito. A divisão em duas partes do final atrapalha mais ainda a experiência do longa numa maneira geral. Apesar disso tudo, é um filme bem divertido e, para quem assistiu até agora todos os outros, não irá perder a finalização de uma das grandes franquias adolescentes do cinema.

Nota: 6,5/10

domingo, 22 de novembro de 2015

Digimon Adventure Tri (Reunião 1-4) – Crítica


Os digimons e seus digiescolhidos estão de volta para mais uma aventura, e elevar nossa nostalgia ao delírio. Apesar de muito ter circulado dentre os fãs por toda a internet que Adventure Tri não iria acontecer, a TOEI negou tudo e seguiu com a produção. E ao invés do imaginado retorno em uma temporada regular, optou-se pelo estilo OVA, onde se trabalha mais o conceito de desenvolvimento de personagem e o drama é instalado de forma mais simplificada.
Após seis anos os digiescolhidos: Taichi, Yamato, Sora, Koshiro, Kari, Mimi, Joe e T.K seguem com suas vidas no ensino médio. Todos não parecem ter mudado em nada, mas Taichi começa a demonstrar traços de indecisão sobre lutar ao lado dos digimons, depois que Kuwagamon aparece no mundo humano através de uma distorção no espaço virtual, que passa a conectar o digimundo ao nosso mundo.
A nostalgia invade nosso olhar ao subir a trilha sonora na hora da ação, principalmente pela aclamada Brave Heart, canção tema da digitransformação. Nesse quisito Adventure Tri conta com tons levemente remixados em um ou outro detalhe mínimo de sua trilha, sem tirar o brilho da musicalidade original. Em questão musical os produtores devem ter se inspirado no crescimento dos digiescolhidos e aos poucos irão implementando novos toques nas trilhas sonoras, conforme a trama avança.
 O gráfico faz ressalvas nas cores dos digimons que estão mais em evidência, tornando-os ainda mais especiais em relação aos demais personagens. Quanto o novo formato na digitransformação, possui um plano de fundo que procura evidenciar os brasões de alguma forma, isso foi uma boa sacada, mas a base de transformação quando se digitaliza em células para simbolizar o que seria uma digitama (ovo Digimon), foi uns dois poucos pontos negativos, porém um mero detalhe, que não chega afetar em nada no produto final do conjunto da obra.
Alphamon aparentemente será a nova ameaça que os digiescolhidos e seus digimons terão de enfrentar pela frente. Um Digimon capaz de infectar outros digimons e os fazendo ficar enfurecidos. O roteiro fez um excelente trabalho com a direção deste primeiro OVA dividido em 4 partes. A sutileza em demonstrar o mistério, o romance, a ameaça traz muito do trabalho de direção trabalhado no anime.

Diferentemente do anime, o especial junta elementos utilizados em Digimon Adventure Two e Digimon Tamers para influenciar nossos heróis a agir contra o inimigo, e avisá-los sobre a eminente ameaça. Como pôr alguns dos adultos próximos aos jovens como infiltrados, que respondem a alguém maior, que segue um mistério, e vem recebendo informações sobre o mundo digital e a existência dos digiescolhidos através de Gemnai (o ancião/mentor que antes salvaguardou as crianças tanto no mundo digital tanto humano). Além de inovar usando da inteligência de Koshiro para criar um cyberespaço para manter seus digimons seguros, tecnologia essa que lembra muito da que o mesmo implementou em Digimon Adventure Two ao teleportar humanos e digimons através de uma tela de computador. Mas que passa a fazer o teleporte por qualquer televisor que tenha uma certa conversão de dados ligada a ela.
A animação e os efeitos ficaram a desejar, não obstante eles melhoraram o tratamento da cores e brilhos não tiveram o mesmo cuidado que possuíam ao trabalharam em cima dos efeitos e nos movimentos rápidos de seus personagens. Ao assistir é perceptível que em determinados momentos da ação a animação não segue o ritmo dos cortes e destoa em efeitos baratos. Outro detalhe vai por terem optado não por mais a voz dos digimons dizendo o nome dos golpes ao deferi-los, algo que pelo menos senti falta. (Mas esse último não influi no conteúdo, apenas ponto vista).
Muitos mistérios foram levantados e deixados no ar nesse primeiro momento, como quem é o cabeça da organização que cuida de atividades envolvendo o digimundo e o mundo humano. O digimundo será tema dos próximos capítulos, muito provavelmente, sendo citado mais de uma vez e uma dessas alegando que eles precisarão voltar para lá se quiserem resolver os problemas.
Aos que acharam que Digimon Adventures Tri seria apenas um spin off do anime, enganou-se, pois este veio para não somente mostrar uma continuação, mas para traçar uma linha tênue entre os acontecimentos da primeira e segunda temporada do anime que se conectam, que acredito que aqui será abordada essa conexão em algum momento.
Digimon Adventure Tri veio para apaziguar os corações inquietos sobre a volta da franquia Digimon. Vale ressaltar que a TOEI acertou a mão na continuação, que veio repleta de nostalgia, mistérios A La Digimon, amadurecimentos de seus personagens, afinal passaram-se seis anos. Soube trabalhar o romance entre seus personagens sem exageros. Dispondo-se a produzir conteúdo e histórias ainda mais amplas e complexas, pois essa fase da adolescência na qual eles se encontram oferece essa opção.


Digimon Adventures Tri obterá seis OVAs, cada um deles divididos em quatro episódios com exibição pelo streaming Crunchyroll. O segundo OVA já está com previsão de lançamento para a Temporada de Primavera 2016 no Japão, ou seja, em março teremos o segundo OVA com mais quatro capítulos fresquinhos. É agora que a aventura se digitransforma!!!


Nota: 8.0

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Review Doctor Who 9x09 – Sleep No More



No nono episódio o escritor Mark Gatis trouxe um ritmo completamente distinto, no qual a temporada vinha apresentando. Enquanto até o momento tivemos arcos compactuados, com seus respectivos desenvolvimentos de personagem em Sleep No More vemos que os casos da semana não dormem quando o assunto é Doctor Who.
Em uma ousada trama horripilante numa base espacial em Netuno vemos o Doutor e Clara encarar Sandman de Neil Gaiman ou quase isso. No século 38 a máquina Morfeus criada pelo cientista Rassmussen, acaba sendo a origem de toda uma questão sobre o abuso de poder. Essa máquina provoca alterações químicas no cérebro, além de, conseguir proporcionar ao indivíduo toda a experiência e benefícios de uma noite de sono em apenas 5 minutos.
A narrativa envolvida pelo terror do found footage, faz acima de tudo uma crítica sobre o poder e a influência das grandes corporações no modo de vida da humanidade, para que em segundo plano tornar-se-á um verdadeiro ensaio sobre metalinguagem ao próprio ato da criação artística.
A direção de Justin Molotnikov consegue ser eficiente ao manter o clima de suspense e tensão. Traz de forma moderna uma ponte com The Ark In Space e por tabela, com o longa Alien, o Oitavo Passageiro, e a citação da ‘Grande Catástrofe’, que ocorreu pela primeira vez em Frontios (1984) na quinta reencarnação do Doutor. A direção primeiramente ganha pontos pela linguagem visual escolhida, ao ter durante todo o episódio a trama contada através de planos subjetivos do ponto de vista dos personagens, com falhas de sinais e recortes de câmeras de vigilâncias. A palheta de cores frias e na sua maioria azulada contribui não só para o clima futurista que a narrativa pede, como também ajuda manter o clima de angústia.
O capítulo procura flertar com uma proposta experimental da câmera na mão, sob perspectiva de cada personagem. E a partir do clímax, o final “em aberto” torna o roteiro mais rico trazendo à tona um diferente tipo de interação entre expectador e obra audiovisual. A partir da bagagem cultural, social, política e religiosa de cada indivíduo uma nova e diferente leitura para a obra poderá ser proposta o que eleva o nível da discussão.
Um dos pontos altos do episódio está na riqueza ao citar o segundo ato de Macbeth de Shakspeare e a famosa gag da segunda encarnação do Doutor. Destaque para atriz Bethany Black, que vive a personagem 474, e já fez história sendo a primeira atriz transsexual em Doctor Who.
A verdade é que Justin Molotnikov transforma o texto de Gatiss em uma história sobre como fazer uma história. Com um caso natural em que se encontram o Doutor e sua companion, o mesmo cumpre seu propósito básico, com uma trama deslocada da sequência. E para os fãs de games de tiro em primeira pessoa, esse episódio ganha pontos por ter tal elemento na hora da ação, nos impedindo de ficarmos entediados.

Aos expectadores que apreciam roteiros límpidos e meticulosamente explicados não se apegarão a Sleep No More. E certamente o julgarão como um capítulo mais fraco, se duvidar o mais fraco da temporada até o momento, entretanto, ao explorar o gênero found footage com perspicácia pôde-se extrair mais de um caso da semana, do que normalmente o mesmo faria. Ao invés de apenas contar a história, terminamos com aquela dúvida se o que realmente ocorreu é real.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Podcast #19 Qual A Importância Do Oscar, Emmy E Grammy


Nesse podcast discutimos sobre a importância das premiações norte americanas para as produções em TV, longas metragens e no meio musical. 

Tivemos a presença do Daniel, youtuber do canal Figueira de Livros para debater a respeito e tornar o diálogo ainda mais frutífero.

Acessem o canal do Daniel para saber mais sobre literatura e Sci-Fi: https://www.youtube.com/user/DonFaleiro


Acesso a página no facebook do clube do livro Vórtice Fantástico: https://www.facebook.com/groups/vorticefantasticorj/?fref=ts

Acesso ao podcast que fizemos sobre a série Demolidor (Netflix): http://blogsentaai.blogspot.com.br/2015/04/podcast-7-demolidor-netflix.html


Link para donwload: https://mega.nz/#!ZExQiYAZ!FbYsZGQqMzQnlTmFkbBQfm-iF0gu4R6GFb-iYbXhleU

Contato:
email: sentalaquejavemhistoria@gmail.com

Twitter: @Senta_aicast
Facebook: Senta aí que já vem História



Tokusatsu Chinês ganha nova série em 2016



Aos que conhecem o gênero de efeitos especiais apenas produzido no Japão, engana-se. Na China desde de 2008 está no ar "Kai Jia Yong Shi" ou popularmente conhecida como Armor Hero, produzida pela Guandong Alpha Animation And Culture Co.Ltd, contendo 52 capítulos e uma sequência em longa metragem.

A série faz um um sucesso enorme na China, no qual gerou duas novas temporadas já lançadas as: Armor Hero XT de 2011 e Armor Hero Lava de 2013. Na trama original de 2008, cinco jovens descendentes de um antigo povo na Terra que lutava contra o mal, são forçados a voltar a ativa, quando descobre-se que esses mesmos seres malignos que anteriormente ameaçava a paz no planeta, volta para assombrar os seres humanos. Cada um dos cinco jovens possui uma armadura de combate, que lhes fornece poderes além da imaginação. Curiosamente a Televix é a distribuidora da primeira série, a mesma do tokusatsu japonês Ryukendo.




Ainda sem uma sinopse oficial foi confirmada uma nova temporada para 2016, que intitula-se Armor Hero Captor, com seus 52 episódios já encomendados e apenas dois atores confirmados: Lay Yi e Dai Shilong, que irão interpretar respectivamente Xin Yi (Captor) e Zhi Ying (Ultra Max). Uma novidade é o fato da série ter fechado contrato com a Hasbro, que deve à partir desse momento começar uma rivalidade com a Bandai que vende séries da TOEI e SABAN. Entretanto, esses produtos possam ser exclusivos da China, podemos considerar o começo para o mercado ocidental abrir para outras produções do oriente.

Fonte: Mega Hero

Confira a promo da nova série:

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Review Doctor Who 9x08 – The Zygon Inversion




Nem todos os caminhos levam a um bom episódio, mas todo excelente capítulo que se preze deve possuir um bom discurso. Em Zygon Inverson vemos a magnificência do Doutor no retorno de seus tocantes e realísticos discursos sobre o bem, o mal, o perdão e o amor ao próximo. Delicadamente bem trabalhado em seus detalhes de estrutura narrativa o oitavo episódio veio para trazer uma lágrima, ou algumas (se você for emotivo como eu).
Escrito por Peter Harness em parceria com o showrunner Steven Moffat, o episódio da semana traz uma excelente conclusão ao arco, sem esquecer as discussões inicializadas sobre política e identidade de gênero, acrescentando ainda o emponderamento feminino e mostrando as diretrizes de um pacifista. Com o caos implantado no capítulo passado, agora vemos uma exímia diminuição sob esse aspecto da direção de Daniel Nettheim, o mesmo através das paletas de cores em tons azuis e da trilha sonora o clima de espionagem e militarismo bélico, sendo reforçado pelos figurinos escuros e a aparição de bazucas e ogivas nucleares.
Um dos pontos mais bem-sucedidos da trama nesse ponto, fora o discurso do Doutor, é a forma única como o roteiro trabalha na ligação de Clara com seu outro eu (Zygon), que se intitula como Bonnie. Destaque para Jenna Colemman por estar visceral. Pelas nuncias do seus olhares, postura, modo de andar e tons de voz, o expectador consegue facilmente diferenciar qual é a Clara que está em cena e qual é a Zygon disfarçada.
Vale pontuar aqui, que a 9º temporada vem sendo claramente um mergulho em situações extremas, mortais, e mais perigosas do que normalmente o lorde do tempo e sua companion estão acostumados a lidar. Fora o fato das tramas trazerem consigo fortes composições realistas, de forma a temer pelos personagens e digerir, compassadamente, a “crônica da morte anunciada” que parece permear todo o corpus dessa temporada, que finalizará com a despedida já declarada de Clara.
Outro esplêndido ponto está nas atrizes a já citada Clara, mas também em Osggod e Kate que são personagens que brilham, tomando não só suas próprias ações, como também a resolução dos conflitos, cabendo ao Doutor apenas o papel de diplomata entre as ações.
O conflito interminável possui uma justificativa bastante coerente – novamente aqui o Doutor se recorda da Guerra do Tempo e mesmo que ele tenha a memória nítida de que conseguiu salvar seu povo, suas ações nesta guerra o marcaram de forma muito forte, lembranças que talvez sejam ainda mais dolorosas após 900 anos em defesa de um planeta em The Time of the Doctor. O fato da dupla Osgood Boxes possuir o mesmo desenho da arma Moment, sem mencionar o fato de estarmos diante de uma grande crise na Terra traz tanta emoção tendo em vista o histórico do Doutor nesse instante, que o impacto com o público é grande. Pois sabemos o peso que teve a Time War e paralelo que isso pode ter, dadas as devidas proporções para a humanidade no contexto do arco.
Apesar da minha opinião sobre considerar o capítulo 2 The Witch’s Familiar um excelente episódio, é inegável o quão bem escrito e excelentemente bem dirigido foi The Zygon Invasion/The Zygon Inversion. A dispor-se de tratar de diversas camadas políticas em seu enredo com um discurso e temática perfeitamente interconectados entre os eventos que hoje marcam toda a Europa e o Oriente Médio (Estado Islâmico e Israel X Palestina) principalmente, tal qual a onda de imigrantes e refugiados no velho Continente. E com isso o fortalecimento de grupos separatistas; os grupos políticos marrons e sua ideia de purificação da população na Europa.

Um dos melhores arcos, sem dúvida da Nova Série a discutir sobre identidade, pacifismo e antibelicismo em toda trajetória de Doctor Who. Provando da diplomacia de um herói que não usa poderes ou os punhos e ainda assim consegue salvar o dia apenas usando da ciência e diplomacia.

Atual Power Rangers Dino Charge Pode Ter Crossover Com Mighty Morphin e Dino Trovão



Desde que Power Rangers Dino Charge estreou, muito se pergunta se a nova equipe de heróis terá um encontro com equipes do passado, os tradicionais crossovers. Mas o que pode vir, é bem mais épico que isso.

Para quem assistiu a contrapartida japonesa Zyuden Sentai Kyoryuger, sabe (e provavelmente assistiu) que aconteceu um encontro entre as equipes Zyuranger (Mighty Morphin Power Rangers) e Abaranger (Dino Trovão) em um filme especial que ainda teve a participação do Super Sentai que não foi adaptado, Tokumei Sentai Go-Busters. O longa é um grande fanservice e diverte bastante, mas será que veremos ele adaptado para a versão americana

Recentemente Yoshi Sudarso e Chip (produtor da série) largaram pistas em suas redes sociais de algo poderia ou não acontecer. Todo esse boato ficou mais forte com a declaração de Camille Hyde (Dino Charge Rosa) em um vídeo onde responde as perguntas dos fãs. Ela comenta que um crossover com as equipes de Dinossauros pode ser épico e termina "Você não sabe o que pode acontecer no futuro". Clique em 4:10 do vídeo para ver o comentário da atriz:




É interessante lembrar, que já temos um quase retorno de um vilão antigo, a fantasia de Zeltrax (Novo Zeltrax) já foi revelada na série, basta saber como será utilizada.

Mesmo se os Rangers não aparecerem ou não serem dublados por seus atores, possa ser que os poderes deles possam ser acessados pelos Dino Charge Rangers (uma possibilidade). Para quem acompanha a temporada, sabe que existe algo intrigante sobre as Energems, não sabemos muito sobre sobre elas é quase como se elas estivessem ligadas ao Power Rangers diretamente, ao invés de apenas dinossauros, é como se elas diretamente pudessem se conectar à Rede de Morfagem, intrigante não?

Fonte: Mega Power Brasil

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Crítica – Assassination (2015)


Uma das revelações do cinema asiático desse ano, Assassination traz no contexto da década de 30, sobre a ocupação do Japão na Coréia do Sul. O longa se diferencia por seu realismo sob os fatos históricos e da forma dinâmica de contar o drama opressor sofrido pelos coreanos.
Dirigido pelo famoso Choi Dong-hoon, premiado por filmes como Dodookdeul e Tajja como melhor diretor e narrativa. A trama segue os libertários da Coréia do Sul que tentam acabar com a influência de um tirano sob o país. E no meio deles está Yeom Seok-jin (Jung-jae Lee), que no início ajuda recrutando atiradores, mas que acaba cobiçado pelo poder. E dentre os atiradores que recruta está a sniper de elite da terceira divisão, An Ok-yun (Ji-hyun Jun), que percorre o longa em busca de um único objetivo: matar o general japonês. E o conhecido Jung-woo Ha, que vive um pistoleiro/caçador de recomepensas do Havaí.
Com 2h 20 minutos de duração o longa vem com um tema de certo modo ‘mainstream’, no entanto, repleto de reviravoltas capaz de te fazer acompanhar uma história, onde os personagens convencem e uma heroína que não tem medo de morrer. O diretor lhe permite entrar em pontos cruciais de 1933 na ocupação de um general japonês em Seoul. O drama é instalado de forma clichê, porém com uma ação convincente, quando gêmeas são separadas após o nascimento. Uma delas sendo levada para os libertários e a outra sendo mantida pelo pai que futuramente viria assumir a cabeça da ocupação.
O humor do longa representado por dois dos libertários assume a forma de lembrança de guerra, quando mesmo esses personagens sendo secundários, Choi Dong-hoon os fez não somente serem lembrados, mas fazerem a diferença tanto quanto os protagonistas. Algo que pode ficar confuso durante o filme são quem realmente são os vilões e os heróis. Pois até boa parte da película a história se desenrola em cima de uma ação cega por parte dos coreanos que seguem em frente em sua missão. Em outras palavras, Assassination é um filme que é necessário ser paciente para entender ambos os lados.
A atmosfera fica ainda mais densa e luxuosa com a fotografia de Kim Woo-hyung, com cores escuras em seus cenários, e uma iluminação invejável, pois Kim trabalha com luzes quentes e vapores. Dando ao longa um tom histórico perfeito, sem tirar o charme dos personagens.
Do lado das atuações destaque para atriz Ji-hyun Jun(Caçadores de Vampiros de 2009), na qual desempenha de forma formidável a sniper do exército coreano com a missão de matar o general japonês e líder da ocupação no país. Sua forma reclusa é muito bem explorada pela direção em uma constante muito bem casada com o drama constituído. Outro que merece ser nomeado é Jung-jae Lee, que está bem à vontade no papel do traidor que desempenha um discurso excepcional sobre o valor histórico da Coréia do Sul. Além de já ter trabalhado com a direção de Choi em Dodookdeul de 2012.
Sob a redoma de uma vingança em recuperar o que é seu por direito, o longa parte para uma ação significativa, em que suas cenas de confronto não são desperdiçadas nem mesmo alongadas demais. Com bons registros da época e como politicamente tanto o Japão como a Coréia do Sul lideram com a situação de opressor e oprimido em tempos de guerra.


A despeito de uma característica imperativa que falta nos filmes hollywoodianos atuais, o realismo. Assassination traz emoções de crianças trocadas no nascimento, agentes duplos em um jogo de gato e rato por Shanghai e Seoul com assassinos pagos e não-pagos, que fazem surgir uma heroína.


Nota: 9.0/10

domingo, 8 de novembro de 2015

Crítica HQ Thor: O deus do trovão – O carniceiro dos deuses

Certos personagens da Marvel estavam necessitados de serem reformulados quando o novo selo “Nova Marvel” foi criado. Thor era um desses casos, já que vinha numa série de arcos bem estranhos em sequência. Assim, Jason Aaron (um dos grandes nomes da editora atualmente) foi chamado para começar essa reformulação, que deu muito certo.
Nesse encadernado lançado pela editora Panini, temos a estória de três diferentes gerações do mesmo personagem Thor. Em uma num passado, quando ele começava a ganhar grande poder de Deus; no presente, quando busca ao máximo entender tudo que ocorre e está bem mais consciente; e no futuro, quando, bem mais velho, não tem grande vigor para as batalhas. Mas todas essas mesmas faces do personagem, estão em busca de encontrar O carniceiro dos Deuses, um vilão que está matando deuses por todas as gerações.
Os roteiros de Jason Aaron são a melhor coisa desse encadernado. É impressionante o quão genialmente ele consegue relacionar os 3 diferentes espaços de tempo, criando transições para observar a vista de outro Thor, de uma maneira perfeita. Além disso, o desenvolvimento do protagonista é bem interessante e vemos uma trama bem dramática, com lutas bem fortes e bem adulta (uma grande resposta para quem diz que quadrinhos de herói não pode ter uma estória adulta). O arco de desenvolvimento do carniceiro também é deveras impressionante, onde se pode entender perfeitamente suas motivações.
Os desenhos são de Esad Ribic, que faz um trabalho extremamente competente. Ele consegue passar muito bem nas expressões os sentimentos de cada uma das personagens e o pensamento de cada um. As divisões de quadro também são extremamente bem realizadas e contam de maneira muito inteligente toda a narrativa. Os traços também são muito bem realizados e o nível de detalhamento é muito grande. O único ponto fraco vai para algumas divergências nas sequências dos desenhos, no qual, alguns detalhes parecem bem diferente dos outros.
Por fim, os desenhos de Dean White e Ive Svorcina também devem ser destacados. São muito bem colocados para passarem o clima que a estória pede, com muito tons de quadros bem mais escuros e com um sangue bem tomado pelo vermelho mais escuro, passando assim um clima depressivo e totalmente dark da trama.
A editora Panini lançou o encadernado ao preço de 26,90. O preço está numa faixa até relativamente boa, pelo material e pelo trabalho na edição. É de capa dura e tem uma capa belíssima de Esad Ribic, escolha muito bem-feita pela editora brasileira. Além disso, os extras com alguns desenhos só com o lápis e capas variantes, é muito bem colocado.
Thor: O Deus do Trovão – O carniceiro dos Deuses é uma volta num bom estilo para as grandes estórias do personagem. Com um excelente roteiro, ótimos desenhos e uma sensacional colorização, pouquíssimos detalhes fazem esse encadernado não ganhar um 10, mesmo assim, vale muito a pena a leitura e a compra.

Nota: 9,2/10

Crítica – 007 Contra Spectre


O quarto longa de Daniel Crag como James Bond trouxe uma direção comprometida com cenas de ação dignas, uma fotografia que entrega excelentes cenários e closes nos rostos dos personagens. O que faltou para o quarto longa da atual franquia do agente se sustentar como produção individual foi o roteiro.
Assim como Operação Skyfall (considerado pela maioria dos críticos uma obra-prima da série), 007 Contra Spectre foi dirigido por Sam Mendes, que deve se despedir da franquia por aqui. O novo longa vem com a clara intenção de resolver questões sobre o passado do agente para começar uma nova fase. Apesar de Spectre possuir boas intenções e cenas detalhistas, faltou coragem para dar continuidade a narrativa e técnica apresentado em Skyfall.
Como mencionei o longa consegue prender o olhar graças a excelente direção de Mendes. O exemplo disso está no maravilhoso plano sequência na abertura, durante o Dia dos Mortos, na Cidade do México. O que essa introdução consegue fazer com magnificência, o roteiro consegue abafar. Pois a mesma representa os fantasmas do passado que Bond terá de lidar no filme.
Convocado por seu atual chefe, M (Ralph Fiennes, de O Grande Hotel Budapeste), Bond é colocado sob licença por causa de sua investida no México não informada e não autorizada. Politicamente, as coisas também não estão boas. O MI-6 e, consequentemente, a seção 00, estão sob ameaça após um rearranjo do serviço secreto britânico sob a coordenação de C (Andrew Scott, da série Sherlock). A ideia de C é acabar com MI-6 e com o programa 00.
A falta de aproveitamento em determinadas cenas e personagens faz o quarto filme de 007 pecar onde não deveria. Um deles está no confronto eletrizante, que faz com que Bond conheça Madeleine Swann (Léa Seydoux), filha de seu antigo inimigo, o Sr White (Jesper Christiansen). Ela é quem vai ajudá-lo a chegar até a sede da organização Spectre. A atriz francesa é a Bond Girl da vez, uma daquelas que faz jus ao título com beleza, ar de mistério, tensão dramática e uma atuação sem clichês. Mas ainda não foi desta vez ainda que teremos a tão esperada Bond Girl madura em ação. É uma pena, ela se encaixou perfeitamente no perfil de Bond Girl madura, capaz de lidar com situações de perigo e armas de fogo, mas o roteiro não lhe dá oportunidade de demonstrar seu potencial.
O grande antagonista da Spectre, Oberhauser, revela-se um tiro nuclear no roteiro quando paramos para pensar no produto do filme como um todo e em seu final. O contexto não explora a reação de Bond, a revelação torna-se inexistente sem força, algo que teria gerado um bom diálogo. Nos alertando que o triunfo da própria Spectre também não satisfaz. Apenas uma cena demonstra a maldade cirúrgica do vilão. As qualidades do roteiro advêm, na maior parte, da nostalgia dos filmes da era Connery e Moore.

O retorno a velhos moldes dos antigos filmes de James Bond trouxe algo que há muito não se via nos modernos longas do agente. Um capanga fora do padrão. E para isso a Spectre conta com o talento e tamanho de Davi Bautista encarnado no gigante Hinx, um vilão que diverte muito em meio a muita pancadaria desenfreada. Só lhe restou um fim digno, graças ao roteiro mal desenvolvido.
Para que fique claro que a edição de Lee Smith (Interestelar) neste longa fez com o que a história fosse desenvolvida de forma correta. Não há problemas neste aspecto do filme. E a trilha sonora realizada por Thomas Newman (O Exotico Hotel Marigold 2) reforça este tom mais aventuroso do longa.
O que mata 007 Contra Spectre como um veneno, está na fragilidade no roteiro, que lentamente demonstrou maus tratos em suas finalizações e diálogos. Mas é importante apontar que o diretor Sam Mendes faz uma análise interessante sobre os filmes anteriores em meio ao diálogo entre Oberhauser e Bond. Tirando qualquer dúvida remanescente de que esses longas tratam sobre morte, vida, o fracasso, o sucesso, o passado e o futuro.


Nota: 6.5/10 

sábado, 7 de novembro de 2015

Review Doctor Who S9x07 – The Zygon Invasion


Como fazer um mix entre a ficção-científica e temas polêmicos da sociedade? Em uma trama distinta das anteriores, Harnes, o roteirista encarregado desse arco é conhecido pela polêmica em seus episódios. Já estamos familiarizados com Kill the Moon na oitava temporada, onde ele se utilizou do sci-fi para dialogar sobre o aborto.
Bem duas coisas precisam ficar claras, a primeira delas é que para entender este capítulo é necessário ter assistido Death in Heaven e The Day of The Doctor, obrigatoriamente, se realmente quiser entender o que está ocorrendo. Segundo, The Zygon Invasion discute sobre a atual crise da imigração, terrorismo e paralelamente sobre identidade de gênero e reconhecimento enquanto indivíduo.
Temos aqui nosso caso UNIT da temporada, como não poderia faltar, quando após os acontecimentos em Day of The Doctor, os humanos são representados pela mesma. Com um devido tratado de paz formado com os Zygons. Seres metamorfos que tiveram seu planeta natal destruído pela guerra do tempo, portanto permaneceram sem pátria, com isso refugiaram-se na Terra.
Agora entra o nome Operação Duplo, uma operação secreta, fora das ações normais da UNIT, para reassentar e realojar uma raça alienígena sem segredo no Planeta Terra. O tratado de paz impõe que 20 milhões de Zygons possam assumir a forma humana e viver pacificamente entre nós. No entanto, isso leva os metamorfos a renegarem algumas de suas características naturais.
Quando temos a presença da UNIT em Doctor Who, espere um episódio voltado para política, diplomacia e acima de tudo, uma crítica social, o que é o caso. O fato de um grupo separatista de Zygons ter sido formado e sequestrado Osgood é uma clara indicação de infração a um acordo de paz. Pode-se observar como o roteiro é desenvolvido em camadas, acompanhado pela direção do australiano Daniel Nettheim, que foi capaz de nos imergir neste universo diplomático. Através de câmeras de vigilância, a linguagem em vídeo amador, onde há pouca iluminação, sem mencionar a logo própria criada pelo grupo extremista.
O tipo de direção deixa perceptível como o diretor se baseou nos vídeos dos jornalistas ingleses, reféns de grupos extremistas islâmicos. O que traz uma tonalidade bem realista nesse arco da série. Explorando da tensão nos diálogos, e cenas misteriosas, onde a câmera possui um corte preciso, criando um clima de paranoia.
Falando em paranoia, ao optar pelo uso na câmera na mão na cena, onde soldados da UNIT cercam uma igreja, quando acontece um dos diálogos mais tocantes do episódio, por mais que imaginemos como essa cena irá terminar, a mesma não deixa de transmitir a verdadeira sensação de estar numa guerra. O enredo se expande quando os personagens se dividem em pequenos grupos, quando três focos narrativos são formados em três locais distintos. Kate, na cidade do Novo México, no EUA. Clara e uma certa parte da UNIT em Londres e o Doutor no Turcomenistão, país que faz fronteira com o Afeganistão e Cazaquistão.
Torna-se acentuado o tema terrorismo, que ao mesmo tempo acentua seres imigrantes no nosso planeta, escondendo um discurso sobre aceitação de identidade. Esse discurso está presente não só na justificativa dos Zygons extremistas, que chegam a matar até os da sua própria raça que vão contra as suas ideologias, como também está presente na conversa entre Osgood e o Doutor.
Quanto ao trabalho sonoro, Murray Gold não deixa de nos surpreender, com sonoridades nas cenas mais suspeitas, onde se indaga a todo momento se a pessoa ao seu lado é humana ou um Zygon infiltrado. No quisito atuação Ingrid Oliver, que vive Osgood, traz consigo nuances de uma pacifista quando ela mesma explica ao Doutor que é ofensivo perguntar se ela é Humana ou um Zygon, e que não há mal nenhum nela se sentir como os dois seres. Isso levanta novamente a questão de seres híbridos, na qual permeia essa nona temporada.
Aos whovians que já acompanharam a série clássica ficou evidente a metalinguagem que enriqueceu esse episódio fortemente. Sendo com William Hartwell (o primeiro Doutor) aparecendo em um quadro como easter egg. Ou mesmo o capítulo como um todo referenciar Terror of Zygons da série clássica com Tom Baker (quarto doutor). Além de pequenas referências aos audiodramas, sendo a Casa Segura da UNIT uma possível referência a casa do próprio Doutor mencionada nos áudios produzidos pela Big Finish.

No fim das contas, The Zygon Invasion é mais um excelente episódio da nona temporada seguindo a boa sequência de qualidade que a temporada vem nos proporcionando. Com um DNA educacional, mas que não engana ao demonstrar que cresceu em detrimento a tratar de temas contemporâneos de modo preciso, e sem exageros.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Crítica Nocaute

Crítica Nocaute
Os filmes de boxe, depois de Rocky e Touro Indomável, acabam sempre seguindo uma tendência. É claro que em um filme de esporte é bem complexo não sair do senso comum, mas quando ele é usado de uma maneira devidamente interessante e a trama toma certos caminhos bons, deve-se ser observado. Esse é o caso de Nocaute.
O longa conta a estória de Billy “The Great” Hope (interpretado por Jake Gyllenhaal), um lutador que segue invicto, mesmo possuindo uma forma peculiar de atuar nas lutas, mas enfrenta problemas de relacionamento com a filha e reclamações constantes de sua mulher sobre os a desfiguração no rosto. Assim, após um determinado acidente que ocorre na vida de Billy, tudo vira de cabeça pra baixo e ele precisa recomeçar.
É interessante começar a análise com os pontos mais altos do filme: as atuações e a direção. O primeiro ponto, é a melhor coisa da obra. Jake Gyllenhaal está sensacional de Billy e muito provavelmente levará uma indicação no Oscar (mesmo não sendo o melhor papel de sua carreira); Rachel McAdams interpreta muito bem a mulher de Billy e, mesmo sofrendo muito por ele, ela passa no olhar todo amor e admiração pelo marido; Oona Laurence rouba a cena sempre que aparece interpretando a filha. É, sem dúvidas, uma das grandes atrizes mirins que estão surgindo; Forest Whitaker e 50 Cent também estão no elenco (como o treinador e o empresário, respectivamente), mas, mesmo estando bem, não eram tão necessários grandes nomes. Sobre o segundo ponto, ela é extremamente bem realizada por Antoine Fuqua (Dia de Treinamento, Invasão a Casa Branca), um diretor experiente e que sabe realizar um bom trabalho. Os planos extremamente bem encaixados e passando todo o sentimento das situações, além das cenas de luta, que levam a uma grande imersão para o telespectador.
O roteiro do longa é de Kurt Sutter. Ele realiza um bom trabalho na utilização dos clichês. É repleto de repetições recorrentes dos gêneros de boxe, não ache que verá algo totalmente diferente. O treinador que bota para cima, a motivação, a caída, o lutador rival que provoca sempre, a cena de treinamento e etc. Todos esses fatos extremamente comuns em obras sobre boxe, mas, se bem utilizados, aumentam bem a carga que o filme quer passar e é o caso de Nocaute. É desapontante não ver muitas coisas diferentes, mas, como todas são bem-feitas, se torna mais desapercebido.
Sobre os outros aspectos técnicos: a fotografia tem um tom bem sombrio e depreciativo, que combina bastante com a estória; a trilha sonora é boa, mas nada de muito diferente; o ritmo é até interessante, mas um pouco lento demais e muito acelerado no final, algo que não tem uma constância maior.
É importante relatar que é um daqueles longas extremamente pesados. Por mais de 1 hora, logo após o acontecimento com cerca de 20 minutos, é arrastado e difícil de se assistir, devido a extrema depressão e ida para baixo na psique humana que a obra leva, mas o grande clímax é bem recompensante, apesar de extremamente óbvio.
Nocaute é um filme de boxe que não sai muito dos clichês comuns do gênero, mas, apesar disso, ele utiliza todos de uma maneira interessante, o que deixa melhor a experiência. Com algumas falhas mais evidentes se perde, mas com as atuações e a direção melhora e faz a obra, no seu geral, ser boa.

Nota: 7,2/10
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