quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Crítica Corrente do Mal

Os filmes de terror mais recentes têm tido o objetivo cada vez mais de assustar do que o medo. Assim, os longas genéricos desse gênero se mostram cada vez em maior quantidade no cinema contemporâneo e quando é visto algo que sai desse padrão, é preciso comemorar e assistir.
 “Corrente do Mal” conta a estória da jovem May (Maika Monroe) que leva uma vida bem tranquila, mas que muda tudo após um sexo com sua paquera. O garoto explica que ele carregava em seu corpo uma força que o perseguia e podia ser passada apenas pelo sexo. Enquanto ela pensa se passará para outra pessoa ou não, a jovem é perseguida por um ser estranho que pode mudar sua forma e imagem e não vai parar de persegui-la.
 Os pontos positivos são muitos. Começando com a ótima analogia que o filme trabalha. O problema da DST, tão presente no cotidiano de jovens no mundo, é trabalhado de uma forma extremamente inteligente e se torna bem claro que o ser representa isso. Continuando com a ótima direção de David Robert Michell (seu primeiro trabalho como diretor e roteirista). Ele cria alguns bons planos longos e consegue de passar o medo de uma das melhores formas possíveis: mostrando a reação das personagens. Além disso, a câmera girando em certas situações conseguem criar uma tensão constante durante as cenas. Seguindo com a ótima trilha sonora de Rich Vreeland. Ela passa todo o mistério e terror naquela situação além de lembrar de uma forma muito bela alguns filmes do mesmo gênero dos anos 80 (poucos acordes que não saem fácil da cabeça). A fotografia do longa também merece ser destacada: com sempre tons mais escuros que ajudam a melhorar na atmosfera da narrativa. Por último, o roteiro. Longe de ser perfeito ou uma das melhores coisas, ele consegue cumprir bem seu papel. Possui certas falhas, certos diálogos estranhos, mas não atrapalha no andamento da estória.
 Pelo lado negativo, é necessário começar pelas péssimas atuações. A protagonista Maika Monroe é a que mais se salva, mas o resto do elenco está bem fraco. Todos pouco mudam a expressão na maioria das cenas e se destacam pelo lago negativo. Continuando com o desenvolvimento de personagens. Essa que foi a parte mais fraca do roteiro, com algo bem raso na maioria dos personagens da trama. Seguindo, com alguns fortes erros de continuidade que incomodam bastante o telespectador. É bem claro em algumas cenas coisas que somem, em outras fica um pouco menos perceptível, mas estão ali. Para finalizar, o clímax do longa foi um pouco abaixo do esperado. Ele consegue criar um bom clima de tensão, mas para um filme de terror, é de se esperar uma situação bem mais aterrorizante do que a ocorrente.
 O final é uma das coisas mais aterrorizantes que pude ver nos últimos anos. Os últimos frames de deixar qualquer um arrepiado e fazer o que toda da narrativa de terror deveria fazer: não sair da sua cabeça o medo. A tensão constante vai ser uma das coisas mais normais após assistir essa grande película independente.
 Corrente do Mal é um dos grandes filmes de terror dos últimos anos. Não se tornará um clássico do meio, nem nada parecido, mas consegue manter um medo no telespectador que a maioria dos longas não conseguem. É sempre bom após assistir uma obra cinematográfica não parar de pensar sobre ela durante alguns dias e “Corrente do Mal” faz isso de uma maneira aterrorizantemente boa.

Nota: 8,3/10
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