REVIEW DOCTOR WHO S09E05 - THE GIRL WHO DIED

E se você descobrisse que a morte é uma habilidade?

PODCAST #18 - POR QUE ASSISTIR DOCTOR WHO ♥

Aqui discutimos sobre o porque Doctor Who, considerada a série mais antiga viva deve ser assistida. Vamos ouvir?

CRÍTICA AO FILME: PERDIDO EM MARTE

Que tal dar uma espiada na nossa mais nova crítica?

CRITICA DO LIVRO: ATÉ O FIM DA QUEDA

Que tal parar pra ler um pouco de literatura nacional fantástica?

SEMANA DO TERROR

Gostosura ou travessura? Essa semana trazemos nada mais nada menos que calafrios de te tremer a espinha. Que tal dar uma olhada em nossas travessuras diárias? Clica vai!

domingo, 26 de abril de 2015

Dica da Zekken no. 2



Konichiwa! Zekken desu! Trazendo uma dica especial de anime para vocês. :3
Um dos destaques da Temporada de Outono do ano passado [e atualmente um dos meus favoritos], se chama Cross Ange: Tenshi To Ryuu no Rondo.
No império de Misurugi, a estória dá foco na Princesa Angelise. Angelise (ou Ange) é bonita, educada e amada por todos os seus súditos. Neste império (e em todo o universo deste anime), os seres humanos têm poderes psíquicos/telecinéticos chamados de Mana. A Mana é o que faz tudo no mundo funcionar, desde carregar objetos até mover carros e criar campos de força, sendo também a fonte de energia elétrica. A criminalidade praticamente não existe, e vemos um modelo de sociedade utópica em todos os sentidos se não fosse por um pequeno detalhe: a forma como as pessoas que não conseguem usar Mana são tratadas. Consideradas como aberrações, as Normas (como são chamadas as pessoas sem poderes) são totalmente marginalizadas, sendo acusadas também de “roubar Mana” apenas pelo toque; não são sequer consideradas seres humanos.
 
Tudo ocorre bem e a vida de Ange parece ter um rumo certo. Mas, na sua tão esperada cerimônia da maior idade, acontece uma reviravolta. Mortes, traição e fuga marcam a cerimônia, mudando a vida de Ange e do Império Misurugi para sempre.

A partir daí temos mechas, ecchi [com um toque de yuri ( ͡° ͜ʖ ͡°)], gore e muitos dragões! Literalmente! O que há por trás deste lugar novo chamado Arzenal? Pode parecer meio doido, mas o grande destaque do anime é poder ter tudo isso com uma trama bem construída e fechadinha. A arte também merece destaque, a equipe é a mesma que trabalhou com o Code Geass (só que dessa vez sem a CLAMP). São 25 episódios, 23 min cada e recheados de muita ação e shounen e o anime só melhora com o passar dos episódios (destaque para o episódio 23). Vale a pena conferir!


Assista o anime legendado em português AQUI: http://anitube.xpg.uol.com.br/categories/2414/Cross-Ange-Tenshi-to-Ryuu-no-Rondo






sábado, 25 de abril de 2015

Crítica Vingadores - A era de Ultron

 Mais um filme da Marvel em cartaz e mais expectativa gerada. Pela segunda vez, o estúdio usa sua grande junção dos heróis, antes da grande guerra infinita. A história de “A era de Ultron” é bem simples. Os heróis tendo que defender a terra de uma ameaça que busca destruí-la criada por Tony Stark.
A direção de Joss Whedon se sobressai. Com alguns planos longos e, logo na primeira cena, um plano-sequência, ele demonstra sua habilidade cinematográfica. Além disso, uma ação muito bem centralizada e sem a necessidade da câmera tremida, o que torna tudo mais tranquilo e fácil de entender. O roteiro, do mesmo, segue uma linha bem básica. Comédia, drama, tentativas de frases de efeito e etc. Tudo que você já viu em roteiros de outros filmes da Marvel, não será muito diferente.
Algo interessante para destaque é a interação do elenco. Todos estão excelentes e já bem feitos em seus papéis e a interação entre os personagens é extremamente perfeita. Muito melhor do que no primeiro longa. Temos também um interessante desenvolvimento de dois personagens que não terão filmes própios: Gavião Arqueiro e Viúva Negra. Esses que tem certas coisas do passado reveladas e criam uma desconfiança para o que pode vir deles. Falando também do elenco, deve-se ter um espaço especial para os três novos personagens, além do vilão Ultron. Sobre os três, Wanda e Visão são os que mais se destacam. A primeira, interpretada por Elizabeth Olsen, é o grande nome do filme e extremamente bem trabalha. Já o segundo, quando aparece, sempre rouba a cena. Sobre o terceiro, Pietro pouco chama atenção, mas tem algumas boas cenas. O grande antagonista desse filme, Ultron, é um bom personagem. Tem uma motivação mais interessante e crível do que Loki, por exemplo. Mas ele ainda deixou um pouco a desejar.
Pelo lado negativo, o estúdio se repete em erros. O longa todo muito repetitivo em cenas de ação, buscando o humor a quase todo instante, um pouco longo demais, diálogos expositivos, tudo que a Marvel quase sempre repete e não deixa de ser diferente nesse.
A trilha sonora de Danny Elfman é muito boa. Leva todo o clima épico e de ação que Avengers tem. Mas admito que mesmo não gostando tanto do primeiro, a trilha de Alan Silvestri é definitivamente muito superior. Nesse, ele é até bem esquecível. Continuando nos aspectos técnicos, a fotografia apenas cumpre sua função bem básica e não adiciona muito na linha narrativa.
Sobre as ligações com os futuros filmes, pouca coisa é trabalhada. O fim é citado a todo instante e parece ser algo eminente, mas quando será que ele virá? Na guerra civil? Na guerra infinita? Só saberemos no futuro. Falando sobre a Guerra Civil, essa que começa a aparecer com certos indícios interessantes, mas parece que some de uma forma meio estranha.
Vingadores – A era de Ultron está longe de ser o melhor filme do ano. Mesmo assim, é um bom filme, extremamente divertido e empolgante, muito fácil de ver. A Marvel repete seus erros, mas continua sua fórmula, que, ao menos, gera dinheiro e sucesso. Bem melhor que o primeiro, mas longe de ser o melhor longa da empresa.

Nota: 8,4

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Minicast #2 Arslan Senki EPs 2 e 3



No nosso segundo encontro voltamos para falar de Arslan Senki e o que discorreu nos capítulos 2 e 3. Acompanhe nossos comentários, teorias e aprofundamentos nesse anime de Primavera,

Dê play para um mundo épico, cheio de traições, crenças, e um príncipe de 14 no meio disso tudo.

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Crítica Demolidor – Fim dos Dias

               


O hype da série do Demolidor no Netflix fez a Panini finalmente lançar o encadernado de Fim dos dias, uma das hqs mais comentadas nos Estados Unidos ano passado. Mesmo dividindo em duas partes com um preço nada convidativo, o material pode até valer a pena.
Fim dos dias retrata a história da morte do homem sem medo após um confronto com o Mercenário. Ele, próximo da morte, fala a palavra “mapone”. Logo após o fato, um jornalista do maior jornal de Hell’s Kitchen vai investigar o significado da palavra e maiores motivos de terem sido pronunciadas. A partir de aí a trama se desenrola.
A Marvel desenvolveu um time de peso para trabalhar na trama e nos desenhos. Todos de fases clássicas e aclamadas do Demolidor. Os mais conhecidos são Brian Michael Bendis e Klaus Janson, nos roteiros e desenhos. Não vale a pena citar um por um, pois a lista é enorme. Mas bem, vamos falar sobre os pontos principais que são importantes para um quadrinho: roteiro e desenhos.
O roteiro se baseia basicamente do descobrimento da palavra “mapone”. A última palavra estar relacionada com algo da vida do personagem não é novo. A clara referência a Cidadão Kane é grandiosa para os fãs de cinema. Aliás, esse dizer que se baseia o maior problema da história. Quando revelado, ele é extremamente decepcionante e até um pouco banal. Poderia ser muito melhor trabalhado, ainda mais pelos vários elementos interessantes apresentados com o passar das páginas. Um ponto interessante são as várias construções de personagens. Até vilões e personalidades importantes da vida de Matt, que aparecem em versões mais envelhecidas e terrivelmente degradantes, tem um desenvolvimento interessante e até certo arco pessoal, mesmo que bem pequeno, para cada um. Mais um ponto interessante é o do jornalista, que entra com certa visão do leitor na trama, ou seja, sem saber de basicamente nada.

Pelo lado dos desenhos, varia pelo traço de cada um. Na maioria dos casos, esses conseguem ser bem degradantes e extremamente depressivos, clima que combina muito bem com a trama. Até as variadas formas de desenhar Murdock, Elektra, Foggy, Mercenário e etc, são bem feitas e criam um clima bem dinâmico e interessante.
Um ponto negativo á se adicionar seria a coloração. Essa sempre parece tentar, sem sucesso, combinar com os traços, mas acaba criando um show de horrores muitas vezes. Em algumas páginas percebi o quanto é trágico ver uma cena que poderia ser excelente, sendo mal desenhada, colorida e enquadrada.
“Demolidor – Fim dos dias” tem tudo para os fãs de Demolidor gostarem, só que feito de uma maneira bem fraca. Desde o roteiro até os enquadramentos, tudo parece um pouco mal feito e com pressa, mas é uma grande diversão, isso deve admitir. Se você é fã do personagem, compre se o dinheiro estiver de sobra, mas se não for, não precisa nem passar perto.


Nota: 6,5

terça-feira, 21 de abril de 2015

Podcast #7 Demolidor (Netflix)



Aqui debatemos sobre a mais nova série da Marvel, distribuída pela streaming da Netflix. Falamos sobre a conexão com o universo compartilhado da Marvel, seus personagens, seu roteiro, cenários e o que esperamos para as próximas séries da Marvel na Netflix.


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Demolidor (Netflix) alguns de seus easter eggs e as referências na abertura da série


Em nosso podcast falamos sobre alguns dos easter eggs contidos na série do Demolidor, mas ainda existem outros, que iremos listar aqui. Além das referências na abertura da série.


Um jornal na parede da sala de Ben Urich, se referindo aos Vingadores.



Alguns trechos se referindo ao Punho de Ferro, que é uma das séries que estão por vir também na Netflix


Uma foto no departamento de polícia do que parece ser o Stan Lee vestido como policial


Foto no jornal contendo uma arte de Alex Maleev, artista da fase de Brian Michael Bendis

Agora quanto a abertura do seriado que possui algumas referências que valem serem citadas:

Moldando-se através do sangue escorrido, no total, a abertura possui oito imagens. A primeira delas é nada mais nada menos do que a estátua da deusa Têmis. Esta deusa era a guardiã dos juramentos dos homens e da lei, e por este motivo, é tomada como o símbolo da Justiça. A deusa possui algumas características marcantes, como a espada, a balança e sua venda.
A balança significa o equilíbrio nos julgamentos, entre fazer e aplicar a lei. A espada significa o cumprimento da lei, sua aplicação direta. Enquanto a venda é uma característica filosófica, e significa “faça-se justiça não enxergando a quem,” ou seja, a imparcialidade. Esta venda foi inserida posteriormente na imagem da deusa, e combina perfeitamente com o personagem principal, não acham?


A segunda imagem formada é uma simples caixa d’água. Estes tanques são muito comuns na cidade de Nova York, e consequentemente aparecem diversas vezes nas histórias do personagem, inclusive em capas. Presente nos telhados de prédios, Matt constantemente passa ou acaba parando em alguma.


E afinidade com água é algo presente em suas histórias. Dentro de uma caixa como esta, o herói consegue obter um momento para relaxar, visto que com suas orelhas submersas e a parede de metal, seus super-sentidos são inibidos. E fica a questão: será que em algum momento teremos uma cena envolvendo um tanque d’água? Bem não tivemos, pelo menos não nessa temporada.


As cenas seguintes não dizem muita coisa, e as constatações são puras especulações. A primeira é a de um grande prédio, em destaque, sendo formado. Com um corpo muito semelhante ao do Empire State Building (com o topo diferente), é provável que este seja o prédio central do Rei do Crime, principal vilão da série. Wilson Fisk é o chefe de toda o tipo de máfia de Hell's Kitchen, e faria sentido o mesmo possuir uma grande “base.” Além disso, em diversas cenas dos trailers, o antagonista apareceu em cenários fechados.


Vale lembrar que o próprio Rei do Crime está sendo explorado na série da mesma maneira que na minissérie “Homem sem Medo”, de Frank Miller e John Romita Jr, uma reinvenção da origem do personagem.




Em seguida, mais construções se formam. Criando um cenário referente ao bairro onde o Demolidor atua, os prédios possuem desenhos muito distintos. Possíveis centros de tráfico e organização do crime, simples prédios não dizem muita coisa quando o assunto é um herói urbano da Marvel. E o mesmo vale para a ponte, que também deixa uma questão aberta: veremos alguma cena envolvendo este cenário parecido com a Golden Gate Bridge?

Como curiosidade, nos quadrinhos Mary Tyfoid já arremessou o herói do alto de uma ponte (Daredevil #260).



E uma das últimas imagens em destaque envolve a religiosidade do herói. Personagem católico fervoroso, Matt Murdock sempre faz visitas ao confessionário de uma igreja para pedir perdão por seus pecados. Esta cena da abertura possui dois elementos-chave: a cruz, e a estátua chorando.

A cruz sempre foi muito utilizada nos quadrinhos. Uma clássica imagem de “Diabo da Guarda” foi referenciada até mesmo no filme de 2003, com Ben Affleck no papel principal, e esta história é a que melhor ilustra todo o lado da fé do personagem.


Normalmente, uma estátua chorando é sinal de tragédia. E a vida do personagem mais amargurado da Marvel é repleta de tragédias. Todas as pessoas que Matt ama acabam sofrendo de alguma forma nas mãos de seus inimigos, e a lista de mulheres que já passaram por sua vida é interminável.


Por fim, algo que simplesmente dispensa comentários. Após o início da formação da máscara clássica do personagem através do banho de sangue sendo derramado, temos um vislumbre do visual característico do herói. As orelhas, o corpo vermelho, e finalmente, a fonte clássica formando o título.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Crítica – Demolidor (Netflix)


Enfim chegamos ao dia 10 de abril, e uma das séries mais esperadas do ano pela comunidade nerd fez sua estreia fenomenal. Após terminar de assistir a nova série produzida pela Marvel e ABC exclusivamente para o Netflix, tive a certeza de finalmente ter testemunhado uma adaptação de quadrinhos que foge do gênero inserido, assim como Christopher Nolan conseguiu em Batman – O Cavaleiro das Trevas. O seriado demonstra que existe espaço para se trabalhar um herói cultuado pelos fãs respeitando integralmente sua mitologia, além de apresentar aos que desconhecem os quadrinhos um material de primeira, que pode ser apreciado independentemente de qualquer outra consideração.
Demolidor é uma série de tv policial à princípio, e um thriller dramático como segundo plano e somente depois, sim uma obra baseada em quadrinhos de super heróis. Contendo 13 episódios, a série fez jus ao personagem, trazendo uma abordagem adulta e sombria ao contar suas origens e como chegou a ser o herói que traja um uniforme de demônio e protege o bairro de Hell’s Kitchen em Nova York.

A estrutura segue a linha de investigação policial em que um grupo de pessoas – os advogados iniciantes Matt Murdock(Charlie Cox) e Foggy Nelson(Elden Henson) e a vítima transformada em secretária/ braço direito Karen Page(Deborah Ann Woll) tentam de dissipar a onda de crimes que assolam Hell’s Kitchen, cuja trilha acaba levando a Wilson Fisk, o Rei do Crime dos quadrinhos, brilhantemente interpretado pelo ator Vincent D’Onofrio.  Entretanto, Matt Murdock, cego desde dos nove anos em virtude de um acidente com elementos químicos que amplificaram seus demais sentidos a níveis sobre-humanos, também atua à margem da lei, como vigilante mascarado vestido de preto.
O panorama sob o protagonista é um dos pontos positivos da série, onde este vai sendo construído através de flashbacks de sua infância no decorrer dos capítulos. Desde do momento do acidente que afetou sua visão, seu pai, até seu treinamento para aperfeiçoar suas habilidades. Portanto, o quebra-cabeças começa a ser montado, que por sinal é semelhante a versão de Frank Miller e John Romita Jr na minissérie Homem Sem Medo. O que por sua vez, essa HQ serve de base e inspiração para muito material na série da Netflix.
Certamente Steven S Deknight soube proporcionar um show à parte, no que diz respeito a humanidade de seus personagens, algo muito bem trabalhado, ao ponto de abafar inteligentemente a relevância dos super poderes de Murdock. Pouco vemos de suas habilidades especiais e toda vez que há um combate, sentimos o esforço do personagem em derrubar a socos e pontapés seus adversários (que, diga-se de passagem, são seres humanos comuns e não alienígenas ou super vilões) em lutas coreografadas com habilidade e veracidade. Apenas um exemplo disso foi na luta ao final do segundo episódio em que Murdock, com seu uniforme improvisado, tem um longo embate com diversos capangas armados: cada soco é dado com o corpo, não só com a mão; cada sopapo começa com um impulso, nunca vindo do nada; cada segundo de descanso que o herói tem ele aproveita para recuperar o fôlego. A luta é difícil, penosa, dolorosa e, dentro da lógica de uma série de TV em que o protagonista tem habilidades especiais, mas não conta com a superforça, martelos mágicos ou visão de calor, perfeitamente cabível. Sem mencionar, o fato de que essa cena ser um plano-sequência sem cortes, o que acrescenta outra camada de apreciação. E convenhamos “um Murdock sempre se levanta” não é?
O triunfo da série está na construção de cada personagem, que nos faz genuinamente se preocupar com eles. Como por exemplo o senso de inocência em Matt, Foggy e Karen, que querem ajudar a população local, mas não fazem ideia do tamanho do problema em que estão se metendo. A verdade é que Matt Murdock – o Demolidor – nem de longe lembra outros super-heróis. De “super” mesmo, só sua vontade de fazer o bem, de ajudar a limpar Hell’s Kitchen dos maus elementos. O mesmo vale para o divertido Foggy Nelson, que tem um fortíssimo laço de amizade com Murdock(o bromance mais famoso dos quadrinhos) e Karen Page. Somados a eles, existem ainda, o repórter experiente Ben Urich, da velha guarda, que sempre busca a verdade da maneira mais ética possível. E temos Claire Temple (Rosario Dawson) a enfermeira que encontra Matt jogado numa lixeira  e salva sua vida costurando seus ferimentos. A partir daí, os dois acabam se relacionando, pois a vida de Claire passa a correr perigo devido a seu envolvimento com o vigilante.
A Claire Temple da série é uma mistura da personagem de mesmo nome nos quadrinhos com a Enfermeira Noturna, chamada Linda Carter e tem uma clínica secreta para cuidar dos ferimentos de vários heróis que decidem procurá-la, o que leva a crer que veremos uma participação maior da personagem nas outras séries urbanas da Netflix com os personagens Marvel.

Cada um deles é vivido por um ator escolhido a dedo em uma combinação improvável. Charlie cox que até agora era inexpressivo, tem a oportunidade de uma vida ao encarnar Matt Murdock/Demolidor. Seu trabalho molda o personagem com humanidade e força. Nada de músculos definidos ou beleza adolescente. Ele é um homem profundamente religioso que tem uma missão, mas não tem certeza se pode fugir do demônio que o assombra. Vemos a dúvida em seu semblante o tempo todo e isso é essencial para que acreditemos nele como alguém falho, mas obstinado; solitário, mas amigo; verdadeiro, mas com segredos sombrios. Seu melhor amigo Foggy Nelson, é vivido por Elden Henson, outro ator substancialmente desconhecido, mas que consegue ser, facilmente a luz enquanto Murdock é a escuridão. Sua felicidade inebriante mesmo diante das mais adversas situações leva aos únicos momentos descontraídos da temporada que, porém, nunca são forçados ou repetitivos. A bela Deborah Ann Woll (Jessica Hamby, de True Blood) vive Karen Page, a “donzela em perigo” que imediatamente dá a volta por cima e mostra ser muito mais do que esse rótulo injusto indica.
Mas agora vamos falar dos vilões. Sim, vilões. No plural mesmo. Porque nem só de Rei do Crime vive o Demolidor. Aliás, como a série trata de ser uma origem não apenas para o Demolidor, mas também para Wilson Fisk, o criminoso não chega a ser chamado em nenhum momento pela alcunha de “Rei do Crime” de fato. Porém, isso não desmerece e nem diminui o poder que o personagem tem na série. Chamado nos primeiros episódios de apenas “o empregador” por seu lacaio de confiança James Wesley (Toby Leornard Moore) Fisk age como uma sombra que está em cada canto da cidade, com influência em cada ato criminoso, e com ligações que vão até mesmo ao departamento de polícia e o sistema judiciário.
O fato é que na série, Fisk não é o único vilão que assola a Cozinha do Inferno, apesar de obviamente ser o grande antagonista do Demolidor. O criminoso divide territórios com os irmãos russos Anatoly (Gideon Emery) e Vladimir (Nikolai Nikolaeff), a máfia japonesa liderada por Nobu (Peter Shinkoda), a tríade chinesa encabeçada por Madame Gao (Wai Ching Ho), além do interesseiro Leland Owsley (Bob Gunton), o Coruja dos quadrinhos. Todos os vilões têm um propósito e não ficam perdidos na trama, porém eles acabam sendo um pouco menos desenvolvidos de como deveria, pois os holofotes estão para Wilson Fisk, então o desenvolvimento dos mesmos fica para uma próxima temporada.
Quando vemos Fisck pela primeira vez, a câmera está em sua mão, especialmente para capturar o tique nervoso em seu dedo enquanto ele observa um quadro em uma galeria de arte. Esse pequeno aspecto já prenuncia o tipo de personagem que veremos a telinha dalí pra frente: um homem com uma tristeza profunda, que encontra esperança de normalidade por intermédio de uma mulher, mas que sabe exatamente quem é e o que deseja. Cabe a nós espectadores e aos heróis da série descobrir exatamente quem ele é, e aqui vemos um dos momentos de maior brilhantismo no roteiro. Tudo é relativizado e rótulos são derrubados. As dúvidas de Matt Murdock sobre quem ele é e qual é a sua missão refletem no que Wilson Fisk é ou diz ser e vice-versa. É um fascinante jogo psicológico que empresta mais camadas ainda à uma série que, ela própria, foge de rotulação.
E essa fuga de rotulação não existe apenas na tentativa de classificar a série como sendo ou não “de super-herói”. Um exemplo simples é o artifício do flashback, algo clichê e comum demais em séries, acontece que em Demolidor, seu uso é cirúrgico e não segue uma linearidade. Existe apenas para enriquecer a história e não somente existir, para ocupar tempo nos episódios ou para introduzir aspectos narrativos externos ao que vemos no presente. Da mesma maneira, o tom sombrio não é aleatório. Não é o “sombrio” só porque é moda. A escuridão, é parte da narrativa. Observamos para um microcosmo de uma cidade suja e aterradora que tem suas próprias regras e com um protagonista que depende do elemento surpresa gerado pela escuridão para compensar o fato de ser alguém quase comum. Mas o sombrio da série está presente mesmo nas sequências fotografadas à luz do dia. Afinal, é ou não sombrio o apartamento asséptico de Fisk e seu ritual matinal de omelete e escolha de ternos (todos quase iguais)? É ou não sombria a vista panorâmica da cidade que vemos a partir da outra margem do Hudson, com um peso que sabemos que existe e que é quase palpável? É ou não sombria a sequência artificialmente idílica da iluminada conversa entre Madama Gao e Wilson Fisk no topo arborizado de um prédio em Manhattan? Sombrio não necessariamente é escuro. Sombrio é o estado de espírito da série, algo que em nenhum momento, absolutamente nenhum mesmo, perdemos de vista. E, quando a escuridão é quebrada, ela é quebrada por uma luz amarelada que nos remete à enfermidade, claramente significando a infecção putrefata pela qual passa Hell’s Kitchen.
Ué mas não tem defeitos? A grande verdade é que sim, há defeitos, alguns mais visíveis outros menos. O que mais me chamou atenção foi a necessidade constante de diálogos expositivos para reiterar algumas situações, especialmente a rede de vilões controlada por Fisk e sua estrutura corporativa. A reiteração existe e faz parte da natureza de uma série de TV, no entanto, em Demolidor, ela às vezes faz a narrativa parar para um diálogo tanto que quanto artificial, então depois tudo continue normalmente. Como se o personagem parasse, olhasse para câmara e explicasse aos espectadores o que está acontecendo.
Outros aspectos menores são os menos problemáticos, mas eles estão lá. São personagens que entram e saem da temporada sem maiores explicações, alguns claramente para criar ganchos para histórias futuras, outros simplesmente por deixarem de ter utilidade. Em um caso ou outro, deixam dúvidas no espectador e criam pequenos buracos no roteiro.
Sobre o Universo Cinematográfico Marvel, a série está profundamente encravada nele. Mas não esperem menções escancaradas e mal escritas. Tudo é trabalho com discrição, dentro do que é realmente necessário. Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk têm suas presenças sentidas, mas eles todos estão num plano distante da realidade do “herói urbano”. Os Vingadores cuidam do macro, o Demolidor do micro. Há espaço para convivência perfeita dos dois tipos de heróis, sem que um precise fazer vista ao outro. A série é tratada com consequência direta após a batalha de Nova York, aquele que vimos em Os Vingadores e a ação tem início 18 meses depois que alienígenas quase destruíram a cidade. O caos causado pela cidade, mais especificamente em Hell’s Kitchen, é usado como catapulta para toda a mecânica por trás da presença de aproveitadores de toda sorte, dos pequenos ladrões até a figura de Wilson Fisk. Tudo se justifica em uma escala, porém que não alcança os olhares dos grandes super heróis dos filmes, permitindo o comparecimento do Demolidor como um vigilante local. A série, em outras palavras, ocupa um espaço que coexiste com tudo o que vimos até agora de maneira pacífica e astutamente escrita.
Demolidor é mais um de fato, mais um sucesso na série de êxitos do Netflix. Pode e deve ser vista aos fãs e não fãs de quadrinhos. Mais um motivo os amantes de séries policiais. E aos fãs fará brilhar os olhos acompanhar o se agigantar da mitologia do Homem Sem Medo com tamanha fidelidade na tela. Agora é aguardar as próximas séries da parceria entre Marvel e Netflix, que são Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro, e aguardar o retorno do Demolidor em Defensores, que promete unir todos esses personagens em uma super-equipe de heróis urbanos.

Nota: 9,5


terça-feira, 14 de abril de 2015

Crítica Better Call Saul

A dificuldade de realizar um spin-off e acabar não buscando conexões com a obra original é devidamente difícil, mas imagina uma série que não precisa se sustentar pela sua obra original e consegue realizar uma temporada espetacular. Essa é a definição da primeira temporada de Better Call Saul.
Na série conhecemos James McGill (futuro Saul Goodman), um advogado conhecido como “porta de cadeia” e que sempre pega casos bem ruins e ganha mal. Ele mora com seu irmão, que possui certos problemas psicológicos, e é advogado parado de um grande escritório de advocacia chamado HHM. Isso pode se resumir como premissa básica da série: a vida de James.
Os pontos positivos começam pelas excelentes atuações. Bob Odenkirk rouba a cena, como já fazia em Breaking Bad, e consegue comandar grande parte dos episódios. Continuando com o maravilhoso roteiro. Todo o desenvolvimento dos personagens é algo digno de aplausos, além dos sempre geniais diálogos e frases perfeitas criadas por Vince Gilligan. A direção de todos os 10 capítulos é sempre perfeita. Realiza perfeitamente seu papel em enquadramento e até em algumas sequências de planos. Além disso, a fotografia da série é um show a parte. Realiza referências por todos os lados, além de cumprir muito bem seu papel, também digna de aplausos, na sua estética narrativa. Um exemplo disso é em quase todos momentos James ter um dos lados de sua face escura, como se ainda algo ruim fosse aflorar dele.
Nos aspectos técnicos, o seriado também deve ser vangloriado na estética criada dos anos 70 pelo design de produção. Além disso, a trilha sonora é maravilhosa e um toque especial para as mudanças de abertura, mas sempre com o mesmo tema e sempre se encaixando no que determinado episódio busca.
Pelo lado negativo, apenas algumas poucas falhas de continuidade em alguns capítulos e alguns problemas de ritmo em outros, mas nada que atrapalhe a experiência de uma maneira geral.
 De uma série derivada de Breaking Bad, umas das séries mais amadas e bem elogiadas dos últimos tempos, não faltam referências. Desde frases marcantes, objetos e até personagens, destaque para Mike que aparece em grande parte da temporada. Alguns desses “agrados” para os fãs são tão fantásticos, que podem até deixar alguns emocionados (como foi no meu caso).
O season finale criou muitas diretrizes que se prosseguirão na próxima temporada. A transformação de James em Saul parece que acaba de começar com tudo que acontece, mas a série não deixa de abrir várias perguntas a serem respondidas. Agora resta apenas esperar pelo o que virá pela frente.
A primeira temporada de Better Call Saul foi muito mais do que esperado. Contando uma história solo de um dos melhores personagens de Breaking Bad, ela busca sempre pela originalidade e consegue isso com perfeição. Com certeza, uma excelente pedida para qualquer um.

Nota: 10

domingo, 12 de abril de 2015

Minicast #2 Shuriken Sentai Ninninger Ep 3 E 4




De volta em mais um Minicast no gênero Tokusatsu, que tratamos sobre o Super Sentai atual Shuriken Sentai Ninninger. Aqui comentamos sobre os capítulos 3 e 4. Debatemos sobre nossas teorias para um roteiro possível ao longo da temporada. E o atual desenvolvimento dos personagens.

Dê play para adentrar num universo onde os shinobis não se escondem!!

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quinta-feira, 9 de abril de 2015

Crítica – Death Parade



Tendo sua estreia na temporada passada de inverno e dando representatividade aos seinens, Death Parade é o tipo de anime que nos intriga e provoca do início ao fim.
O anime começa nos dando a ambientação de um bar, onde um casal aparece sem saber exatamente o porquê ou como chegou lá, sem se lembrar nem mesmo o que fazia antes de estar no local. Sem encontrar uma saída, o casal é convencido pelo barman, chamado Decim (única pessoa no bar além deles) a jogar um jogo apostando suas vidas. O que acontece com quem perde? E com quem ganha? Nada disso é dito até certo ponto deste primeiro episódio, que acaba por desenvolver sua trama em torno das atitudes e reações do homem e da mulher enquanto jogam. Um desfecho surpreendente e a descoberta do real papel do apático barman deixam tudo mais intrigante, dando o impulso inicial necessário para que continuemos a querer entender o que é tudo aquilo que acabamos de assistir.

Obs: não pretendo revelar mais detalhes do que acontece no anime além disso por motivos de spoilers. :v

Um ponto muito positivo no staff do anime é o fato do criador, do diretor e o roteirista serem a mesma pessoa!
Yuzuru Tachikawa, soube exercer os três papéis de maneira fenomenal. O roteiro segue um bom fluxo, não é do tipo que nos faz ter muita empatia pelos personagens mas do tipo que nos faz refletir sobre suas escolhas e características. O psicológico do expectador é testado a interpretar/suportar diversas situações; tratando de assuntos pesados como violência doméstica, suicídio e abuso sexual.
O roteiro dos episódios se alterna de maneira equilibrada entre mostrar as diversas pessoas que vão ao bar Queendecim, explicar o porquê deste lugar existir e nos dar uma noção da história por trás de alguns personagens. Por essa variação de foco nos episódios (pelo menos até o sexto), o anime não parece ter uma plot definida, mas isso não influencia na continuidade da estória quando nos é apresentada a trama principal – mesmo que esta siga em segundo plano até o penúltimo episódio do anime. Os acontecimentos foram apresentados numa ordem que poderia dar muito errado se não fosse pela cautelosa e equilibrada direção do Tachikawa-san, que nos permite ir e voltar no tempo de cada capítulo sem nos deixar confusos e ainda com boa exploração dos temas abordados. Vale também dar destaque aos episódios 8 e 9 que, sem dúvidas, foram o ponto mais alto em todo o desenho em todos os aspectos.

A arte do anime também merece ser elogiada tanto em design de personagens/ambientes, quanto no tipo de traço escolhido. A expressividade, o jogo de luzes e filtros escuros nos deixam muito mais sensíveis aos acontecimentos ao longo dos episódios, o que foi complementar à intenção citada anteriormente de fazer o psicológico expectador reagir as ações dos personagens. A preocupação com os detalhes também é algo que foi muito bem aproveitado não apenas na função estética, mas também na simbologia funcional à trama.


A trilha sonora faz da ambientação situacional perfeita. A imersão de quem assiste é praticamente completa graças a isto. Sem contar que o tema de abertura, Flyers (BRADIO), se torna um excelente alívio cômico para o anime [ainda mais para aqueles que, assim como eu, viram quase todos os episódios em sequência, haha]. O encerramento também foi muito preciso, a música FULLi (NoisyCell), encaixou-se perfeitamente tanto quando as cenas finais eram padrão quanto eram cenas dos personagens envolvidos no episódio, uma melodia muito forte e compatível com o contexto do anime.

De tudo mostrado pelo anime, o único “defeito” digamos, é o fato dele terminar com muitas pontas soltas - algumas questões sem respostas, relacionadas principalmente à importância de alguns personagens e a origem do prédio onde se encontra o bar. Digo com aspas pelo motivo de que, mesmo curiosa por algumas respostas, o anime não prometeu responder tais questões mas sim mostrar debates e resolver a plot principal. Da forma como foi encerrado, o anime dá e não dá ao mesmo tempo margem para uma segunda temporada. Os acontecimentos finais ditam uma mudança muito grande no personagem Decim, o que poderia ser aproveitado de maneira fenomenal numa continuação. Mesmo assim, o final pôde ser satisfatório no sentido de que ele conclui um (primeiro?) ciclo de reflexões sobre caráter, humanidade e os conceitos de bom e mal, que acabam por ser o real propósito de toda a produção, creio.

Death Parade faz jus ao gênero seinen, traz suas discussões sobre certo e errado, justo e injusto e sobre como a mente humana lida com seus próprios limites. Personagens interessantíssimos, animação fluida e bonita mesmo que tratasse de temas pesados. A produtora Madhouse vem trazendo animes com um padrão muito bom, e este sem dúvidas foi um dos melhores da temporada de inverno 2014/2015 (se não foi O melhor mesmo na minha opinião).

Nota: 9,5/10


terça-feira, 7 de abril de 2015

Minicast Animes #1 Arslan Senkin

Em nosso primeiro Minicast sobre animes. Optamos pelo estreante dessa temporada de Primavera no Japão chamado Arslan Senki. Comentamos sobre o EP 1. E estaremos comentando cada capítulo semanalmente ao longo da temporada. Temos o retorno do convidado Okasaki. E o novato Kabutows.


Link para download: https://mega.co.nz/#!1EwGGJyI!NLxbVwj_fuWTvNeZfyxLfcmmrJu-1JJxZMMlqT3XogY

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sábado, 4 de abril de 2015

Podcast #6 Death Note - Os Reis do Novo Mundo


Em nosso sexto podcast falamos sobre o mangá/anime Death Note. Seus personagens, o enredo e seu diferencial por não haver um vilão propriamente dito. Estivemos com o convidado Okasaki, que colaborou para uma conversa mais aprimorada sobre o assunto.
Mas, a pergunta que permanece é: O que você faria se tivesse um Death Note?


Link para download: https://mega.co.nz/#!cYxxnRSS!mZ5jvpY3F_ZxcSXR4WfpZLTYVCHoXZ9mykbbj6O4UGM



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