segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Crítica 1ª temporada Unreal

Fazer séries com temas fora do comum tem se tornado cada vez mais difícil. A criatividade da maioria dos roteiristas acaba entrando numa mesma mesmice, que atrapalha muito aos amantes do audiovisual, mas devemos aplaudir sempre que algo que difere aparece. Assim, Unreal chega como uma grata surpresa nessa temporada de seriados, com uma forma e uma estória totalmente inovadoras.
 Unreal conta sobre os bastidores de um programa reality show de TV sobre namoros. Assim, temos a protagonista Rachel (Shiri Appleby) que é a assistente de palco responsável pela manipulação de certas reações e ações de todos os participantes dentro do show, para dar uma maior visibilidade e polêmica, que a produção deseja.
A série retrata de forma bem clara sua crítica aos programas de reality show que, mesmo o público não achando, são devidamente roteirizados e feitos de maneira a trilhar determinado caminho. A questão é que essa crítica é realizada de uma maneira muito bem-feita, mesmo com certos exageros. O grande ponto é que poderia ter sido um outro estilo de programa abordado, mesmo esse tendo funcionado muito bem.
 Começando pelos pontos positivos, é necessário destacar as atuações. Todas estão devidamente bem realizadas e bem encaixadas. Shiri Appleby precisa ser indicada a alguma premiação grande, se o mundo for justo, pois encaixa de maneira fantástica na sua personagem e cria uma apatia e antipatia ao mesmo tempo pela personagem, algo devidamente impressionante. De ponto mais fraco nas atuações, apenas destaque em Freddie Stroma, que está abaixo da maioria, mas não compromete. Seguindo pelo ótimo roteiro. Reviravoltas acontecem em uma quantidade bem grande durante toda a temporada e criados de maneira espetacular. Alguns diálogos são dignos de aplausos e a construção dos personagens também é ótima. A direção dos episódios é boa, mas nada mais que isso. Deve ser colocada como positiva pois alguns planos e andamentos conseguem fugir do padrão, mas está longe de ser a melhor coisa da série. A trilha sonora também deve ter seu destaque. Complementa bem em muitas situações e a música não-original em algumas finalizações de episódios é muito bem utilizada.
 Pelo lado negativo, devemos começar com certas coisas um pouco forçadas. Por exemplo, a adição de uma personagem no meio da temporada com objetivo apenas de criar uma intriga, que não consegui engolir. Além disso, a adição de outra personagem já mais para o final de uma maneira meio sem sentido. Seguindo, a direção de fotografia da série é bem fraca. Não sai muito de um padrão bem comum e pouco adiciona na estória, servindo para apenas estar ali.
 O fim da temporada não chega a ser muito fraco, mas ficou um pouco decepcionante pelo total que a série fez. O episódio final vinha numa ótima onda e continuidade, mas se perde demais nos 10 minutos finais, meio que tentando deixar tudo em aberto de uma maneira bem esquisita. A questão é que ocorre um fechamento no arco narrativo desses 10 episódios e o que poderá acontecer no próximo ano do seriado? Só resta aguardar.
 A primeira temporada de Unreal foi uma grata surpresa no mundo das séries. Uma estória que fugiu muito bem do padrão e criou um arco narrativo totalmente diferente do que se vê na TV atualmente. Longe de ser a melhor coisa dos últimos anos, mas uma diversão muito bem trabalhada e pensada. Gosto quando algo mais comercial nos faz pensar e refletir um pouco e Unreal faz esse papel muito bem.


Nota: 8,1/10
←  Anterior Proxima  → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário