No volume 2 trazido pela JBC continuamos a jornada a tentar
entender por quê Kaijus retornaram ao planeta Terra. Agora a dupla Eiichu
Shimizu e Tomohiro Shimoguchi resolvem esclarecer os fatos em mais detalhes. E Zetton antes inimigo que matou Ultraman, agora está disposto a ajudar a manter
a paz, não necessariamente a ordem.
O alienígena agora oferece a chance a Shinjiro a se tornar
o novo Ultraman, afim de proteger um tratado de paz, que a 40 anos vigora no
universo, onde consiste na aliança entre diversas raças alienígenas, e a
invasão não consentida é um crime. Para tal a Terra fez parte dessa aliança
após a partida de Ultraman. Mas que a sete anos Bemstar quebrou essa regra. É
importante notar aqui, como Shimizu-san fez questão de colocar logo o pior
inimigo do herói como aquele que será seu mentor. Pelo menos, à princípio.
O volume é focado em Shinjiro tomar a decisão de ser o novo
Ultraman para toda uma sociedade, confusa com a volta do herói. E uma pequena
crítica social (pelo menos ao meu ver) sobre os Otakus. Um alien na forma
humanoide segue uma Idol, e reclama de ‘haters’ na internet, os quadros
escolhidos para relatar a cena foram evidentemente com um teor de demonstrar sobre os Otakus, que
no Japão são aquela parcela da sociedade que não sai de suas casas, afim de
passar dias e dias enclausurado em suas casas.
Ao mesmo tempo é descrito que os aliens que vivem entre os
humanos se mantém nas sombras, alguns matam os humanos escondidos outros apenas
convivem. E foi exatamente esse o Tabu que Shimogushi-san procurou quebrar ao
desenhar a destruição causada por uma perseguição entre o alien Adacic e
Ultraman pela cidade.
Agora Shinjiro usa seus poderes a serviço da nova Patrulha
Científica, que atua nas sombras como se fosse uma espécie de MIB no controle
dos alienígenas, apesar de oficialmente não existir mais. E nessa Patrulha
Científica existe Moroboshi (uma referência clara a Dan Moroboshi, o eterno
Ultraseven). O mais interessante sobre a repaginada são as referências sutis e
outras mais claras sobre a cronologia. E aqui temos a presença da Idol Rena, um
conceito super comum no Japão, mas nunca utilizado nas histórias de Ultras.
(Pode ter sido só da minha mente, mas o nome Rena pode não ter sido escolhido à
toa, pois quem bem sabe Rena é o nome de uma oficial da GUTS em Ultraman Tiga)
Então nos vemos diante da seguinte questão: o mangá de
ULTRAMAN é canônico ou não? Vale na cronologia dos Ultras? A resposta é
simples. SIM, e NÃO. Em suma, o mangá ULTRAMAN pode ser considerado uma
sequência, em que não vieram outros Ultras pra Terra, só o original. Ainda
assim há um punhado de referências ao universo Showa (correspondente a
Ultraman, Ultraseven, O Regresso de Ultraman, Ultraman Ace, Ultraman Tarô,
Ultraman Leo, Ultraman 80 e Ultraman Mebius, sendo esses três últimos
disponíveis oficialmente aqui pelo Crunchyroll), tanto em situações quanto em
personagens.
Mais uma vez faço menção ao trabalho de edição do Cássius
Medauar e a sempre ótima tradução da experiente Drik Sada da JBC. Pois a edição
nacional se tornou algo primoroso e nostálgico ao mesmo tempo de se ler. Nos
vemos no volume 3!
Nota: 9.5
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