sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Crítica Turma da Mata: Muralha

Se você achava que as Graphic MSP do Astronauta seriam o máximo de uma estória adulta e um pouco mais pesada que esse novo selo poderia ter, Turma da Mata veio para acabar com isso. Uma trama política, com traições e uma trama bem direta, mas bem complexa.
 Turma da Mata: Muralha conta a estória de um reino comandado pelo jovem Rei Leonino II. Certo dia, após um acidente, seu transporte cai no meio da mata e ele é dado basicamente como morto. Assim, o senhor Fuinha se aproveita da situação e busca se tornar uma liderança no reino, forçando seu escrivão, Jotalhão, a criar e realizar determinadas atitudes ilegais, para o primeiro obter seu domínio.
 Nos pontos positivos, se pode começar com a genial arte de Roger Cruz. É simplesmente fantástico o trabalho que ele realiza, seja na divisão de quadros ou no aspecto dos protagonistas e secundários. Os traços e detalhamentos de cada um dos personagens é algo digno de aplausos. O sentimento de imersão se torna muito forte. Continuando, com a colorização sensacional de Davi Calil. Ela colabora na dimensão dos traçados, além de aumentar mais o clima total que a estória consegue passar. É a arte numa de suas formas mais belas. Por último, o roteiro. Esse que eu possuo críticas e elogios, mas creio que as críticas não estão relacionadas numa culpa ao roteirista Artur Fujita. Toda a narrativa é muito bem trabalhada e todas as subtramas muito bem realizadas. No desenrolar da linha narrativa, ao observar as interações entre os componentes da Turma da Mata, é uma das coisas mais divertidas ao ler esse quadrinho. A utilização de uma trama política devido a muitas tiras da Turma da Mata terem sido críticas ao regime militar, foi algo também extremamente inteligente.
Pelo lado negativo, se pode começar, como dito anteriormente, com o próprio roteiro. Uma trama que é tão bem trabalhada e é criada de uma maneira tão complexa, não dá para ser resolvida em tão poucas páginas. É bem claro, após ler a HQ, que as páginas não dão nem um pouco em conta do que toda a estória poderia ser. Uma continuação é muito necessária. Outro ponto que poderia ser melhor trabalhado é em relação a capa escolhida pela Panini. Nos extras que a revista contém, é possível ver outras possíveis capas melhores do que a escolhida, mas creio que essa chame mais atenção.
 O final da narrativa é até interessante, mas cai num clichê de lugar comum. A continuação me pareceu bem certa pelo fim, mas ainda não possui confirmação oficial. Apesar disso, o apelo todo é valido por uma necessária continuidade para essa grande estória, que precisa de um universo expandido.
 A edição trazida pela editora Panini possui o preço que já estava sendo das últimas edições da Graphic MSP (31,90 para capa dura e 21,90 para capa cartonada), mas é bem possível achar em lojas grandes o preço mais barato. O acabamento geral é o padrão bem bonito de sempre, apenas a reclamação com a capa da HQ. Os extras também são excelentes e complementam bem após a leitura.
Turma da Mata: Muralha é um dos quadrinhos mais adultos lançados pelo selo da Graphic MSP. É uma estória bem diferente do que é possível ver e possui muitos pontos positivos nos seus aspectos técnicos principais, apesar de uma necessária melhora que deveria acontecer no roteiro.

Nota: 8,6/10
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