E se o futuro lhe mandasse uma mensagem avisando-o sobre o
grande fim de dois mundos se colidindo? A partir dessa ideia que a adaptação do
game de mesmo nome inicia sua batalha. Uma verdadeira batalha, de fato é para
animes baseados em jogos emplacarem, e apesar de uma boa premissa Gunslinger
desaponta na direção e no roteiro pela falta de detalhes.
Gunslinger é baseado em um jogo da Nitro+ que teve a mão do
Urobuchi Gen (Madoka Magica, Fate/Zero, Psycho-Pass). Apesar disso, o anime não
teve a participação dele no staff e nem como supervisor de roteiro, o que
certamente foi de grande impacto na obra em seu desenvolvimento. Não é de se
admirar que a direção tenha sido um dos principais incubadores da derrota desse
anime. Visto que o diretor Ezaki Shinpei não tem um histórico como diretor, ou
seja, um iniciante trabalhando em uma obra de Urobuchi. A menos que ele fosse
um gênio ou tivesse experiência na área de direção o anime poderia ter tido um
outro aspecto.
O Sci-fi de ação amostrado veio para encantar olhares, o PV
mostrou um universo interessante de ser acompanhado. A animação mostrou-se bem
desenvolvida e poucas falhas técnicas à primeira vista. As cores e a trilha
sonora são outro aspecto a se levar em consideração. Na trama um estudante
normal, Tooru Kazasumi, de alguma forma, acaba se envolvendo no argumento de
outro mundo chamado de ”Frontien S (Stratos)”. Isso também significa lutar com
seu outro eu. O que começa a ocasionar uma guerra entre dois mundos.
O destaque para os dubladores dos personagens Katagiri
Kyouka (voz de Kanemoto Hisako que é famosa no Japão por ter trabalhado em
obras de sucesso como Bleach, Durarara e Nanatsu No Tanzai), Katagiri Kyouma (voz
de Nishida Masakazu dublador iniciante que se destacou em Gundam Build Fighters
Try), e Kazumi Tooru no combo (vozes de Abe Atsushi já conhecido por animes
como Another e Bakuman; e Nishigaki Yuka conhecida por Diabolik Lovers). Todos
os citados fizeram um trabalho importante a obra e colaboraram de maneira que
confiássemos nos personagens que eles estavam dublando.
Bem, agora vamos a direção que foi o veneno inserido nesse
anime, uma infelicidade eu diria, pois com uma premissa dessas é mais um anime
baseado em jogo que perdemos a chance de pôr no topo. Salve poucos como
Pokemon, Robotic;Notes, Hakuouki, dentre alguns outros que conseguiram se
manter no mercado e demonstrar que esse tipo de conteúdo tem potencial, apesar
dos males. Ezaki Shinpei trabalha a direção de modo superficial sem precedência
nenhuma em detalhes. Os diálogos até correspondem até certo ponto, mas perdem
foco nos momentos de maior importância da trama do anime. Outro erro foi focar
na ação como desculpa para o título da obra. Não é por que é uma guerra entre
dois mundos que se deve focar exatamente na batalha entre eles. Quando digo
isso não digo de maneira literal, mas consciente de que existem maneiras de se
aproveitar de tal princípio. Tal como estratégia, elaboração de tensão capítulo
por capítulo e saber ligar os pontos da história para não perder detalhes
importantes. Como havia dito, o grande erro de Shinpei foi não trabalhar os
detalhes, pois essa obra não se tratava de casos da semana, mas de uma
necessidade linear ininterrupta. O que infelizmente ele fracassou em fazer.
Para não dizer que ele dirigiu completamente mal para alguém de primeira vez, o
trabalho que ele fez de exposição do vilão foi bem conduzido e pode se dizer
até bem finalizado.
A equipe de produção do anime está de parabéns seja para o
character design pelas mãos de Shin’ichi Yokota (Tsubasa Revenoir Chronicle,
One Piece, Death Note,etc) ou pelo já conhecido estúdio A-1 Pictures (AnoHana, Sora no
Woto, Tetsuwan Birdy Decode) pelas excelentes produções.
Apesar de todos os aspectos na direção e no roteiro, no que
diz respeito a sonorização os cantores fazem um bom trabalho. A abertura por
exemplo é cantada por Mashiro Ayano em sua canção Vanilla Sky encontra-se
expressividade e principalmente um tom de determinação. O encerramento salva
como alívio de todo final de episódio, cantado pela cantora Garnidelia que já
fez outros trabalhos em animes como: As segundas aberturas de Mahouka Koukou no
Rettousei e Kill La Kill. Sua voz não só encanta, mas ao mesmo tempo sua canção
traz um sentimento de paz e reflexão.
No mais, Gunslinger Stratos só deixou a desejar, pois tinha
a ‘faca e o queijo na mão’ para nos presentear um bom anime. Mas, que no fim
não passou de raso e descaracterizado pelas linhas da direção.
Nota: 5.8
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