terça-feira, 23 de junho de 2015

Ansatsu Kyoushitsu (Crítica


Quando uma figura peculiar amarelada em formato de polvo destrói parte da lua. O que você ser humano faz? Na maioria dos casos “Vamos destruir essa coisa!!” Sim, mas se esse tal monstro se mover na velocidade Mach 20? Bem aí a gente põe ele para dar aula na classe 3-E da escola Kunugigaoka, considerada a turma mais incontrolável de todas.
Ansatsu Kyoushitsu ou Assassination Classroom trata de como Koro-sensei treina sua turma de alunos para formar futuros assassinos em série. O anime parte de um elemento simples: se os alunos não matarem seu professor dentro de um prazo de um ano. O mesmo irá destruir a Terra e tudo que há nela. A obra é um dos vários títulos da Shueisha, além de ser um dos mangás mais populares da Shonen Jump desde a sua estreia, disputando sempre os três primeiros lugares. Ainda falando do mangá ele atualmente é publicado no Brasil pela editora Panini. O anime que teve estreia no início de 2015 na temporada de Inverno japonesa traz cores, piadas no tom certo e aquele clichê de que vilão pode não ser necessariamente o vilão da história.
Embora, seja um shounen Ansatsu não tem a pretensão de pancadaria, o tom recai na comédia de qualidade e na relação física e emocional entre o professor e seus alunos. Agora falemos dos personagens que compõem a trama e seus respectivos dubladores, que modéstia à parte são muito bons. O primeiro nome é o de Fukuyama Jun (destaque como Yukio de Ao no Exorcist) que dará vida a Koro-sensei. O aluno Nagisa terá a voz por uma seiyuu, a Fuchigami Mai (mais conhecida por Maekawa de Denpa Onna). A personagem Irina vai ser dublada pela ótima e já conhecida Itou Shizuka (Lenalee de D.Gray-man e Michelle de Terra Formars). Karasuma terá como dublador o experiente Sugita Tomokazu (Hideki de Chobits, Gintoki de Gintama). E o eloquente Karma será dublado pelo ainda mais louco Okamoto Nobuhiko (Rin de Ao no Exorcist, Eiji de Bakuman), que não somente imerge em seus personagens como carrega a carga emocional que eles levam. Nos proporcionando excelentes cenas de contradição e dependendo do caso até filosóficas.
Totalizando 22 episódios nessa primeira parte do anime o mesmo diretor de Angel Beast, Kishi Seiji; conduz a narrativa de forma fechada focando na superação dos alunos pelo nome de pior turma que a classe 3-E leva. Seiji é o cara para dar luz no caminho dessa obra, pois sua experiência em trabalhos diversificados como: Danganronpa, Ragnarok e Devil Survivor 2 The Animation. O torna capaz de inserir destreza e solidez tanto a história quanto aos personagens, tornando-os cada vez mais críveis, ao passo que, acreditemos nos seus objetivos. Como a maioria dos adaptados da Shounen Jump, Ansatsu possui dois arcos iniciais, que por mais que não foi capaz de abordar todos os personagens como devia, conseguiu sintetizar o que a trama tem de melhor nesse primeiro momento. O crescimento na maior parte das vezes coletivo, mas vezes por outra também individualista, que esse conceito individualista quem sabe possa ser mais presente na próxima temporada.

Como se trata de uma adaptação não tem muito para onde fugir, mesmo nas mãos de um roteirista como Uezu Makoto responsável pelo roteiro de School Days. Makoto possui trabalhos nos roteiros de maneira a impulsionar de forma bem expositiva seus expectadores. Ele gosta de trabalhar com diálogos que levam a causas e efeitos. Mas que aqui em Assassination Classroom com a condução de Kishi Seiji diversas vezes suas diretrizes acabaram por ficar um pouco apagadas.
A trilha sonora é intrepidamente proporcional aos momentos de tensão, onde a mesma se destaca de forma a dar um ar mais ação shounen, que qualquer fã do estilo vai sentir em casa. Não é nenhuma trilha memorável, mas decente. Os pontos negativos deste anime vão para não acréscimo de capítulos individuais com o foco em um único personagem, que apesar, dessa falta trouxe mais apresentação de personagens ao longo da trama do que propriamente dito desenvolvendo a maior quantidade dos alunos. A fórmula de encontrar bonança no mal trajado em um monstro está batida, entretanto, a originalidade aqui estabelecida através dos arquétipos visuais, e formulações de teorias que levam o telespectador a duvidar sempre de seus protagonistas proporciona uma sensação de confiança na obra.
Outro ponto que ameaçou a qualidade foi estar nas mãos do estúdio Lerche, que não vem conseguindo emplacar nos animes e suas vendas. Salve a exceção de Danganronpa que conseguiu vendas com algum lucro, mas nada muito exorbitante. Lerche se manteve simplista mesmo nas cenas de ação, evitou exageros e se pautou basicamente nas cores para trazer uma atmosfera mais psicótica sempre que possível. Mas que pecou em momentos de ação.
Por menores que esses escapes possam ser, o humor, a comédia e a loucura da obra tornam o anime bem divertido de assistir. Personagens cativantes, que você torce para ver o desfecho deles sob as rédeas do melhor professor que eles poderiam querer.


Nota: 8.2
←  Anterior Proxima  → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário