sexta-feira, 26 de junho de 2015

Divertida Mente (Crítica)


Por Yuuko

Dentro e Fora de uma Divertida Mente.

Tudo começa com sentimentos! O que aconteceria se brinquedos tivessem sentimentos? E carros? Aviões? Animais? Monstros? Você sempre se perguntou o que aconteceria se algo seu pudesse se movimentar, sentir, viver como você. E a Pixar, durante anos tentou responder a esssa simples questão. Toy Story, Monster Inc e diversas animações que divertiram e divertem gerações ao pegarem essas perguntas e traduzirem em respostas do ponto de vista dos produtores. Talvez a pergunta que você nunca tenha se feito foi: O que aconteceria se sentimentos tivessem sentimentos? Afinal, dentro de cada um de nós existem diversos tipos de emoções, como a Alegria, o Medo, o Nojinho, a Tristeza, a Raiva e a mistura de todos esses sentimentos dentro de cada situação que nos ajudam a seguir em frente. Mas, e se algum desses sentimentos se perdessem dentro de ti? É exatamente o que retratada Divertida Mente (Inside Out). Como todos nós, Riley, uma garota de onze anos, é guiada pelas emoções - Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho - As emoções entram em conflito quando Riley começa a passar por grandes mudanças em sua vida e deixa a sua cidade natal, no estado de Minnesota, para viver em São Francisco. Alegria, líder de seus sentimentos, se esforça todos os dias para que a Riley seja sempre feliz, entretanto, uma confusão na sala de controle faz com que ela e Tristeza se vejam trancadas do lado de fora do Centro de Controle de Emoções. Agora, elas precisam correr e retornar à sala de controle enquanto a vida da Riley muda radicalmente.
O que mais impressiona nesta animação é o roteiro - escrito por Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley -, por abordar um tema abstrato, afinal de contas, a história gira em torno da mente de uma garota, em que cada emoção possui cor e temperamentos próprios e de grande profundidade, ou seja, além de desenvolver a personalidade de cada uma delas, a Pixar ainda teve que buscar meios para tornar concreto algo que não é palpável. Na verdade, há uma quantidade gigantesca de metáforas que são realmente surpreendentes, além de impressionar na maneira em que o filme consegue passar, de maneira simples e infantil, assuntos extremamente complexos da personalidade de cada um. É óbvio que há, em Divertida Mente, muito de psicologia com os conceitos adaptados, como o que define sua personalidade, questões do inconsciente, a formação dos sonhos e até mesmo a depressão. Apesar de não ser citado diretamente no longa-metragem, ela - a depressão - é apresentada e explicada.
Divertida Mente apresenta uma mensagem sobre como lidar com a tristeza em seu cotidiano, ao invés de afugentá-la – o que é uma crítica à indústria remédios que tentam retrair as emoções para que a vida seja mais “controlável”-. É bastante comovente a resolução final e a explicação do papel da tristeza no crescimento pessoal de cada um e realmente te leva às lágrimas. Da mesma forma que ver a Tristeza contagiando memórias mesmo sendo alertada para não fazê-lo e constatar como a Tristeza não pode ser controlada e que, de quebra, ainda cria uma representação curiosa ao trazer globos de memórias que assumem as cores dos sentimentos que as inspiraram. Pete Docter foca nas mudanças de paradigma que surgem com o amadurecimento e que obriga as Emoções a uma readaptação confusa enquanto os sentimentos se descontrolam. Apesar de todas as muitas virtudes apresentadas, a maior e mais importante talvez seja no destaque que a tristeza tem, mostrando que ela é definiticamente um elemento tão importante da condição humana quanto qualquer outro sentimento. Além de demonstrar, com um humor destrutivo, como a Raiva é essencial, o Nojinho tem que estar presente e o Medo ajuda a tomar decisões.
Divertida Mente é divertido, genial, engraçado e informativo. Como a maior parte dos filmes da Pixar, entretem público de todas as idades, fazendo os Adultos pensar sobre os próprios sentimentos e ajuda as crianças a entenderem um pouco como funciona a sua própria mente. Diverta Mente é, por dentro e por fora, uma das melhores animações feitas pela pixar nos últimos 7 anos, por fugir do clichê que reúne Princesas, Reinos e grandes batalhas contra o mal. Afinal não há uma um vilão na história, apenas uma situação que perturbou o equilibrio. Tornando esse filme divertidamente sensacional.

Nota: 8.4

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