sexta-feira, 26 de junho de 2015

Game Of Thrones 5º Temporada (Crítica)


Com Spoilers

Em mais uma temporada de uma das séries de maior sucesso da atualidade, sempre tema de discussão após seus finales nas mesas de bar, nos refeitórios das empresas e reuniões de família. Mais uma fase do épico de George Martin, fase essa que chegou a ultrapassar os acontecimentos da obra. Alguns até distinguiram do que de fato ocorre no livro.
Vamos aos aspectos que tornam a série um fenômeno de audiência, em seu quinto ano os cenários estão cada vez maiores, assim como as ambições dos diretores. Episódios como Hardhome ou Dance of Dragons exigiram um cuidado minucioso com vestimentas, filmografia, trilha sonora e efeitos visuais. Quando foi preciso, a série abraçou o desafio de braços abertos e nos entregou momentos incríveis. A caminhada da vergonha, as crianças blights atacando, o visual dos White Walkers ou a ótima ambientação de Meereen são exemplos da dedicação dos diversos setores da série. Mas a controvérsia gira em torno dessa temporada, proporcionando-os bons momentos no seu início e em seu final respectivamente, entretanto, o meio deixou a desejar.
Comecemos pelas mortes que ocorreram, sendo elas de alguns personagens importantes: Mance Rayder (Ciarán Hinds) [queimado por Melisandre e Stannis], Mossador (Reece Noi) [o ex-escravo executado por Daenerys], Sor Barristan (Ian McElhinny) [atacado pelos Filhos da Harpia], Janos Slynt (Dominic Carter) [decapitado por Jon Snow], Meistre Aemon (Peter Vaughn) [o único a morrer de velhice], Shireen (Kerry Ingram) [queimada também por Melisandre e Stannis], Selyse (Tara Fitzgerald) [se matou enforcada], Meryn Trant (Ian Beattie) [esfaqueado por Arya], Myranda (Charlotte Hope) [empurrada por Fedor e Sansa], Stannis?! (Stephen Dillane) [sentenciado à morte por Brienne] e Jon Snow (Kit Harrington) [esfaqueado pela Patrulha da Noite].
Deixando o choque pela morte de Jon Snow de lado, temos outro choque para falar sobre. Sendo este a broxante modo como foram introduzidas as Serpentes de Areia. O episódio dedicado a elas (Unbowed, Unbent, Unbroken) foi um dos piores da temporada (quiçá da série) infelizmente, tanto pelo péssimo roteiro, quanto pelas falhas claríssimas de direção, fotografia, direção de arte e coreografia. A grandiosa cidade de Dorne foi reduzida a uma varanda, com um pequeno jardim na frente, apenas isso. Além disso, as roupas das personagens desse núcleo pouco se mostraram interessantes ou únicas, se tornando uma triste falha da temporada. Simplesmente decepcionante.
Outra queixa de preguiça no roteiro foi com respeito a Brienne de Tarth e seu fiel escudeiro que permanecem parados sem qualquer diálogo ou cena. Outro erro foi a construção lenta ou desconstrução de alguns personagens, como por exemplo Sansa Stark. No mesmo episódio em que a vemos crescer como mulher e personagem, ganhar traços de personalidade mais fortes, realmente de uma nortenha, ela é estuprada e utilizada para o desenvolvimento de Fedor, para voltar a quem era, que só acontece no último episódio.
Agora sobre o ritmo implantado na temporada, os diretores e produtores pisaram no acelerador aqui. O que por um lado foi bom, por outro tivemos casos ruins como no último episódio, onde Cersei é obrigada a caminhar nua em sua expiação por toda Porto Real, obviamente o diretor quis mostrar a degradação psicológica de Cersei alí, mas a cena é extremamente longa e não nos deixa desconfortável pelo que a personagem está passando apenas, que era claramente a intenção da cena, mas nos deixa desconfortáveis por assistir durante 7 minutos… SIM, 7 minutos, uma mulher nua andando e com pessoas gritando “Shame! Shame!” atrás dela. Será que a mesma cena não poderia ter o mesmo efeito com metade da duração? Quem sabe até menos, dois minutos de cena não seriam o suficiente? Afinal, por mais emblemática que a cena seja para a trama, não tem tanta coisa nela acontecendo.

Questões à parte, destaque para dois núcleos excepcionais nessa temporada o primeiro deles foi de Jon Snow, sua evolução como personagem na Muralha excedeu qualquer expectativa. Assumindo uma posição de poder e tomando decisões por si, matando o garoto e deixando o homem surgir. Enfrentando os Night Walkers de frente. Até mesmo sua morte conseguiu se mostrar correto dentro da história. Outra foi de Cersei. Foi ótimo acompanhar a política tomando a frente durante boa parte da temporada. O núcleo de King’s Landing demonstrou isso claramente, especialmente ao misturar religião na história, mais presente nessa temporada do que em todas as anteriores. A construção da queda de Cersei, assim como o domínio do Alto Pardal, estiveram entre os melhores momentos desses 10 episódios. O que fortaleceu ainda mais o núcleo e a personagem de Cersei foi do primeiro e único flashback da série até agora: Cersei (Lena Headey) quando criança ouve as profecias de Maggy, a Rã (Jhodi May).
Agora sobre filhos comecemos pelo mais chocante. Shireen Baratheon que era a minha criança preferida na história e acabou levando o fim mais trágico do que eu jamais esperava, verdade eu não esperava essa. No fim, tudo o que aconteceu foi ela parar em uma das fogueiras de Melisandre da forma mais traumática possível e acabou revelando um ponto do Stannis que algumas pessoas não conseguiam perceber. Stannis Baratheon sempre foi um personagem patético e muitas pessoas o viam como um dos melhores personagens da trama. Aliás, ele foi escrito para ser fraco, o tempo todo é dito nos livros “Robert era aço, Stannis é ferro”, porque “Stannis quebra”. Ele sempre foi o cara que segue fielmente uma religião em que nem acredita, ele se voltou contra seu próprio irmão não porque ele era realmente o Rei de Fato (que nesse caso ele até era), mas sim porque Melisandre o influenciou a fazê-lo, ele acreditou ser Azor Ahai sem ter qualquer prova apenas porque isso massageou seu ego. Basicamente as pessoas gostavam de Stannis porque ele sempre estava inserido contra um personagem ainda pior, seja contra Joffrey, ou contra os Selvagens que atacavam a muralha ou mesmo Ramsay, ele só pareceu o personagem patético e fraco que ele sempre foi quando ele fez algo que o colocou no mesmo nível que seus principais inimigos.
E os filhos da Harpia se provaram uma inquietante constante nessa temporada, o principal motivo de perceber Daenerys perder o controle da situação. E abrir espaço para seu núcleo se destacar. Com a reabertura dos jogos, isso constitui o retorno de Sir Jorah a seu núcleo, que com ele vem o maravilhoso presente: Tyrion Lannister. Em um encontro com Daenerys em um dos melhores diálogos, senão o melhor diálogo da temporada. O momento do monologo da roda de Daenerys me fez imaginar o Tyrion abrindo e fechando a mão dizendo que aquilo era muito papo e pouca ação vindo da Rainha dos Dragões, que literalmente não tem plano, exército ou sequer controle sobre seus dragões para cumprir o que estava falando. Quando se fala de dragões, não podemos esquecer a cena épica em que Daenerys monta em seu Drogon, mas ainda ficou devendo especialmente no quesito técnico para a batalha do episódio anterior, na verdade, a maioria dos diretores de Game of Thrones ainda precisa descobrir como trabalhar melhor com a forma que os dragões se comportam e a forma como as câmeras se posicionam para a criação em CGI.
No meio desses altos e baixos Arya Stark finalmente teve seu momento de se primeiro assassinato. Como ‘ninguém’ que segue os preceitos do ‘Deus de Mil Faces’, limpando um dos nomes de sua lista. A brutal cena serviu para demonstra que a garota não se tornou uma ‘ninguém’, especialmente pela ira em seus golpes e palavras. Foi emocionante? Foi, mas ainda mais interessante foi o aprofundamento na troca dos rostos. Muito bem vindo esse final e o castigo que segue. Valar Morghulis para o desfecho da personagem na temporada.
Um personagem que não é tão grande quanto os aqui ditos, mas que merece uma menção honrosa, pois é de fato aquele que permanece nas sombras, articulando, construindo e desconstruindo reinados. As atuações de Mindinho (Aidan Gillen) são dignas de Oscar. Ele vai convencendo todo mundo do que quer e é incrível como ele sempre consegue se dar bem. É bom lembrar que ele vem tramando desde a primeira temporada e cada vez mais parece que suas armações são a longo prazo. O personagem é muito bem escrito, mesmo no meio de tantos papéis maiores que o dele.


O núcleo de Bran que permaneceu inativo nessa temporada, pode ter sido um ponto a favor no ritmo da série. Como dependendo de como abordarem sua volta pode ter sido negativo. Teremos de esperar pra ver. Esse ano o épico mundo do Jogo do Tronos foi dividido entre momentos fracos e espetaculares. o que fez dessa não ser uma das melhores temporadas que já vimos, mas certamente mostrou que a HBO e a dupla Dan e David estão levando a série para um caminho que promete ser memorável, seja para o bem ou para o mal, mas se eu puder apostar, diria que esse caminho vai ser incrível a partir de agora.


Nota: 8.2
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Um comentário:

  1. Serie guerra dos tronos é uma das minhas serie preferidas. Intriga me mata saber o que vai acontecer agora como o acabamento. Espero ansiosamente, Guerra dos Tronos série Sou fã das series, por que eu gosto do suspense de esperar um novo capitulo ou temporada e estou super emocionado com Game Of Thrones, principalmente por saber como segue a história e o desenvolvimento dos personagens.

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