Com Spoilers
Em mais uma temporada de uma das séries de maior sucesso da
atualidade, sempre tema de discussão após seus finales nas mesas de bar, nos
refeitórios das empresas e reuniões de família. Mais uma fase do épico de
George Martin, fase essa que chegou a ultrapassar os acontecimentos da obra.
Alguns até distinguiram do que de fato ocorre no livro.
Vamos aos aspectos que tornam a série um fenômeno de
audiência, em seu quinto ano os cenários estão cada vez maiores, assim como as
ambições dos diretores. Episódios como Hardhome ou Dance of Dragons exigiram um
cuidado minucioso com vestimentas, filmografia, trilha sonora e efeitos
visuais. Quando foi preciso, a série abraçou o desafio de braços abertos e nos
entregou momentos incríveis. A caminhada da vergonha, as crianças blights
atacando, o visual dos White Walkers ou a ótima ambientação de Meereen são
exemplos da dedicação dos diversos setores da série. Mas a controvérsia gira em
torno dessa temporada, proporcionando-os bons momentos no seu início e em seu
final respectivamente, entretanto, o meio deixou a desejar.
Comecemos pelas mortes que ocorreram, sendo elas de alguns
personagens importantes: Mance Rayder (Ciarán Hinds) [queimado por Melisandre e
Stannis], Mossador (Reece Noi) [o ex-escravo executado por Daenerys], Sor
Barristan (Ian McElhinny) [atacado pelos Filhos da Harpia], Janos Slynt
(Dominic Carter) [decapitado por Jon Snow], Meistre Aemon (Peter Vaughn) [o
único a morrer de velhice], Shireen (Kerry Ingram) [queimada também por
Melisandre e Stannis], Selyse (Tara Fitzgerald) [se matou enforcada], Meryn
Trant (Ian Beattie) [esfaqueado por Arya], Myranda (Charlotte Hope) [empurrada
por Fedor e Sansa], Stannis?! (Stephen Dillane) [sentenciado à morte por
Brienne] e Jon Snow (Kit Harrington) [esfaqueado pela Patrulha da Noite].
Deixando o choque pela morte de Jon Snow de lado, temos
outro choque para falar sobre. Sendo este a broxante modo como foram introduzidas
as Serpentes de Areia. O episódio dedicado a elas (Unbowed, Unbent, Unbroken)
foi um dos piores da temporada (quiçá da série) infelizmente, tanto pelo péssimo
roteiro, quanto pelas falhas claríssimas de direção, fotografia, direção de
arte e coreografia. A grandiosa cidade de Dorne foi reduzida a uma varanda, com
um pequeno jardim na frente, apenas isso. Além disso, as roupas das personagens
desse núcleo pouco se mostraram interessantes ou únicas, se tornando uma triste
falha da temporada. Simplesmente decepcionante.
Outra queixa de preguiça no roteiro foi com respeito a
Brienne de Tarth e seu fiel escudeiro que permanecem parados sem qualquer
diálogo ou cena. Outro erro foi a construção lenta ou desconstrução de alguns
personagens, como por exemplo Sansa Stark. No mesmo episódio em que a vemos
crescer como mulher e personagem, ganhar traços de personalidade mais fortes,
realmente de uma nortenha, ela é estuprada e utilizada para o desenvolvimento
de Fedor, para voltar a quem era, que só acontece no último episódio.
Agora sobre o ritmo implantado na temporada, os diretores e
produtores pisaram no acelerador aqui. O que por um lado foi bom, por outro
tivemos casos ruins como no último episódio, onde Cersei é obrigada a caminhar
nua em sua expiação por toda Porto Real, obviamente o diretor quis mostrar a
degradação psicológica de Cersei alí, mas a cena é extremamente longa e não nos
deixa desconfortável pelo que a personagem está passando apenas, que era
claramente a intenção da cena, mas nos deixa desconfortáveis por assistir
durante 7 minutos… SIM, 7 minutos, uma mulher nua andando e com pessoas
gritando “Shame! Shame!” atrás dela. Será que a mesma cena não poderia ter o
mesmo efeito com metade da duração? Quem sabe até menos, dois minutos de cena
não seriam o suficiente? Afinal, por mais emblemática que a cena seja para a
trama, não tem tanta coisa nela acontecendo.
Questões à parte, destaque para dois núcleos excepcionais
nessa temporada o primeiro deles foi de Jon Snow, sua evolução como personagem
na Muralha excedeu qualquer expectativa. Assumindo uma posição de poder e
tomando decisões por si, matando o garoto e deixando o homem surgir.
Enfrentando os Night Walkers de frente. Até mesmo sua morte conseguiu se
mostrar correto dentro da história. Outra foi de Cersei. Foi ótimo acompanhar a
política tomando a frente durante boa parte da temporada. O núcleo de King’s
Landing demonstrou isso claramente, especialmente ao misturar religião na
história, mais presente nessa temporada do que em todas as anteriores. A
construção da queda de Cersei, assim como o domínio do Alto Pardal, estiveram
entre os melhores momentos desses 10 episódios. O que fortaleceu ainda mais o
núcleo e a personagem de Cersei foi do primeiro e único flashback da série até
agora: Cersei (Lena Headey) quando criança ouve as profecias de Maggy, a Rã
(Jhodi May).
Agora sobre filhos comecemos pelo mais chocante. Shireen
Baratheon que era a minha criança preferida na história e acabou levando o fim
mais trágico do que eu jamais esperava, verdade eu não esperava essa. No fim, tudo
o que aconteceu foi ela parar em uma das fogueiras de Melisandre da forma mais
traumática possível e acabou revelando um ponto do Stannis que algumas pessoas
não conseguiam perceber. Stannis Baratheon sempre foi um personagem patético e
muitas pessoas o viam como um dos melhores personagens da trama. Aliás, ele foi
escrito para ser fraco, o tempo todo é dito nos livros “Robert era aço, Stannis
é ferro”, porque “Stannis quebra”. Ele sempre foi o cara que segue fielmente
uma religião em que nem acredita, ele se voltou contra seu próprio irmão não
porque ele era realmente o Rei de Fato (que nesse caso ele até era), mas sim
porque Melisandre o influenciou a fazê-lo, ele acreditou ser Azor Ahai sem ter
qualquer prova apenas porque isso massageou seu ego. Basicamente as pessoas
gostavam de Stannis porque ele sempre estava inserido contra um personagem
ainda pior, seja contra Joffrey, ou contra os Selvagens que atacavam a muralha
ou mesmo Ramsay, ele só pareceu o personagem patético e fraco que ele sempre
foi quando ele fez algo que o colocou no mesmo nível que seus principais
inimigos.
E os filhos da Harpia se provaram uma inquietante constante
nessa temporada, o principal motivo de perceber Daenerys perder o controle da
situação. E abrir espaço para seu núcleo se destacar. Com a reabertura dos
jogos, isso constitui o retorno de Sir Jorah a seu núcleo, que com ele vem o
maravilhoso presente: Tyrion Lannister. Em um encontro com Daenerys em um dos
melhores diálogos, senão o melhor diálogo da temporada. O momento do monologo
da roda de Daenerys me fez imaginar o Tyrion abrindo e fechando a mão dizendo
que aquilo era muito papo e pouca ação vindo da Rainha dos Dragões, que
literalmente não tem plano, exército ou sequer controle sobre seus dragões para
cumprir o que estava falando. Quando se fala de dragões, não podemos esquecer a
cena épica em que Daenerys monta em seu Drogon, mas ainda ficou devendo
especialmente no quesito técnico para a batalha do episódio anterior, na
verdade, a maioria dos diretores de Game of Thrones ainda precisa descobrir
como trabalhar melhor com a forma que os dragões se comportam e a forma como as
câmeras se posicionam para a criação em CGI.
No meio desses altos e baixos Arya Stark finalmente teve
seu momento de se primeiro assassinato. Como ‘ninguém’ que segue os preceitos
do ‘Deus de Mil Faces’, limpando um dos nomes de sua lista. A brutal cena
serviu para demonstra que a garota não se tornou uma ‘ninguém’, especialmente
pela ira em seus golpes e palavras. Foi emocionante? Foi, mas ainda mais interessante
foi o aprofundamento na troca dos rostos. Muito bem vindo esse final e o
castigo que segue. Valar Morghulis para o desfecho da personagem na temporada.
Um personagem que não é tão grande quanto os aqui ditos,
mas que merece uma menção honrosa, pois é de fato aquele que permanece nas
sombras, articulando, construindo e desconstruindo reinados. As atuações de Mindinho
(Aidan Gillen) são dignas de Oscar. Ele vai convencendo todo mundo do que quer
e é incrível como ele sempre consegue se dar bem. É bom lembrar que ele vem
tramando desde a primeira temporada e cada vez mais parece que suas armações
são a longo prazo. O personagem é muito bem escrito, mesmo no meio de tantos
papéis maiores que o dele.
O núcleo de Bran que permaneceu inativo nessa temporada,
pode ter sido um ponto a favor no ritmo da série. Como dependendo de como
abordarem sua volta pode ter sido negativo. Teremos de esperar pra ver. Esse
ano o épico mundo do Jogo do Tronos foi dividido entre momentos fracos e
espetaculares. o que fez dessa não ser uma das melhores temporadas que já
vimos, mas certamente mostrou que a HBO e a dupla Dan e David estão levando a
série para um caminho que promete ser memorável, seja para o bem ou para o mal,
mas se eu puder apostar, diria que esse caminho vai ser incrível a partir de
agora.
Nota: 8.2
Serie guerra dos tronos é uma das minhas serie preferidas. Intriga me mata saber o que vai acontecer agora como o acabamento. Espero ansiosamente, Guerra dos Tronos série Sou fã das series, por que eu gosto do suspense de esperar um novo capitulo ou temporada e estou super emocionado com Game Of Thrones, principalmente por saber como segue a história e o desenvolvimento dos personagens.
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