segunda-feira, 8 de junho de 2015

Crimes Ocultos – Crítica

Por Ultraboy

Escrito e dirigido por Richard Price, Crimes Ocultos como é chamado no Brasil vemos como um jovem garoto perdeu a família e o lar na Rússia e, mais tarde, se tornou um herói na Segunda Guerra Mundial, acompanhamos Leo Demidov (Tom Hardy, de Mad Max) como policial na União Soviética comandada por Stalin. Quando o filho de um colega de trabalho morre de forma misteriosa, Leo tem que enfrentar as normas políticas da época (“não há assassinatos no paraíso”) para descobrir a verdade e desvendar as mortes de diversos garotos.

A premissa do longa tinha tudo para se estabelecer na telona e ser mais um daqueles dramas históricos bem sucedidos. Entretanto, o filme opta por não explorar alguns ricos elementos de sua história, preferindo investir em reviravoltas constantes do que em desenvolver seus personagens. O que é bem possível que esse longa caia no esquecimento por acabar desfavorecendo todo o contexto da narrativa, mesmo com um elenco de peso, onde nomes como o já citado Tom Hardy, além de Noomi Rapace, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Vincent Cassel, Fares Fares, Jason Clarke e Charles Dance.
Responsável pelo bom Protegendo o Inimigo, o sueco Daniel Espinosa decepciona na direção. Ele conduz a obra de forma quadrada e nada original. A fotografia, a trilha, a montagem. Tudo passa a sensação de que já foi visto milhões de vezes na telona. Dentre os pontos positivos, destacam-se a direção de arte e os figurinos. A ambientação é realmente bem-feita. E ainda existem duas cenas de ação no filme que valem o destaque, pois roubam os eternos momentos maçantes da narrativa que não engata.
Crimes Ocultos não alcança as ambições de ser um estudo de personagem ou de analisar como uma investigação clandestina como a aqui retratada pesa sobre os envolvidos – para isso seria necessário que o filme se importasse com seus personagens e suas motivações. No fundo, o longa tinha espaço e oportunidades de sobra para não se tornar tão oco e enfadonho, mas infelizmente conseguiram nos apresentar um thriller dramático sem uma espinha dorsal empolgante e com um amplo espírito criminal ou social, que de tal modo, poderia desencadear num resultado final pouco merecedor de elogios, que coloca em evidência algumas más opções que foram tomadas por figuras que são conhecidas por já terem feito papéis melhores.

Se vale ou não a pena? Bem eu diria, se você não estiver fazendo nada e esbarrar com esse longa na sua programação diária, não será a pior coisa do mundo, mas quem gosta de história pode convencer por pegar uma intriga sociopolítica profundamente curiosa que nos retrata de um ponto de vista ligeiramente diferente o clima de insegurança que se vivia no auge ditatorial da União Soviética de Joseph Stalin.


Nota: 5.8
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