Se você é uma daquelas pessoas que gosta de uma comédia
totalmente louca e psicodélica, veio ao lugar certo. Vício Inerente conta a
estória de um detetive particular drogado (Joaquin Phoenix) que, nos anos 70,
investiga o sequestro de um bilionário. O longa veio adaptado do livro homônimo
de Thomas Pynchon.
Uma premissa que parece básica e um desenrolar que na mão de
alguém não tão competente poderia fazer um péssimo trabalho, mas dirigido pelo
genial Paul Thomas Anderson (Magnolia, Boogie Nights, O mestre, Sangue Negro)
todo o investimento vale a pena. Uma direção genial que consegue trabalhar o
máximo que a narrativa poderia tirar. Além disso, o clima extremamente
psicodélico criado pelo diretor faz tudo parecer mais engraçado. Os planos
longos, uma constante no filme, investidos pelo diretor também demonstram sua
competência e a aproximação com a realidade.
De pontos positivos também temos as maravilhosas atuações.
Joaquin comanda o time com um dos melhores papéis de sua carreira, mas Josh
Brolin, Owen Wilson, Katherine Waterston, Benicio Del Toro, Jena Malone e todo
o resto do elenco estão fantásticos. A direção de arte e o design também devem
ser comentados. Os dois complementam toda a estética e a experiência ao
assistir ao longa. O roteiro parece, ao inicio, extremamente confuso, mas com o
desenrolar da narrativa demonstra-se espetacular. As resoluções, as linhas de
diálogo, o desenvolvimento de personagem, tudo vale a pena nele. Por último, é
interessante falar sobre a belíssima fotografia, sempre adicionando aos planos
muito bem.
Mas como nem tudo são flores, Vicio Inerente não está imune
de erros. A começar pela sua longa duração. As 2h30min não chegam a ser
cansativas, mas pesam bastante para o espectador. Continuando pelo maior
destaque a estética do que a própria estória. Muitas vezes durante o longa
somos pegos maravilhados com toda a ambientação criada e extremamente confusos
do que acontece na linha narrativa. Além disso, a fuga de uma didática
explicativa normal pode tornar o filme extremamente irritante e confuso para os
mais leigos no cinema. Por último, é necessário adicionar uma falha na mesma
didática de apresentação de personagens. Muitos desses aparecem para dar
informações ao detetive, mas todos seguem a mesma linha. A repetição de um
“mini twist” a todo o momento se torna um pouco cansativa.
O final do longa é
extremamente interessante e reflexivo, além de conseguir fechar perfeitamente
todo o pensamento que é trabalhado durante seus 150 minutos. Além disso, o fade
out final é perfeito e digno de aplausos.
Vicio Inerente está longe de ser o melhor filme de Paul
Thomas Anderson, mas também longe de ser um filme ruim. Extremamente bem
realizado, com belas atuações, um roteiro fantástico e uma bela ambientação,
mas alguns erros básicos que tornam o longa um pouco pior, mas não perde seu
brilho.
Nota: 8,3/10
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