terça-feira, 31 de março de 2015

Critica Ponte Aérea

Os filmes brasileiros mais recentes têm melhorado bastante. Seja no dinheiro investido, seja no roteiro, é notável a melhora (sem contar os filmes de comédia da Globo Filmes). Assim, Ponte Aérea segue essa tendência e se mostra como uma grande surpresa. O longa conta a estória do carioca Bruno (Caio Blat) e da paulista Amanda (Letícia Colin), que após o adiamento de um voo do Rio de Janeiro para São Paulo se conhecem no hotel. Após passarem juntos a noite, eles acabam se desencontrando, já que Bruno vai mais cedo embora. Apesar disso, eles voltam a se reencontrar e começam a se apaixonar, mesmo com a grande dificuldade da distância.
 Os pontos positivos começam nas atuações, destacando totalmente do casal principal. Letícia e Caio fazem um trabalho fantástico e a química entre os dois torna tudo mais real e devidamente verdadeiro. Seguindo com a brilhante direção de Júlia Rezende. Ela consegue jogar o espectador por dentro de toda a trama e nos sentimos devidamente conectados com cada um dos personagens. O roteiro também deve ser devidamente comentado. Muito bem trabalhado e com excelentes diálogos, isso tudo sem sentir expositivo e deixando a narrativa fluir perfeitamente.
Na parte técnica, deve se salientar a linda fotografia e a trilha sonora. O primeiro, sempre trabalhando a questão das cores e ajudando a formar lindíssimos planos que salientam para ditar o clima das duas cidades em que a estória se passa. Já o segundo, compõe lindamente o que acontece durante a linha narrativa. Deve ser falado também, mas pelo lado negativo, sobre a edição e o ritmo do longa. Os dois compõem para que a 1h40min de filme pareçam durar bem mais. Além disso, a edição parece bem preguiçosa em algumas partes, o que nunca é bom.
O filme possui um final fantástico e totalmente anti-clichê. É totalmente inesperado e ao mesmo tempo perfeito. Se encaixa com toda a melancolia e, muitas vezes, tristeza passada no decorrer da estória.
Por fim, é necessário dizer sobre as cenas de sexo. Elas acontecem algumas vezes e entram com uma função de roteiro extremamente inteligente, para demonstrar a aproximação dos dois. A direção de Júlia ainda salienta mais todo o amor impregnado entre os dois. Essas cenas acrescentam ainda mais para toda a qualidade do filme. Em tempos de 50 tons de cinza, fazer algo diferente e bem feito com sexo, não é fácil.
Ponte Aérea se demonstra como uma das grandes surpresas do ano. Com belas atuações, um belo roteiro e uma perfeita direção, mas com algumas falhas técnicas, o longa se demonstra ser muito mais do que aparentaria. Para todos que criticam filmes nacionais, vejam esse e mudem sua opinião.

Nota: 8,1/10
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