Os filmes de terror não têm empolgado tanto nos últimos
anos. Com algumas poucas ressalvas, esse gênero tem se demonstrado fraco, mas
aí vem de um filme independente e australiano o melhor longa desse de pelo
menos da última década.
A película conta a
estória de Amelia (Essie Davis), uma mãe solteira , viúva e atormentada pela
morte do marido, no dia do nascimento de seu filho. Inclusive, o prólogo do
filme pra demonstrar essa situação é maravilhoso. Samuel (Noah Wiseman), filho
de Amelia, é um garoto extremamente atormentado. Ele tem um medo constante de
monstros e é um pouco paranoico com mortes e destruições. Certo dia, sua mãe lê
um livro para o garoto dormir chamado Mr. Babadook, que inicialmente começa
inocente, mas vai se tornando um verdadeiro pesadelo. A partir daí, aparições
sobrenaturais começam a acontecer.
Os pontos positivos
desse excelente filme começam com a direção. A diretora Jennifer Kent tem um
trabalho maravilhoso em conduzir perfeitamente bem toda a narrativa. Ela sabe
criar uma tensão perfeita nas cenas e consegue usufruir do máximo de todos os
atores do elenco. Um trabalho digno de ser lembrado. Continuando com o roteiro
primoroso da mesma. Extremamente bem trabalhado em desenvolver perfeitamente as
duas personagens centrais da trama e até bem também o monstro que dá nome ao
longa. Aliás, esse merece também um destaque especial. A demora para o seu
aparecimento tem uma perfeita explicação de desenvolvimento das demais
personagens, mas quando ele aparece o medo se torna constante até o final. Sem
precisar dar nenhum susto, como os filmes de terror mais recentes sempre fazem.
Os trabalhos de
atuação também são dignos de lembrança. Essie Davis está espetacular em todos
os 93 minutos. Um trabalho que poderia ser lembrado tranquilamente no Oscar. O
garoto Noah Wiseman também está perfeito. Entre as melhores atuações mirins nos
últimos anos no cinema. Pode-se acreditar perfeitamente que ele está com medo a
todo o momento e o afeto por sua mãe, mesmo que de uma maneira não tão
convencional. A fotografia e a trilha sonora do longa são bem lembráveis. A
primeira, sempre sombria criando uma tensão em toda a narrativa. A cidade, a
casa, os carros, as roupas, tudo é voltado mais para o escuro. A segunda, se
encaixa perfeitamente em todos os momentos. Essa demonstra quando o Babadook
está em locais próximos e como os personagens estão com esses aparecimentos.
Os pontos negativos
são apenas dois: personagens secundários e clichês. Pelo primeiro lado, alguns
personagens secundários aparecem e desaparecem sem ter uma grande importância
pro desenrolar. A vizinha de Amelia e um colega de trabalho são os principais
nesse ponto. Eles parecem ter importância, mas somem sem explicações. No
segundo lado, a película não deixa de se utilizar dos clichês do gênero. Desde
luzes piscando, o porão e o gato desnecessário, fazem todo o longa perder um
pouco seu grande brilho.
“The Babadook” é um
dos melhores filmes de terror dos últimos anos. Tem excelentes atuações, uma
direção maravilhosa e um grande roteiro, além de excelentes aspectos técnicos.
Além disso, possui um final perfeito e extremamente bom para debates. Apesar
disso, não foge de certos clichês do gênero e de uma falha.
Nota: 8,9/10
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