quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Crítica HQ Pílulas Azuis

Sempre fui e sempre serei fã de autobiografias. Acho que essas sempre passam um sentimento belo e muito sincero de certas experiências pessoais do autor, independe de certas modificações para melhorar ou piorar a estória. Assim, a HQ “Pílulas Azuis” de Frederik Peeters se fundamenta na vida do autor e no amor.
 “Pílular Azuis” fala sobre Frederik, um homem que busca o amor na vida e encontra ele em Cati. A grande situação é que Cati possui o vírus HIV, ou seja, possui Aids, igualmente como seu filho pequeno, que teve o vírus transmitido pela mãe. Assim, acompanhamos a jornada de amor e luta conta o preconceito interno e externo com os dois.
Para começar, é importante relatar que essa HQ é uma das coisas mais lindas que muitos poderão ler na vida. Ela retrata o amor na sua essência e, apenas nisso, o quadrinho já te ganha com muitas forças, mas, mesmo sendo bem difícil, vamos deixar a passividade de lado e falar um pouco sobre os pontos positivos dessa bela narrativa.
Começando com o roteiro inspirado em fatos reais, como dito anteriormente, simplesmente fantástico de Peeters. O escritor consegue criar uma identificação sensacional com cada um dos personagens, assim te cria uma empatia logo imediata com cada um. Aliás, a parte final que “fecha o arco” deles na narrativa, é belíssima e te faz ter um novo suspiro pessoal. É realmente difícil não chorar. A maneira contada pelo narrador, por se tratar de algo real ajuda, conecta muito com cada um e cria reflexões sobre a realidade imediatamente.
Os desenhos, de Frederik Peeters também, criam uma realidade muito clara. O preto e branco ajuda a esse senso de real ficar bem realizado durante todas as 206 páginas. O traçado do autor é bem grosso, algo que me incomodou no início, mas me acostumei no decorrer. Os desenhos dos corpos dos personagens, com todas as falhas e belezas no rosto e no corpo de cada um, dão um senso muito interessante e importante de realidade, algo que ajuda absurdamente na identificação que o roteiro realiza, como dito acima. Por fim, os enquadramentos dos planos são extremamente bem feitos e identificados de maneira certa. Assim, facilita (e muito) na leitura.
 O único ponto negativo que pude identificar foi a quantidade de páginas. Achei que ficou um pouco grande demais, numa HQ que não precisava. A repetição em certas situações fazia a estória ficar em certos momentos entediante, mas a maestria no roteiro consegue fisgar o leitor novamente para a trama bem facilmente.
 A edição lançada pela editora Nemo é complementar a beleza desse quadrinho. Uma capa que atiça a curiosidade de qualquer pessoa e tem todo o sentido com a narrativa. Além disso, o espaço vazio acima do nome da uma certa noção, ao ler a HQ, do sentimento todo que ela passa. O preço de capa de 39,90 vale pela totalidade da obra. De extra, a edição segue a última publicação do autor, com páginas adicionais de 13 anos após a primeira.
“Pílulas Azuis” é um dos quadrinhos mais bonitos que já tive o prazer de ler. O roteiro me emocionou diversas vezes e, com certeza, mudará muitos pensamentos e posicionamentos dos leitores perante o vírus da Aids. Os desenhos ajudam muito em toda a perspectiva da narrativa e tocam qualquer um. Sabe aquelas histórias que depois de ler nos sentimos diferentes? “Pílulas Azuis” é uma dessas.

Nota: 9,5/10
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