terça-feira, 24 de março de 2015

Crítica Mapa para as estrelas

No ano em que o vencedor do Oscar faz uma critica direta a toda a Hollywood, Cronenberg entra nessa temática de forma parecida, mas, claro, da sua maneira. O longa conta a estória Agatha (Mia Wasikowska), uma garota que acaba de chegar em Los Angeles e logo conhece Jerome (Robert Pattinson), um motorista de limusine que tem o sonho de ser ator. Logo ela começa a trabalhar para Havana (Julianne Moore), uma atriz com carreira decadente e que sonha em interpretar o papel da mãe em um remake. Junto a isso, conta também sobre o jovem Benjie (Evan Bird) que é a estrela principal de uma série de sucesso. Entretanto, o garoto teve internação recente e vive sempre sobre olhares da família e dos produtores do seriado.
Primeiramente, é totalmente necessário falar sobre o elenco. Todo composto de atores fantásticos e que dão performances dignas de aplausos para cada um. Os maiores destaques podem ser dados para Julianne (talvez em uma atuação melhor até de sua vitória no Oscar) e Mia. As duas dão uma aula genial. Seguindo pelo lado positivo é necessário falar também sobre o genial roteiro. Ele é composto de diálogos, na sua maior parte, vazios de significado. Esse fato se justifica como uma crítica aos atores e filmes atuais. Sempre muito superficiais e sem boas estórias a altura para serem contadas. Um fato interessante sobre a construção do roteiro é a crítica da falta de criatividade da indústria, sempre investindo em remakes. Além disso, outro fato interessante a ser abordado positivamente é a impecável direção de David Cronenberg. O diretor consegue adotar seu estilo peculiar e ao mesmo tempo contar esse estória de uma maneira intrigante e fantástica.
Nos aspectos técnicos, temos uma grande fotografia. Sempre buscando enquadrar objetos comuns sobre os atores, criticando o grande vazio e a não objetividade da indústria norte-americana. Os grandes problemas vêm junto com os outros pontos. Uma trilha sonora apagada e sem muito sentido ao longo da narrativa de Howard Shore, vai começando a apagar o brilho do longa. Além desse ponto, a edição e o ritmo do filme não ajudam em nada. Os dois extremamente fracos nas 1h51min. Esse tempo faz parecer ser de 2h30min devido a essas constantes falhas. Adicionando a edição, o filme poderia ter, pelo menos, 10 minutos a menos. Essas partes desnecessárias, realmente cansam.
Toda a crítica trabalhada no roteiro e na direção durante toda a narrativa funciona perfeitamente bem. É interessante fazer, inclusive, semelhanças com o grande vencedor esse ano do maior prêmio do cinema. É possível notar, ao mesmo tempo, diferenças totais nas duas abordagens: uma mais crua e na cara, no caso desse filme, e uma mais tranquila e a atual tendência, como em Birdman.
Mapa para as estrelas é um grande filme. Possui um fortíssimo elenco, roteiro e o diretor, mas acaba pecando em certos aspectos na qual poderia tornar toda sua duração impecável. Uma grande estória e com muitos bons momentos, mas que não empolga tanto.


Nota: 7,7/10
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