No ano em que o vencedor do Oscar faz uma critica direta a
toda a Hollywood, Cronenberg entra nessa temática de forma parecida, mas,
claro, da sua maneira. O longa conta a estória Agatha (Mia Wasikowska), uma
garota que acaba de chegar em Los Angeles e logo conhece Jerome (Robert
Pattinson), um motorista de limusine que tem o sonho de ser ator. Logo ela
começa a trabalhar para Havana (Julianne Moore), uma atriz com carreira
decadente e que sonha em interpretar o papel da mãe em um remake. Junto a isso,
conta também sobre o jovem Benjie (Evan Bird) que é a estrela principal de uma
série de sucesso. Entretanto, o garoto teve internação recente e vive sempre
sobre olhares da família e dos produtores do seriado.
Primeiramente, é totalmente necessário falar sobre o elenco.
Todo composto de atores fantásticos e que dão performances dignas de aplausos
para cada um. Os maiores destaques podem ser dados para Julianne (talvez em uma
atuação melhor até de sua vitória no Oscar) e Mia. As duas dão uma aula genial.
Seguindo pelo lado positivo é necessário falar também sobre o genial roteiro.
Ele é composto de diálogos, na sua maior parte, vazios de significado. Esse
fato se justifica como uma crítica aos atores e filmes atuais. Sempre muito superficiais
e sem boas estórias a altura para serem contadas. Um fato interessante sobre a
construção do roteiro é a crítica da falta de criatividade da indústria, sempre
investindo em remakes. Além disso, outro fato interessante a ser abordado
positivamente é a impecável direção de David Cronenberg. O diretor consegue
adotar seu estilo peculiar e ao mesmo tempo contar esse estória de uma maneira
intrigante e fantástica.
Nos aspectos técnicos, temos uma grande fotografia. Sempre
buscando enquadrar objetos comuns sobre os atores, criticando o grande vazio e
a não objetividade da indústria norte-americana. Os grandes problemas vêm junto
com os outros pontos. Uma trilha sonora apagada e sem muito sentido ao longo da
narrativa de Howard Shore, vai começando a apagar o brilho do longa. Além desse
ponto, a edição e o ritmo do filme não ajudam em nada. Os dois extremamente
fracos nas 1h51min. Esse tempo faz parecer ser de 2h30min devido a essas
constantes falhas. Adicionando a edição, o filme poderia ter, pelo menos, 10
minutos a menos. Essas partes desnecessárias, realmente cansam.
Toda a crítica trabalhada no roteiro e na direção durante
toda a narrativa funciona perfeitamente bem. É interessante fazer, inclusive,
semelhanças com o grande vencedor esse ano do maior prêmio do cinema. É
possível notar, ao mesmo tempo, diferenças totais nas duas abordagens: uma mais
crua e na cara, no caso desse filme, e uma mais tranquila e a atual tendência,
como em Birdman.
Mapa para as estrelas é um grande filme. Possui um fortíssimo
elenco, roteiro e o diretor, mas acaba pecando em certos aspectos na qual
poderia tornar toda sua duração impecável. Uma grande estória e com muitos bons
momentos, mas que não empolga tanto.
Nota: 7,7/10
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