terça-feira, 3 de novembro de 2015

Crítica Nocaute

Crítica Nocaute
Os filmes de boxe, depois de Rocky e Touro Indomável, acabam sempre seguindo uma tendência. É claro que em um filme de esporte é bem complexo não sair do senso comum, mas quando ele é usado de uma maneira devidamente interessante e a trama toma certos caminhos bons, deve-se ser observado. Esse é o caso de Nocaute.
O longa conta a estória de Billy “The Great” Hope (interpretado por Jake Gyllenhaal), um lutador que segue invicto, mesmo possuindo uma forma peculiar de atuar nas lutas, mas enfrenta problemas de relacionamento com a filha e reclamações constantes de sua mulher sobre os a desfiguração no rosto. Assim, após um determinado acidente que ocorre na vida de Billy, tudo vira de cabeça pra baixo e ele precisa recomeçar.
É interessante começar a análise com os pontos mais altos do filme: as atuações e a direção. O primeiro ponto, é a melhor coisa da obra. Jake Gyllenhaal está sensacional de Billy e muito provavelmente levará uma indicação no Oscar (mesmo não sendo o melhor papel de sua carreira); Rachel McAdams interpreta muito bem a mulher de Billy e, mesmo sofrendo muito por ele, ela passa no olhar todo amor e admiração pelo marido; Oona Laurence rouba a cena sempre que aparece interpretando a filha. É, sem dúvidas, uma das grandes atrizes mirins que estão surgindo; Forest Whitaker e 50 Cent também estão no elenco (como o treinador e o empresário, respectivamente), mas, mesmo estando bem, não eram tão necessários grandes nomes. Sobre o segundo ponto, ela é extremamente bem realizada por Antoine Fuqua (Dia de Treinamento, Invasão a Casa Branca), um diretor experiente e que sabe realizar um bom trabalho. Os planos extremamente bem encaixados e passando todo o sentimento das situações, além das cenas de luta, que levam a uma grande imersão para o telespectador.
O roteiro do longa é de Kurt Sutter. Ele realiza um bom trabalho na utilização dos clichês. É repleto de repetições recorrentes dos gêneros de boxe, não ache que verá algo totalmente diferente. O treinador que bota para cima, a motivação, a caída, o lutador rival que provoca sempre, a cena de treinamento e etc. Todos esses fatos extremamente comuns em obras sobre boxe, mas, se bem utilizados, aumentam bem a carga que o filme quer passar e é o caso de Nocaute. É desapontante não ver muitas coisas diferentes, mas, como todas são bem-feitas, se torna mais desapercebido.
Sobre os outros aspectos técnicos: a fotografia tem um tom bem sombrio e depreciativo, que combina bastante com a estória; a trilha sonora é boa, mas nada de muito diferente; o ritmo é até interessante, mas um pouco lento demais e muito acelerado no final, algo que não tem uma constância maior.
É importante relatar que é um daqueles longas extremamente pesados. Por mais de 1 hora, logo após o acontecimento com cerca de 20 minutos, é arrastado e difícil de se assistir, devido a extrema depressão e ida para baixo na psique humana que a obra leva, mas o grande clímax é bem recompensante, apesar de extremamente óbvio.
Nocaute é um filme de boxe que não sai muito dos clichês comuns do gênero, mas, apesar disso, ele utiliza todos de uma maneira interessante, o que deixa melhor a experiência. Com algumas falhas mais evidentes se perde, mas com as atuações e a direção melhora e faz a obra, no seu geral, ser boa.

Nota: 7,2/10
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