segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Crítica – Assassination (2015)


Uma das revelações do cinema asiático desse ano, Assassination traz no contexto da década de 30, sobre a ocupação do Japão na Coréia do Sul. O longa se diferencia por seu realismo sob os fatos históricos e da forma dinâmica de contar o drama opressor sofrido pelos coreanos.
Dirigido pelo famoso Choi Dong-hoon, premiado por filmes como Dodookdeul e Tajja como melhor diretor e narrativa. A trama segue os libertários da Coréia do Sul que tentam acabar com a influência de um tirano sob o país. E no meio deles está Yeom Seok-jin (Jung-jae Lee), que no início ajuda recrutando atiradores, mas que acaba cobiçado pelo poder. E dentre os atiradores que recruta está a sniper de elite da terceira divisão, An Ok-yun (Ji-hyun Jun), que percorre o longa em busca de um único objetivo: matar o general japonês. E o conhecido Jung-woo Ha, que vive um pistoleiro/caçador de recomepensas do Havaí.
Com 2h 20 minutos de duração o longa vem com um tema de certo modo ‘mainstream’, no entanto, repleto de reviravoltas capaz de te fazer acompanhar uma história, onde os personagens convencem e uma heroína que não tem medo de morrer. O diretor lhe permite entrar em pontos cruciais de 1933 na ocupação de um general japonês em Seoul. O drama é instalado de forma clichê, porém com uma ação convincente, quando gêmeas são separadas após o nascimento. Uma delas sendo levada para os libertários e a outra sendo mantida pelo pai que futuramente viria assumir a cabeça da ocupação.
O humor do longa representado por dois dos libertários assume a forma de lembrança de guerra, quando mesmo esses personagens sendo secundários, Choi Dong-hoon os fez não somente serem lembrados, mas fazerem a diferença tanto quanto os protagonistas. Algo que pode ficar confuso durante o filme são quem realmente são os vilões e os heróis. Pois até boa parte da película a história se desenrola em cima de uma ação cega por parte dos coreanos que seguem em frente em sua missão. Em outras palavras, Assassination é um filme que é necessário ser paciente para entender ambos os lados.
A atmosfera fica ainda mais densa e luxuosa com a fotografia de Kim Woo-hyung, com cores escuras em seus cenários, e uma iluminação invejável, pois Kim trabalha com luzes quentes e vapores. Dando ao longa um tom histórico perfeito, sem tirar o charme dos personagens.
Do lado das atuações destaque para atriz Ji-hyun Jun(Caçadores de Vampiros de 2009), na qual desempenha de forma formidável a sniper do exército coreano com a missão de matar o general japonês e líder da ocupação no país. Sua forma reclusa é muito bem explorada pela direção em uma constante muito bem casada com o drama constituído. Outro que merece ser nomeado é Jung-jae Lee, que está bem à vontade no papel do traidor que desempenha um discurso excepcional sobre o valor histórico da Coréia do Sul. Além de já ter trabalhado com a direção de Choi em Dodookdeul de 2012.
Sob a redoma de uma vingança em recuperar o que é seu por direito, o longa parte para uma ação significativa, em que suas cenas de confronto não são desperdiçadas nem mesmo alongadas demais. Com bons registros da época e como politicamente tanto o Japão como a Coréia do Sul lideram com a situação de opressor e oprimido em tempos de guerra.


A despeito de uma característica imperativa que falta nos filmes hollywoodianos atuais, o realismo. Assassination traz emoções de crianças trocadas no nascimento, agentes duplos em um jogo de gato e rato por Shanghai e Seoul com assassinos pagos e não-pagos, que fazem surgir uma heroína.


Nota: 9.0/10
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