sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Crítica Marcas da Guerra (Trilogia Aftermath - Livro 1)

O lançamento do VII filme da franquia de Star Wars se aproximava do lançamento no cinema e a expectativa era geral. Todos queriam entender um pouco mais sobre o que aconteceu em todo o universo da saga depois dos acontecimentos da batalha de Endor no fim do episódio VI. Assim, o primeiro livro da trilogia Aftermath veio para alavancar as expectativas para o longa e entendermos um pouco mais sobre o que aconteceu com alguns personagens secundários do universo da saga. E ele cumpre, e muito bem, esse papel.
Marcas da Guerra conta a estória do capitão Wedge Antilles, almirante Ackbar, almirante Sloane, Jas Emari, antigo agente imperial Sinjir, o garoto Temmim Wexley e sua mãe, a pilota rebelde, Norra Wexley. Todos afetados e/ou participantes das batalhas durante a grande guerra que se instaurou na galáxia e todos com marcas (como diz o próprio título) da guerra e da última batalha grande entre os rebeldes e o Império.
É necessário começar falando sobre a trama do livro. Qualquer fã do universo expandido de Star Wars gosta de saber mais sobre determinados personagens não-protagonistas das tramas dos filmes da franquia. E é impressionante como Chuck Wendig conseguiu realizar de maneira espetacular a importância e o background de cada uma das personagens que passam pela narrativa. É extremamente bem pensado o quanto eles são palpáveis de estarem em uma guerra e o que sofreram ainda atormentar bem forte. Você se importa com cada um que está ali, independente de que lado batalhou, pois todos têm objetivos e sentidos bem claros.
A melhor coisa de toda a leitura é a interação de mãe e filho entre Norra e Temmim Wexley (SPOILER LEVE AQUI esse segundo inclusive que é um dos principais pilotos da resistência em O Despertar da Força), pois a todo momento ocorre uma culpa da mãe de ter deixado o filho por um tempo para a luta pelo ideal, mas uma certa sensação de dever cumprido e, do lado contrário, uma relação de tristeza pelo “abandono” da figura materna, mas ao mesmo tempo um entendimento de tudo aquilo. É extremamente interessante o como tudo isso é trabalhado de maneira tão simples e direta.
A escrita de Chuck é uma das grandes coisas da obra. Para atingir um público adolescente e adultos, ele opta por uma escrita mais direta e bem mais dinâmica, com capítulos não tão grandes e diálogos bem curtos. Essa forma de escrever, foi perfeita para o desenrolar da estória. Além disso, os interlúdios que são feitos com outros planetas já conhecidos são extremamente geniais. Pode-se ver como um início de fim da guerra e a morte do Imperador e Darth Vader está influenciando na galáxia.
Os maiores problemas do livro talvez sejam 3. O primeiro está relacionado ao ritmo, que é bem lento e isso atrapalha um pouco no rendimento da trama; A segunda é que a estória parece pouco acrescentar, até agora, para a continuidade da franquia nos cinemas; Por fim, a falta de um clímax maior, algo que provavelmente será mais trabalho no decorrer da trilogia.
A edição da Editora Aleph é excelente e fizeram um grande trabalho ao trazer bem próximo do lançamento nos Estados Unidos. Sem nenhum erro de tradução, com um ótimo acabamento e uma excepcional escolha de capa.
Marcas da Guerra é um dos grandes livros da nova safra e do novo cânone de Star Wars. É bem interessante, possui ótimos personagens, uma bela escrita, um final interessante e uma boa introdução do que vem pela frente. Mesmo com os pequenos problemas, nada tira o grande mérito que a obra tem para os fãs e para todo o universo da franquia.

Nota: 8,5/10
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