O lançamento do VII filme da franquia de Star Wars se
aproximava do lançamento no cinema e a expectativa era geral. Todos queriam
entender um pouco mais sobre o que aconteceu em todo o universo da saga depois
dos acontecimentos da batalha de Endor no fim do episódio VI. Assim, o primeiro
livro da trilogia Aftermath veio para alavancar as expectativas para o longa e
entendermos um pouco mais sobre o que aconteceu com alguns personagens
secundários do universo da saga. E ele cumpre, e muito bem, esse papel.
Marcas da Guerra conta a estória do capitão Wedge Antilles,
almirante Ackbar, almirante Sloane, Jas Emari, antigo agente imperial Sinjir, o
garoto Temmim Wexley e sua mãe, a pilota rebelde, Norra Wexley. Todos afetados
e/ou participantes das batalhas durante a grande guerra que se instaurou na
galáxia e todos com marcas (como diz o próprio título) da guerra e da última
batalha grande entre os rebeldes e o Império.
É necessário começar falando sobre a trama do livro.
Qualquer fã do universo expandido de Star Wars gosta de saber mais sobre
determinados personagens não-protagonistas das tramas dos filmes da franquia. E
é impressionante como Chuck Wendig conseguiu realizar de maneira espetacular a
importância e o background de cada uma das personagens que passam pela
narrativa. É extremamente bem pensado o quanto eles são palpáveis de estarem em
uma guerra e o que sofreram ainda atormentar bem forte. Você se importa com
cada um que está ali, independente de que lado batalhou, pois todos têm
objetivos e sentidos bem claros.
A melhor coisa de toda a leitura é a interação de mãe e
filho entre Norra e Temmim Wexley (SPOILER
LEVE AQUI esse segundo inclusive que é um dos principais pilotos da
resistência em O Despertar da Força), pois a todo momento ocorre uma culpa da
mãe de ter deixado o filho por um tempo para a luta pelo ideal, mas uma certa
sensação de dever cumprido e, do lado contrário, uma relação de tristeza pelo
“abandono” da figura materna, mas ao mesmo tempo um entendimento de tudo
aquilo. É extremamente interessante o como tudo isso é trabalhado de maneira
tão simples e direta.
A escrita de Chuck é uma das grandes coisas da obra. Para
atingir um público adolescente e adultos, ele opta por uma escrita mais direta
e bem mais dinâmica, com capítulos não tão grandes e diálogos bem curtos. Essa
forma de escrever, foi perfeita para o desenrolar da estória. Além disso, os
interlúdios que são feitos com outros planetas já conhecidos são extremamente
geniais. Pode-se ver como um início de fim da guerra e a morte do Imperador e
Darth Vader está influenciando na galáxia.
Os maiores problemas do livro talvez sejam 3. O primeiro
está relacionado ao ritmo, que é bem lento e isso atrapalha um pouco no
rendimento da trama; A segunda é que a estória parece pouco acrescentar, até
agora, para a continuidade da franquia nos cinemas; Por fim, a falta de um
clímax maior, algo que provavelmente será mais trabalho no decorrer da
trilogia.
A edição da Editora Aleph é excelente e fizeram um grande
trabalho ao trazer bem próximo do lançamento nos Estados Unidos. Sem nenhum
erro de tradução, com um ótimo acabamento e uma excepcional escolha de capa.
Marcas da Guerra é um dos grandes livros da nova safra e do
novo cânone de Star Wars. É bem interessante, possui ótimos personagens, uma
bela escrita, um final interessante e uma boa introdução do que vem pela
frente. Mesmo com os pequenos problemas, nada tira o grande mérito que a obra
tem para os fãs e para todo o universo da franquia.
Nota: 8,5/10
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