segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Crítica 1ª temporada Master of None

O Netflix inova cada vez mais. São desde séries de heróis, seriados de ficção-científica, excelentes dramas e uma boa comédia. Esse era o maior problema nos seriados originais do canal: ter apenas Unbreakeable Kimmy Schmidt como a grande série de comédia. Assim, Master of None veio para continuar pelo caminho na comédia e com um grande tapa na cara da TV americana.
A série acompanha a vida de Dev (Aziz Ansari), um ator indiano de 30 anos na cidade de Nova York que tem problemas na carreira profissional, na vida amorosa e pessoal. Assim, acompanha-se a vida toda do ator, quase num tom documental, mas extremamente divertido e crítico.
Se deve começar falando pelos temas que o seriado aborda. Começando debatendo sobre a dificuldade da vida de atores menores, que sofrem para conseguir qualquer papel; continua com o debate da visão que um homem poderia ter sobre o feminismo, no que é com certeza o melhor episódio da temporada; fala sobre os estereótipos de atores indianos, negros, homossexuais e mulheres na maioria da TV estadunidense, falando sobre isso com maestria e etc.. Pode-se perceber que não está se vendo qualquer série pela frente. Debates sensacionais com uma veia cômica fantástica de Ansari. Para continuar, é importante falar sobre os geniais roteiros, do próprio ator protagonista. Aziz Ansari realiza stand-ups tem bastante tempo de sua carreira artística e esse detalhe ajudou muito para toda a criação das situações que podemos ver nos 10 episódios. É muito fácil se identificar com qualquer um dos personagens, com as situações e as grandes piadas realizadas. Os diálogos são fantásticos também e com uma veia de comédia perfeita. Por fim, as atuações são um ponto extremamente positivo. A escolha de elenco foi muito bem realizadas e todos os atores conseguem passar um carisma gigantesco para suas interpretações, criando um grande afeto por cada um deles. A diversidade na escolha do elenco também deve ser muito elogiada.
Pelos aspectos técnicos, todos são excepcionais. Desde as direções altamente cinematográficas de todos os episódios, até a ótima trilha sonora (que compõe muito bem cada uma das situações), continuando com a ótima fotografia (utilizando muitos contrastes de luz excelentes) e a perfeita ambientação em todos os lugares de Nova York.
O único ponto negativo de toda a temporada são algumas repetições de situações um pouco desnecessárias. Poderia se haver um maior trabalho de avanço em outros pontos e desenvolvimento de outros personagens do que mostrar cenas bem parecidas até, mais ou menos, o 5º episódio.
O final é fantástico! Não é todo dia que uma roteirista busca acabar uma temporada no ápice do clímax e fomenta a vontade maior ainda de assistir a próxima temporada. Além disso, o diálogo que finaliza é uma das coisas mais geniais que se poderá ver nesse ano com relação aos seriados.
A primeira temporada de Master of None cumpre muito mais do que havia prometido. Possui um roteiro fantástico, debates altamente relevantes, atuações excelentes, personagens carismáticos e uma grande comédia. Apesar de uma pequena falha de repetição, ela não perde o brilho e está definitivamente entre as melhores produções do Netflix e desse ano.

Nota: 9,7/10
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