segunda-feira, 18 de maio de 2015

Arrow: Terceira Temporada (Crítica)


Contém spoilers

Aqui estamos no terceiro ano consecutivo do arqueiro nas telinhas, e apesar dessa temporada ter rendido mais críticas do que pontos positivos, os showrunners Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Andrew Kreisberg souberam conduzir a temporada para um final aceitável.

O terceiro ato da jornada de Oliver Queen (Stephen Amell) como o Arqueiro se inicia com o playboy tentando viver uma vida dupla. O par romântico com Felicity Smoak (Emilly Bett) certamente era o que a maioria dos fãs queria ver em tela. Entretanto, não tarda para que Oliver perceba que vai precisar de mais do que vestir um capuz e empunhar um arco para se tornar um verdadeiro herói. O inimigo da vez é Ra’s al Ghul (Matthew Nable), que já mencionado na temporada anterior, agora passa a ser um personagem fixo no seriado.
Os defeitos dessa temporada em relação as outras, estão no roteiro propriamente dito, pois faltou fluidez na condução dos episódios. A morte de Sara, a Canário Negro nos primeiros capítulos serve de gancho para dar início a sequência de fatos que discorrerão. O que traz a Liga dos Assassinos para mais perto de Starling City. O desenvolvimento dos personagens nesse ato deixou a desejar nos detalhes, a exemplo do Arsenal que pouco aparece, e quando possui a chance de brilhar é ofuscado pelo roteiro. John Diggle demora a se destacar, mas quando o Arqueiro começa a faltar; é quando ele entra em ação e não pára mais. Um personagem que de fato se manteve nos holofotes. Junto com Felicity Smoak, onde o triângulo amoroso dela com Ray Palmer (Átomo) tornou ela mais ativa, mas ao mesmo tempo extremamente irritante. Só vindo a fazer real diferença na season finale.
Thea Queen (Willa Holland) foi outra capaz de se estabelecer bem na temporada, vai desde seu treinamento com seu pai Malcolm Merlyn (John Barrowman) até seu retorno dos mortos através do poço de Lázaro, deixando claro sua entrada oficial como Speedy. Laurel Lance (Katie Cassidy) funcionou bem como parte da equipe assumindo o manto de sua irmã, mas no início deixou muito a desejar, vindo a se destacar mais apenas nos últimos capítulos, quando chega a hora dos personagens B da série fazerem um pequeno crossover com The Flash; Cisco melhora o clássico grito da Canário Negro. Além da amizade com Nyssa Ghul, desse ponto em diante ambas as personagens foram mais humanizadas, ao passo que a identificação com elas se tornou mais evidente.
Os flashbacks dessa vez desconstroem completamente a narrativa, não colaborando em praticamente nada. Com exceção de juntar a personagem Katana no presente. Não obstante, o objetivo da A.R.G.U.S em contratar Oliver Queen ficou sem qualquer sustento, e o desfecho disso não levou a nada além de algo inevitável que já estava explícito desde da presença da midseason. O retorno final do esquadrão suicida só serviu para apagar um dos vilões mais importantes nos quadrinhos da DC, O Pistoleiro. Visto que o filme do Esquadrão Suicida está a caminho, a série preferiu não ter duas faces da mesma moeda nas telas, mesmo que elas tenham suas distinções. O que foi um erro.
No que diz respeito ao sucesso das séries Arrow e The Flash, e sua sobreposição, fez surgir a ideia de Legends of Tomorrow . Como a nova a produção foi aprovada no meio da recém finalizada temporada, os roteiristas tiveram que inserir elementos chave de uma hora para outra, como o Poço de Lázaro e os metahumanos que não adquiriram seus poderes através da explosão do acelerador de partículas de The Flash. Essas mudanças talvez tenham refletido na falta de consistência de algumas tramas, como a entrada de Oliver para a Liga, algo que aconteceu às pressas e gerou confusão de conceitos, e a importância de Nyssa (Katrina Law) e Ray (Brandon Routh). Isso sem falar na saída de atores como Colton Haynes e J.R. Ramirez, que tinham papeis importantes e precisaram ser excluídos do planejamento. Esse foi um dos grandes fracassos dessa temporada, a falta de planejamento gerou um roteiro, que antes era criterioso e agora, não passou de desajustado.

Os produtores fizeram questão de enfatizar, por meio de entrevista coletivas, que a terceira temporada de Arrow encerraria um ciclo e, ao fim dela, a série que conhecíamos já não existiria. E assim foi, com um final de temporada que poderia servir como final de série, muitos ganchos para o próximo ano e um vilão já declarado, Damien Darhk, líder da C.O.L.M.E.I.A, ex-integrante da Liga dos Assassinos e o Nêmesis de Ra’s Al Ghul. A sensação, novamente, é de que quiseram dar um fim corrido nas tramas estabelecidas para que a próxima temporada pudesse começar ainda mais alinhada com The Flash e Legends of Tomorrow. Dando a entender, que estão criando um universo integrado mais coeso, no entanto não estavam preparados para isso. E uma coisa ficou clara o novo Team Arrow com Canário Negro, Nyssa, Atom, Speedy e Diggle funciona sem o Arqueiro. Dessa forma, a crise de identidade da série e do protagonista faz sentido em um plano maior. Mesmo que tenha parecido errado abordá-la nesse momento, ela serviu para colocar em ordem o que havia sido estabelecido até agora.
Arrow encerrou seu terceiro ato como se a série de fato tivesse terminado, o que tenho certeza que para alguns que acompanham talvez tenha acabado mesmo depois desta. O cenário vazio que se formou, sem a figura tão desejada do Arqueiro Verde parece ser apenas uma ideia distante.


Nota: 5.3
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