Por Ultraboy
Adaptado do romance “A Dama Dourada: A extraordinária
história da obra-prima de Gustav Kilmt, Retrato de Adele Bloch-Bauer”, escrito
pela jornalista Anne-Marie O’Connor. Traz o mais novo longa biográfico do
diretor Simon Curtis, que já dirigiu ‘Sete Dias com Marylin’, sobre Marilyn
Monroe.
Na trama a judia Maria Altmann (Helen Mirren), sessenta anos após
fugir de Viena, durante a Segunda Guerra Mundial, começa sua jornada para
recuperar os bens de sua família apreendidos pelos nazistas, entre eles a
obra-prima do pintor Gustav Klimt “Retrato de Adele Bloch-Bauer”. Fazendo par
com Ryan Reynolds, que faz o advogado inexperiente, mas intrépido Randy
Schoenberg. O longa trata de nos direcionar numa batalha verbal que nos leva
diretamente ao coração do governo austríaco, e também a Suprema Corte
Americana, o que força Maria a enfrentar seus fantasmas do passado e encarar as
difíceis revelações e inesperadas verdades ao longo do percurso.
Apesar da conexão entre a dupla protagonista se tornar cada
vez mais forte, atores como Daniel Bühl também se destacam por não parecer
forçado interpretando o jornalista austríaco investigativo que acaba por
acompanhar o caso de Maria bem de perto. Ao mesmo tempo os flashbacks foram bem
conduzidos, onde a princípio conta a relação de Maria com sua tia a própria Adele
Bloch-Bauer (Antje Traue). No entanto, em determinado ponto do filme vemos
Maria em seu auge é quando Tatiana Maslany desempenha o papel da personagem em
sua juventudade. O que dizer se de passagem a atuação contou muito nesse ponto
do longa, pois foi quando ela teve de mostrar sua maior coragem.
Uma questão negativa do filme é que ele não abre espaço
para dualidade, enquanto a protagonista sofre, seu fiel advogado passa por
tensões preocupantes por estar prestes a ter seu segundo filho e é aqui a atriz
Katie Holmes, que faz a esposa de Randy deveria ter um destaque maior. O drama
entre eles não dura dois minutos e a história prossegue sem dar chance de um
desenvolvimento que poderia ter ainda mais carga emocional para o lado do
advogado. Pois afinal por se apegar tanto ao caso que Randy passa a sofrer
junto com Maria. Nada mais justo observar um pouco mais da realidade ao se
debruçar em caso dito como um ‘tiro no escuro’, segundo Sherman (Charles Dance),
o chefe de Randy.
A fotografia foi um fator fundamental na construção e
apresentação do antes e depois na Aústria. Vale ressaltar que apesar da base da
obra ser sobre uma obra de arte, em nenhum momento a direção estimula o lado
artístico da questão. Mas, que por outro lado preenche aqui e alí com uma
trilha sonora suavemente imersiva.
Ao contrário de filmes como Perfume de Mulher (1992),
Conduzindo Miss Daisy (1989) que tratam do tema holocausto com uma certa
dramaticidade merecida, em A Dama Dourada a forte carga dramática é calcada na
delicadeza para se ver mergulhado nos sentimentos dos personagens diante das
atrocidades da guerra. O tocante nesse tipo de filme é uma razão simples:
trata-se de pessoas reais, sobre o mundo real. Não é um longa coberto de efeitos
especiais ou explosões, a obra trata de fatos importantes, sobre tragédias,
sobre coisas terríveis que de fato ocorreram e sobre pessoas maravilhosas que
existiram. É importante que filmes como esse sejam assistidos. A mensagem que
permanece para o público é “Lembre de nós”.
Nota: 8.9
Nota: 8.9
Gostei do seu comentário, assim como gostei do filme, mas não entendi a citação de Perfume de Mulher como um filme sobre o holocausto. Não será que você pretendeu citar outro filme e se enganou?
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