segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Crítica 1ª temporada Narcos

O Netflix inovou mais uma vez. Chegou com mais uma série original retratando sobre a vida de um dos maiores e mais famosos narcotraficantes de todos os tempos: Pablo Escobar. Além disso, o canal de streaming veio com toda a força latina nesta produção. Atores e direções de brasileiros, colombianos, mexicanos e etc.: uma verdadeira mistura americana. Narcos se provou a série mais diferente do Netflix, mas falhou sendo um pouco abaixo do que poderia.
 A estória de Narcos se baseia nos anos de ação do famoso narcotraficante Pablo Escobar (Wagner Moura), mas dá um enfoque especial para o policial do DEA e investigador do fora-da-lei, Steve Murphy (Boyd Holbrook), sendo esse o protagonista, que junto com seu parceiro Javier Peña (Pedro Pascal) buscam encontrar e apreender Escobar.
 Começando com os pontos positivos, é importante destacar dois: a direção geral e a de fotografia. As duas fazem um papel genial sob a trama. Uma verdadeira aula de utilização desses elementos para complementar a estória. É importante lembrar que temos a participação na direção de dois brasileiros: José Padilha e Fernando Coimbra, o primeiro sendo também produtor executivo. Seguindo pelo sensacional roteiro que, mesmo com as falhas que relatarei melhor, consegue captar qualquer um e os excelentes desenvolvimentos dos personagens, com arcos totalmente bem definidos. Continuando pela maneira da narrativa de passar a estória para o telespectador. Os episódios têm todos a narração do investigador principal Murphy, além de intercalarem com cenas reais, o que deu uma maior credibilidade para a série. Sobre as atuações, ela possui alguns que realizam uma ótima interpretação e outros que nem tanto. O destaque positivamente vai para Wagner Moura, que está perfeito no papel, e Pedro Pascal. Por último, a trilha sonora também possui sua genialidade a parte. O clima da música latina dá um toque de beleza, originalidade e realidade nos 10 episódios, que não é qualquer seriado que consegue fazer. Além disso, a abertura é simplesmente fantástica. Confesso que virou minha favorita de todas as séries que vejo atualmente.
 Nos pontos negativos, há alguns poucos destaques. Começando com a continuidade dos episódios, que parece não ter sido visionada direito. É bom lembrar que a continuidade é a necessidade de algum elemento que foi posto na trama continuar aparecendo, independente dos cortes laterais. Alguns momentos me deixaram extremamente intrigado por esse erro, até bem básico. Seguindo com algumas atuações que me incomodaram. O policial protagonista, Murphy, que em nenhum momento me passava credibilidade, a esposa de Pablo, Tata (Paulina Gaitan) e a esposa de Murphy, Connie (Joanna Christie) são os casos mais claros e que mais atrapalham no desenvolvimento da narrativa. Por último, a linha temporal nos primeiros episódios, feita de maneira bem estranha, atrapalha no entendimento em muitas ocasiões. Me vi perdido no tempo em que os eventos ocorriam pelo menos umas 3 vezes.
 O final dessa 1ª temporada possui uma abertura gigante para uma continuidade. O season finale pode não ter sido o melhor dos mundos, mas possui um interessante pensamento no desenrolar que as próximas temporadas poderão oferecer, na continuidade dos reais acontecimentos que levam a morte de Pablo, em 1993.
 Narcos começou com uma ótima primeira temporada. Mostrou logo de cara seu valor, dando uma aula em muitos aspectos, mas quando realizou falhas, elas foram crucias para uma perda de força em alguns momentos da série. Apesar disso, foi interessante ver o Netflix, pela primeira vez, investindo numa série com uma força latina bem grande e, possivelmente, levando o ator brasileiro Wagner Moura a vitórias em muitas premiações nos próximos anos.

Nota: 8,6/10
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