Beijos, muitos beijos é o que Yamada-kun to 7 –nin no Majo vai
nos cobrir. Sua tela será o palco de um anime vida escolar com uma das
primeiras impressões mais ousadas que já vi nos últimos anos. Troca de corpos,
uma comédia em meio à confusão que é a vida escolar, debruçada sob uma trama
sobrenatural com insinuações ecchi em seus detalhes, nas quais o romance aquece
a bem bolada ideia da autora Miki Yoshikawa.
Desde de seu primeiro capítulo a história é clara e simples.
Ryu Yamada, que não tira notas boas na escola e leva uma vida tediosa. Ele
estuda na mesma classe que a linda e brilhante Urara Shiraishi. Um dia, misteriosamente
ele acaba por trocar de corpo colégio ao cair de uma escada com Urara
Shiraishi, que não é somente linda, mas uma das meninas mais brilhante do
colégio. Após descobrir que o trocar de corpos não foi uma mera coincidência,
mas parte do poder de Yamada a narrativa em menos de 10 minutos nos mostra o
potencial da adaptação. Após o ocorrido eles acabam se unindo a Miyamura (um
dos alunos que deseja ser o próximo presidente do conselho escolar) e Itou
(tarada por fatos sobrenaturais) que reabrem o clube de Fatos Sobrenaturais do
colégio. E com isso as aventuras do encrenqueiro Yamada e Cia começam a caçada
pelas 7 bruxas, como o nome da obra sugere.
O anime completou 12 capítulos cheios de intrigas, com uma
intriga de deixar o telespectador grudado para saber o que aconteceria a cada
novo episódio. Mas, infelizmente o ponto negativo da adaptação começa, bem em
seu desfecho. O aparente formato apressado de Yamada-kun 7–nin no Majo não
tirou o desprazer de acompanhar, de forma alguma pelo contrário, a direção está
de parabéns por conseguir conduzir a enorme carga do mangá para as telinhas. No
entanto, talvez o anime necessitasse de um segundo arco para fechar com chave
de ouro. Pois a maneira como a direção optou por terminar aparenta pedir por
mais da história para que seu término seja mais satisfatório.
O roteiro ficou por conta do experiente Yokote Michiko, o
mesmo de animes como Shirobako, Genshiken series, Nourin, Senyuu, xxxHOLiC,
entre outros. Ele soube lidar bem com o ritmo acelerado e trabalhou seus
personagens com virtude, apesar de ter deixado algumas pontas soltas ainda em
certos personagens. Pois, enquanto ele foi excelente até mesmo nos secundários,
houve momentos que pensei: “Se aquele personagem ou mesmo aquele tivesse sido
um pouco mais aproveitado”. Claramente o desfecho não teria sido alterado pela
ênfase nos secundários ou até terciários, mas certamente traria mais riqueza e
fortalecimento para que o enredo crescesse e desse uma chance para um segundo
arco.
Quanto ao cast de dubladores não tem do que reclamar dos conceituados.
A dupla de protagonistas tem seiyuus bem conhecidos. O Yamada tem a voz do
excelente Osaka Ryota (Staz de Blood Lad; Nagate de Sidonia no Kishi, Tokimune
de Argevollen; Watari de Shigatsu wa Kimi no Uso), enquanto a Urara vai ter a
voz da conhecida Hayami Saori (Miho de Bakuman; Saki de Higashi no Eden; Miyuki
de Mahouka; Ayase de Oreimo; Emi de Shigatsu wa Kimi no Uso). A trilha sonora é
outro ponto enfático. O tema de abertura fica para o famoso pianista WEAVER com
a canção Kuchizuke Diamond, que traz leveza ao tema escolar, e ao mesmo tempo
confusão em suas leves tocadas no piano, quando as imagens das bruxas passam a
estar mais evidentes. No encerramento, a novata Mimi Meme MIMI com a música
Candy Magic. Ela debutou em 2014 com seu primeiro mini álbum e impressionou a
staff que acabou chamando-a. De fato o encerramento não seria o mesmo sem sua
promissora voz.
No que diz respeito a animação o estúdio Liden Films
(Aiura, Senyuu series, Terra Formars) assume a responsabilidade. Mas não foi
nada demais. O que mais chama atenção foi o trabalho da character design Eriko
Iida, que já trabalhou em animes como Accel World e Fairy Tail.
Se você está à procura de uma boa comédia colegial, com
insinuações ecchi não tão exageradas e um toque de mistério esse anime é a
escolha da vez. Certamente estará entre um dos melhores da temporada, apesar do
final insatisfatório, seu conteúdo não desfavorece a excelente obra que é.
Nota: 7.7
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