Quando é possível ver na capa de qualquer HQ o selo da
Vertigo, já bate uma esperança de algo bom no coração. Linha conhecida por
histórias totalmente adultas e extremamente pesada traz Coffin Hill, uma série
de 2013, que foi extremamente elogiada pelos gringos e podemos falar que ela
cumpre e até supera seu papel.
A história do quadrinho é de Eve Coffin, herdeira de uma das
famílias mais ricas da Inglaterra e de uma linhagem de bruxos e bruxas
extremamente famosos e macabros. Nos dias atuais ela é uma policial heroína
famosa por desvendar casos de assassinos seriais, mas, dez anos antes, ela era
uma adolescente totalmente rebelde e curiosa pelo ocultismo e que acaba
despertando poderes para além do imaginário das pessoas. A trama começa quando
crianças começam a desaparecer realizando rituais similares do que ela havia
realizado com seus amigos anos antes e volta a ser atraída pelo horror que ela
jamais havia esquecido.
Pode-se começar comentando o sensacional roteiro de Caitlin
Kittredge. Ela consegue fazer conexões perfeitas com a história passada e os
atuais acontecimentos, criando paralelos incríveis. Além disso, a atmosfera de
terror é deveras impressionante. Se você gosta de uma boa história de terror e
sentir medo, pode ler a noite/próximo de dormir sem problemas, mas se for um
pouco mais medroso, recomendo ler na luz no dia. O desenvolvimento de todas as
personagens é extremamente bem feito. Conseguimos desenvolver uma afeição
estranha com a protagonista e não conseguimos desvendar muitas vezes o plano
traçado por alguns personagens. Por fim, a ambientação do quadrinho é
simplesmente algo de gênio. A minha única resalva com a HQ ficou aqui também.
Achei em alguns momentos diálogos excessivos demais, parecendo que queria
aumentar algum nível da história, mas que poderia ter sido mais bem feito. Um
ponto pequeno
Sobre o desenho, deve-se dar destaque muito também para
Inaki Miranda, que consegue implementar e complementar ainda mais a fantástica
atmosfera. Desde os contornos de monstros até as silhuetas dos protagonistas, é
algo impressionante. A divisão de quadros também está perfeitamente realizada.
O traçado, um pouco mais grosso que o natural, consegue criar um clima muito
bom e não chega a máxima de algo um pouco mais “bobo” e engraçado, como é em
Izombie.
Deve ser dado um destaque também para mais duas coisas: a
colorização e a capa escolhida pela Panini. A cor implementada por Eva de La
Cruz só aumenta o nível técnico e de talento que possui essa revista. Ajuda
também muito na melhora da atmosfera, já elogiada antes nessa crítica. Sobre a
capa, ela poderia ter sido melhor escolhida, mas não achei ruim. Ela é
simplesmente ok.
Coffin Hill – Volume 1 é uma das grandes coisas que li de
lançamentos dos últimos tempos. O quadrinho é extremamente diferente do que se
pode ver no mercado nos últimos e, como diz em uma das críticas na contra capa,
na chamada “Era dos Zumbis”, uma excelente história de terror com um mal muito
bem feito é digno de aplausos.
Nota: 9,2/10
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