sábado, 28 de fevereiro de 2015

(Review da temporada) Marvel Agent Carter






O texto a seguir contém spoilers

Após os dois primeiros capítulos em que vemos o seriado se vender como produto derivado do longa de Capitão América. A partir do terceiro episódio os roteiristas decidiram demonstrar o quão a figura da Agent Carter pode se sustentar sozinha.

A trama mais lenta nos capítulos três e quatro traz a chance para o desenvolvimento dos personagens, onde temos um pouco mais de conhecimento sobre passado de Jarvis. E o envolvimento de Howard Stark (Dominic Cooper) com Peggy. O mundo de invenções de Stark, que dá espaço para o humor está atrelado ao fato dele desconhecer como suas próprias invenções funcionam. Sem contar seu lado galanteador para um histórico de promiscuidade, que em todo momento é enfatizado. Mais uma vez a participação de Stan Lee em suas séries foi de costume em uma cena contracenada com Howard Stark. Apesar, de Peggy manter seu disfarce é bom lembrar que a série se passa na década de 40, quando se vivia em uma sociedade extremamente machista. E em determinado momento ela quase se deixa levar pelo fato de ser uma mulher forte, e requerer da missão cumprida um voto de confiança.



Nos capítulos que seguem podemos observar uma mudança de cenário que ocorre já no capítulo cinco, o que acarreta na tensão que levará até o final da temporada. E o nome Leviatã se torna mais evidente. Os mistérios que circulavam o “massacre” em Finow tomam rumo, após os agentes resgatarem Johann Fennhoff um psiquiatra Russo com o dom do hipnotismo. E logo se mostra um dos braços de Leavitã, que se infiltrará na SSR (Strategic Scientific Reserve, agência que mais tarde será absorvida pela SHIELD). Na metade da série é perceptível o triângulo amoroso montado entre o agente Jack Thompson (Chad Michael Murray), Daniel Souza (Enver Gjokaj) para com a inglesa Peggy, que eles ainda a vêem como uma donzela em perigo. E mesmo seu chefe Roger Dooley (Shea Whigham), não a leva a sério.
O consolo de Carter ocorre nas cenas com Angie Martinell (Lindsy Fonseca) sua melhor amiga e garçonete, que almeja ser uma atriz. Nos momentos em que mais a protagonista precisa, ela vai estar lá para suprir essa necessidade. A volta de Dum-Dum Dugan (Neal McDonough) estabelece um ponto de ruptura na série, quando dá indícios sobre a possível fonte de criação da Viúva Negra, assim que a vilã Dottie Underwood (Bridget Regan) começa a se mover. E também a ligação com o vilão Dr Fausto (Ralph Brown) e o programa de criação do Soldado Invernal. 

No que diz respeito aos aspectos técnicos as produtoras executivas Tara Butters e Michelle Fazekas fizeram questão de construir cenas nostálgicas para os leitores de quadrinhos. Ao estilo de filmes antigos a cena no capítulo quatro em que o Jarvis está discutindo com dois capangas de uma gangue e a jogada de sombra na parede de proximidade da Agent Carter, prova o quão atentas as produtoras foram em memorizar seu público mais tradicional.

Um ponto de destaque do seriado é o figurino (feito por Giovanna Ottobre-Melton), nos inconfundíveis ternos e gravatas aos rapazes e nos vestidos que demonstram a feminilidade e a força para as mulheres. A atmosfera da base da SSR, escondida por uma empresa telefônica, o hotel para moças e o restaurante de época são apenas algumas das construções que nos permite imergir na década de 40 com muito louvor. Sem esquecer da rádio-novela que romantiza as aventuras do Capitão América ao lado de uma tal Betty Carver.
O tom de melancolia levantado no início da temporada chega ao seu fim com um ar de superação, no qual Peggy percebe que deve superar a “morte” de Steve Rogers. Essa primeira temporada foi capaz de mostrar que não é preciso ser exatamente fã de quadrinhos para se assistir Agent Carter. E Hayley Atwell (Peggy Carter) foi capaz de se constituir numa excelente possibilidade para um espaço para uma personagem feminina na Marvel. Agora é esperar o anúncio de uma segunda temporada para acompanharmos em primeira mão Peggy se tornando a lendária agente da SHIELD.


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