Se a moda no cinema no momento são os filmes de heróis, que
tal um que venha criticar essa moda? Assim é que conhecemos Birdman. O longa
trata da história Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator que fez um extremo
sucesso com uma franquia de filmes de herói chamada Birdman. Ele é reconhecido
por esse grande sucesso, enquanto tenta dirigir e atuar em uma peça para a
Broadway.
A primeira coisa a se falar de Bidman é: uma obra-prima. A
começar pelas atuações perfeitas. Michael Keaton, Edward Norton e Emma Stone
são os que mais se destacam, não é a toa que foram indicados ao Oscar. O maior
destaque vai para o grande protagonista, pois Michael Keaton consegue criar
três faces daquele personagem, em uma atuação de deixar qualquer pessoa de
queixo caído. Apesar do destaque para o trio, todo o elenco de apoio tem
atuações maravilhosas. Continuando pelo roteiro magnífico de Alejandro González
Iñárritu. Extremamente bem feito e com diálogos memoráveis, ele conduz o
expectador de maneira genial. A direção é realizada pelo próprio Alejandro,
diretor do maravilhoso “Amores Brutos”, e é feita excelente. Toda a película
é filmada para parecer como se fosse um grande plano-sequência, mas é possível
perceber os cortes feitos (Uma dica é não tentar perceber cada corte, isso só
aumenta o valor e toda a experiência do filme). Com isso é possível notar o
quanto a direção é perfeitamente bem realizada.
Nos aspectos mais técnicos, Birdman se sobressai
absurdamente. Começando pela trilha sonora, que sempre compõe muito bem toda a
narrativa e em certos momentos é utilizada como elemento cômico. Por exemplo:
Quando se ouve um som de uma bateria e ao personagem passar por um beco, há uma
pessoa tocando uma bateria. A fotografia ajuda firmemente a completar o estado
emocional dos personagens. Se escura, pode expressar raiva ou tensão. Se mais
amarelada, uma maior liberdade daquele personagem.
O final do longa é um daqueles que podem ser extremamente
debatidos. Seja pelo que acontece nos últimos frames antes do fade out, seja
pelo futuro dos personagens a partir dali. Todo o desenvolvimento do roteiro
faz com que os espectadores não consigam tirar da cabeça toda aquela estória e
sua continuidade por um bom tempo.
Birdman é um daqueles filmes que não se vê nos cinemas todos
os dias. Com atuações, roteiro, direção, trilha sonora, efeitos, fotografia e
etc perfeitos, o longa merece de fato todas as indicações que recebeu no Oscar
2015. Agora cria-se uma dúvida na cabeça: qual filme torcer nos Oscar? Whiplash,
Boyhood e Birdman vêm como os três melhores filmes para esse ano e dos últimos
anos do cinema também, mas, além de torcer, todos os cinéfilos devem sorrir,
pois os filmes geniais têm voltado a moda.
Nota: 10/10
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