A dificuldade de realizar um spin-off e acabar não buscando
conexões com a obra original é devidamente difícil, mas imagina uma série que
não precisa se sustentar pela sua obra original e consegue realizar uma
temporada espetacular. Essa é a definição da primeira temporada de Better Call
Saul.
Na série conhecemos James McGill (futuro Saul Goodman), um
advogado conhecido como “porta de cadeia” e que sempre pega casos bem ruins e
ganha mal. Ele mora com seu irmão, que possui certos problemas psicológicos, e
é advogado parado de um grande escritório de advocacia chamado HHM. Isso pode
se resumir como premissa básica da série: a vida de James.
Os pontos positivos começam pelas excelentes atuações. Bob
Odenkirk rouba a cena, como já fazia em Breaking Bad, e consegue comandar
grande parte dos episódios. Continuando com o maravilhoso roteiro. Todo o
desenvolvimento dos personagens é algo digno de aplausos, além dos sempre
geniais diálogos e frases perfeitas criadas por Vince Gilligan. A direção de
todos os 10 capítulos é sempre perfeita. Realiza perfeitamente seu papel em
enquadramento e até em algumas sequências de planos. Além disso, a fotografia
da série é um show a parte. Realiza referências por todos os lados, além de
cumprir muito bem seu papel, também digna de aplausos, na sua estética
narrativa. Um exemplo disso é em quase todos momentos James ter um dos lados de
sua face escura, como se ainda algo ruim fosse aflorar dele.
Nos aspectos técnicos, o seriado também deve ser vangloriado
na estética criada dos anos 70 pelo design de produção. Além disso, a trilha
sonora é maravilhosa e um toque especial para as mudanças de abertura, mas
sempre com o mesmo tema e sempre se encaixando no que determinado episódio
busca.
Pelo lado negativo, apenas algumas poucas falhas de
continuidade em alguns capítulos e alguns problemas de ritmo em outros, mas
nada que atrapalhe a experiência de uma maneira geral.
De uma série derivada
de Breaking Bad, umas das séries mais amadas e bem elogiadas dos últimos tempos,
não faltam referências. Desde frases marcantes, objetos e até personagens,
destaque para Mike que aparece em grande parte da temporada. Alguns desses
“agrados” para os fãs são tão fantásticos, que podem até deixar alguns
emocionados (como foi no meu caso).
O season finale criou muitas diretrizes que se prosseguirão
na próxima temporada. A transformação de James em Saul parece que acaba de
começar com tudo que acontece, mas a série não deixa de abrir várias perguntas
a serem respondidas. Agora resta apenas esperar pelo o que virá pela frente.
A primeira temporada de Better Call Saul foi muito mais do
que esperado. Contando uma história solo de um dos melhores personagens de
Breaking Bad, ela busca sempre pela originalidade e consegue isso com perfeição.
Com certeza, uma excelente pedida para qualquer um.
Nota: 10
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