terça-feira, 14 de abril de 2015

Crítica Better Call Saul

A dificuldade de realizar um spin-off e acabar não buscando conexões com a obra original é devidamente difícil, mas imagina uma série que não precisa se sustentar pela sua obra original e consegue realizar uma temporada espetacular. Essa é a definição da primeira temporada de Better Call Saul.
Na série conhecemos James McGill (futuro Saul Goodman), um advogado conhecido como “porta de cadeia” e que sempre pega casos bem ruins e ganha mal. Ele mora com seu irmão, que possui certos problemas psicológicos, e é advogado parado de um grande escritório de advocacia chamado HHM. Isso pode se resumir como premissa básica da série: a vida de James.
Os pontos positivos começam pelas excelentes atuações. Bob Odenkirk rouba a cena, como já fazia em Breaking Bad, e consegue comandar grande parte dos episódios. Continuando com o maravilhoso roteiro. Todo o desenvolvimento dos personagens é algo digno de aplausos, além dos sempre geniais diálogos e frases perfeitas criadas por Vince Gilligan. A direção de todos os 10 capítulos é sempre perfeita. Realiza perfeitamente seu papel em enquadramento e até em algumas sequências de planos. Além disso, a fotografia da série é um show a parte. Realiza referências por todos os lados, além de cumprir muito bem seu papel, também digna de aplausos, na sua estética narrativa. Um exemplo disso é em quase todos momentos James ter um dos lados de sua face escura, como se ainda algo ruim fosse aflorar dele.
Nos aspectos técnicos, o seriado também deve ser vangloriado na estética criada dos anos 70 pelo design de produção. Além disso, a trilha sonora é maravilhosa e um toque especial para as mudanças de abertura, mas sempre com o mesmo tema e sempre se encaixando no que determinado episódio busca.
Pelo lado negativo, apenas algumas poucas falhas de continuidade em alguns capítulos e alguns problemas de ritmo em outros, mas nada que atrapalhe a experiência de uma maneira geral.
 De uma série derivada de Breaking Bad, umas das séries mais amadas e bem elogiadas dos últimos tempos, não faltam referências. Desde frases marcantes, objetos e até personagens, destaque para Mike que aparece em grande parte da temporada. Alguns desses “agrados” para os fãs são tão fantásticos, que podem até deixar alguns emocionados (como foi no meu caso).
O season finale criou muitas diretrizes que se prosseguirão na próxima temporada. A transformação de James em Saul parece que acaba de começar com tudo que acontece, mas a série não deixa de abrir várias perguntas a serem respondidas. Agora resta apenas esperar pelo o que virá pela frente.
A primeira temporada de Better Call Saul foi muito mais do que esperado. Contando uma história solo de um dos melhores personagens de Breaking Bad, ela busca sempre pela originalidade e consegue isso com perfeição. Com certeza, uma excelente pedida para qualquer um.

Nota: 10
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